Há já sete anos, consecutivos,
que se vem realizando, um jogo de futebol amigável, entre as povoações do Pé da
Serra e do Monte Claro, com a finalidade principal de relembrar as décadas 50 e
60 do século passado, visto que, o futebol foi o principal responsável por
vários casamentos entre as duas populações.
O convívio deste ano realizou-se
em 29 de Julho e como anfitriões, a organização era da responsabilidade do
Monte Claro.
Houve algumas incertezas quanto à
realização do evento, em virtude de um dos seus maiores impulsionadores, o
senhor Francisco Manuel ter falecido num acidente rodoviário no passado mês de
Maio.
Em boa hora se decidiram pelo
sim, sustentando que a melhor maneira de o lembrar e homenagear era dar
continuidade àquilo que ele ajudou a nascer e a desenvolver.
No cemitério local, às dez horas,
foi-lhe prestada uma sentida homenagem, por muitos amigos das duas aldeias, tendo
o signatário sido convidado a colocar uma coroa de flores na campa respectiva e
a usar da palavra.
Depois de enaltecer as qualidades
de um homem bom, que tudo fez para engrandecer a sua terra, salientando ainda a
grande perda para todos nós e desejando à sua filha – que, como é natural,
estava muito emocionada – muita coragem para vencer tão grande adversidade, foi
guardado um minuto de silêncio em sua memória.
Seguiu-se a tradicional
“futebolada”, no campo do Nisa e Benfica, visto que o relvado do campo da
Freguesia de S. Matias não se apresentava nas melhores condições, de modo a
permitir que elementos de alta craveira técnica, pudessem mostrar ao numeroso
público todo o seu potencial. Houve vários foras de jogo, bem assinalados ao
ponta de lança, João Martinho, visto que estávamos num campo de futebol e não
num parque de campismo.
O resultado final foi, como de
costume, uma vitória para quem praticou desporto.
Na quinta do senhor João
Martinho, após oferta de um galhardete pelo presidente da Junta de Freguesia de
S. Simão, aí sim as equipas encaixaram-se na perfeição, num harmonioso 4.4.2,
isto é, quatro tintos, quatro sardinhas, duas garfadas num saboroso borrego
guisado.
Enquanto uns jogavam uma
“suecada”, outros cantaram o fado e ao desafio. A camisola foi atribuída a um
elemento da equipa anfitriã.
in "Jornal de Nisa" - nº 213 - 2006