Foi a vila de Nisa, no distrito
de Portalegre, que viu nascer Jaime Correia de Inso, a 12 de Outubro de 1880.
Ao atingir a maioridade, assentou praça no regimento da Infantaria 22, na
capital de distrito e integrou, no ano seguinte, o corpo de alunos da Armada. É
promovido a guarda-marinha em 1903 e, três anos depois, a segundo-tenente. Ao
longo da sua carreira ascendeu ainda à posição de capitão-tenente e
capitão-de-fragata, cargo no qual passou à reserva em 1938.
Em Macau, terra à qual dedicou
praticamente toda a sua obra literária, serviu na Estação Naval de Macau e
também na Marinha Colonial de Macau, tendo comandado a canhoeira “Pátria” entre
1926 e 1929, altura em que esta se encontrava em serviço no Mar da China.
Durante o período em que esteve em comissão de serviço no Extremo Oriente manteve
uma colaboração com o semanário de Macau “A Pátria”. Já em Portugal, os seus
contributos para a imprensa estenderam-se ao jornal “Diário de Notícias”.
Em 1932 e 1933 Jaime do Inso
publica em duas edições de autor, respectivamente, “O Caminho do Oriente” e
“Visões da China”. Sobre o primeiro, o conde de Penha Garcia, que assina o
prefácio da obra, escreve que “o autor conhece bem esse maravilhoso caminho,
elaborou através de um enredo simples uma série de descrições de viagem
palpitantes de vida, que terminam com um pequeno drama sentimental vivido em Macau.” Já o seu
segundo livro reúne trabalhos dispersos por jornais do Brasil, de Portugal e de
Macau.
Ao longo da sua carreira militar
teve ao seu comando a Escola Prática de Artilharia Naval e prestou serviço na
Direcção Naval do Atlântico-Sul, no Corpo de Marinheiros, na Majoria General da
Armada, na Intendência do Arsenal e no Estado-Maior Naval, tendo ainda
desempenhado funções de defensor oficioso no Tribunal da Marinha. Já no fim da
carreira teve a seu cargo a direcção da Biblioteca e do Museu da Marinha, ao
qual legou alguns objectos seus e um espólio fotográfico.
Jaime Correia de Inso faleceu em
Lisboa a 7 de Outubro de 1967.