A foto já tem uns bons aninhos (de outra forma não a colocaria aqui) e escolhemo-la para assinalar o Dia Mundial de
Combate ao Bullying. Esta palavra e aquilo que sugere (opressão, coacção física e psicológica, aproveitamento das fragilidades de crianças) sempre existiram, mas eram situações resolvidas no momento. Curioso (para não lhe chamar vergonha instituída ou institucional) era o facto de alguns professores da "escola da ditadura" serem, eles próprios, agentes ou promotores do "bullying" (a palavra, na altura nem sequer era conhecida) ou da opressão psicológica sobre crianças menos dotadas intelectualmente ou com grandes dificuldades a nível social e económico. Foi o tempo das "orelhas de burro" e da exposição pública de crianças indefesas e mal tratadas por aqueles, adultos e professores, a quem competia, especialmente, zelar pela sua educação, segurança e desenvolvimento harmonioso. Esse tempo ficou, definitivamente, para trás, mas ainda hoje há reflexos, vivos, desse comportamento anti-educacional, desse "bullying" de cabeças duras e desumanas que chegaram a "professores".
As crianças da foto não têm nada a ver com esse velho e distante mundo. A sua expressão terna e confiante, num dia de Santa Cruz de Maio é, tal como as flores que ostentam, um poema de esperança e de futuro num mundo melhor.