Sonho antigo tornado realidade
Foi uma luta, persistente, de muitos anos até ver
concretizado o sonho de uma sede social. A inauguração, festiva e solene,
aconteceu no passado sábado. A data vai ficar na história do clube e da
freguesia de Santana, já que, como foi afirmado, é uma casa de todos e para
todos. Para servir a comunidade. O Clube Desportivo e Recreativo de Santana, prestes
a completar 30 anos de vida está de parabéns.
A localidade de Arneiro e toda a freguesia de Santana
estiveram em festa no passado sábado. O motivo foi a inauguração da sede social
do Clube Desportivo e Recreativo de Santana, um espaço que não servirá apenas
para as actividades do clube, mas aberto a toda a comunidade, seja para festas
de baptizados, casamentos, aniversários, convívios, bailes, etc.
Logo pela manhã e para despertar os mais desprevenidos, os
Bombos de Nisa fizeram-se ouvir. Com a garra que é seu timbre, percorreram,
praticamente, quase todas as ruas das três povoações que integram a freguesia
(Arneiro, Duque e Pardo) num convite à população para estar presente na festa
da abertura oficial da sede do clube da terra.
De tarde e à hora marcada, compareceu a Banda do Fratel, os
convidados – eleitos nas autarquias, dirigentes desportivos, amigos do clube –
e a população das três localidades.
Ao som da banda, foi descerrada a placa de granito que
assinala a data de inauguração do imóvel. Houve música e palmas, o entusiasmo
patente no rosto de todos os santanenses: o sonho de muitos anos, acabava de
ser concretizado.
Depois seguiu-se a sessão solene, visitaram-se as novas
instalações, apreciou-se a exposição de pintura, inaugurada simultaneamente e
partiu-se o bolo da inauguração, com o emblema do clube. A Banda do Fratel
fazia-se, de novo ouvir, agora no amplo salão. Quem quis, dançou, festejou,
congratulou-se com a data e o acontecimento. O clube, na magreza dos recursos
de que dispõe, “fez das tripas o coração” e presenteou todos os presentes com
um lanche ajantarado. Houve música e animação a toda a hora e até os “Fora
d´Horas”, o popular grupo do Arneiro, deu corda ao relógio para que a festa não
terminasse sem um pezinho de dança e um hino ao pescador.
“ A festa foi bonita, pá!”, como cantou o Xico Buarque. Que
melhor prenda poderia desejar o CDR Santana para assinalar, condignamente, 30
anos de existência?.
“Com o esforço de
todos, fizemos a multiplicação dos pães”
- Joaquim Rodrigues, presidente do CDR Santana
Na sessão solene de inauguração, estiveram na mesa Fernando Catarino
em representação da Assembleia de Freguesia, Joaquim Rodrigues, presidente do
clube, Gabriela Tsukamoto, presidente da Câmara de Nisa e Francisco Bolêto São
Pedro, presidente da Junta de Freguesia de Santana.
Joaquim Rodrigues, agradeceu a presença da população e
convidados e disse que as primeiras palavras eram de agradecimento para aqueles
que acreditaram e nunca desistiram. Agradeceu também a todos quantos
trabalharam para que o sonho se concretizasse, desde as anteriores direcções do
clube aos eleitos e técnicos da Câmara que “fizeram a multiplicação dos pães”.
Referiu a colaboração da Junta, “sempre pronta a responder, dentro das suas
limitações”.
O presidente do CDR Santana, finalizou com “uma palavra de
esperança”. “Concretizado o sonho, agora é preciso dar vida, desenvolver
actividades, porque esta casa terá a vida que soubermos dar-lhe. É uma casa de
todos para todos e nós já apresentámos um Plano de Actividades para o próximo
ano. A direcção que vier a ser eleita, terá um importante papel na dinamização
da vida do clube e no associativismo, devendo privilegiar o conhecimento e
desenvolvimento da nossa terra.”
Francisco São Pedro, presidente da Junta, agradeceu a
presença de todos os santanenses e visitantes, disse ser com muito gosto que
ali estava e aproveitou para dar os parabéns a todas as pessoas que trabalharam
para erguerem esta obra, acabando por formular votos de que a mesma seja uma
casa para toda a comunidade.
Falou por último a presidente da Câmara, agradecendo também
a presença da população e convidados e lembrando que esta obra tinha sido um
sonho de muita gente, alguns dos quais já não estavam presentes, pelo que
propôs um minuto de silêncio em memória de todos aqueles que, de uma forma ou
outra, contribuíram para a realização do projecto. Minuto de silêncio que foi
escrupulosamente respeitado e sublinhado no fim, com uma salva de palmas.
A edil de Nisa referiu-se à sua recente deslocação à Irlanda
onde participou no Encontro de Geoparques, no qual o Geoparque da Naturtejo, o
1º em Portugal, foi oficialmente admitido, tendo destacado o papel que a
freguesia de Santana, com o Conhal, as paisagens e a gastronomia, representou
para o reconhecimento internacional desta região como Geoparque.
A autarca disse ter “confiança que o Arneiro e a freguesia
não só não vai desaparecer, como passou a ser conhecida internacionalmente. O
Arneiro está numa rede mundial, é um património mundial, que muitos milhares de
visitantes virão conhecer e apreciar, desde as belezas naturais à gastronomia e
hospitalidade das gentes. Os próximos desafios, a desenvolver em três meses
serão a elaboração de um Plano Estratégico que vai mexer com a pesca, a
agricultura e o turismo. O Geoparque abre novas perspectivas desenvolvimento
através das quais podemos afirmar a diferença do nosso território, a
singularidade das nossas gentes. Porque os Geoparques não são apenas as pedras,
são, sobretudo, as pessoas e o modo como se relacionam com o meio ambiente.
Tenho confiança de que esta freguesia vai ter muito mais gente”
Mário Mendes in "Jornal de Nisa" - nº 216 - 6/10/2006