Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de julho de 1918 —
Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013) foi um advogado, líder rebelde e presidente
da África do Sul de 1994 a
1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, vencedor do
Prêmio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana, onde é
normalmente referido como Madiba (nome do seu clã) ou "Tata"
("Pai").
Nascido numa família de nobreza tribal, numa pequena aldeia
do interior onde possivelmente viria a ocupar cargo de chefia, recusou esse
destino aos 23 anos ao seguir para a capital, Joanesburgo, e iniciar sua
atuação política.Passando do interior rural para uma vida rebelde na
faculdade, transformou-se em jovem advogado na capital e líder da resistência
não-violenta da juventude, acabando como réu em um infame julgamento por
traição. Foragido, tornou-se depois o prisioneiro mais famoso do mundo e,
finalmente, o político mais galardoado em vida, responsável pela refundação do
seu país como uma sociedade multiétnica.
Mandela passou 27 anos na prisão - inicialmente em Robben Island e,
mais tarde, nas prisões de Pollsmoor e Victor Verster. Depois de uma campanha
internacional, ele foi libertado em 1990, quando recrudescia a guerra civil em
seu país. Em dezembro de 2013, foi revelado pelo The New York Times que a CIA
americana foi a força decisiva para a prisão de Mandela em 1962, quando agentes
americanos foram empregados para auxiliar as forças de segurança da África do
Sul a localizá-lo.[6] Até 2009, ele havia dedicado 67 anos de sua vida à causa
que defendeu como advogado de direitos humanos e pela qual se tornou
prisioneiro de um regime de segregação racial, até ser eleito o primeiro
presidente da África do Sul livre. Em sua homenagem, a Organização das Nações
Unidas instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela no dia de seu nascimento,
18 de julho, como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade,
pela justiça e pela democracia.
Mandela foi uma figura controversa durante grande parte da
sua vida. Denunciado como um terrorista comunista por seus críticos, ele
acabou sendo aclamado internacionalmente por seu ativismo e recebeu mais de 250
prêmios e condecorações, incluindo o Nobel da Paz em 1993, a Medalha
Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos e a Ordem de Lenin da União
Soviética. Seus críticos apontam seus traços egocêntricos e o fato de seu
governo ter sido amigo de ditadores simpáticos ao Congresso Nacional Africano
(CNA). Em sua vida privada, enfrentou dramas pessoais mas permaneceu fiel ao
dever de conduzir seu país. Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o
regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e
modelo mundial de resistência.No dizer de Ali Abdessalam Treki,
Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, "um dos maiores líderes
morais e políticos de nosso tempo". Recebeu a Medalha Benjamin
Franklin por Serviço Público de Destaque de 2000.
INVICTO
William Ernest Henley
Da noite escura que me cobre,
Como uma cova de lado a lado,
Agradeço a todos os deuses
A minha alma invencível.
Nas garras ardis das circunstâncias,
Não titubeei e sequer chorei.
Sob os golpes do infortúnio
Minha cabeça sangra, ainda erguida.
Além deste vale de ira e lágrimas,
Assoma-se o horror das sombras,
E apesar dos anos ameaçadores,
Encontram-me sempre destemido.
Não importa quão estreita a passagem,
Quantas punições ainda sofrerei,
Sou o senhor do meu destino,
E o condutor da minha alma.
Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta