Rio Zêzere, Turismo e Cerejas do Fundão podem ser
afetados
O projeto de
exploração e tratamento de depósitos de minerais a céu aberto de lítio,
tantalo, nióbio, volfrâmio, rubídio, cobre, chumbo, zinco, ouro, prata, césio,
escândio e pirites, abrange uma área de 403 hectares , situada
na união de freguesias da Coutada e Barco, no concelho da Covilhã, e nas
freguesias de Silvares e Lavacolhos, no concelho do Fundão.
Esta eventual exploração situa-se a poucas centenas de
metros da margem do rio Zêzere e de várias povoações, e, caso avançasse, teria
um impacte muito significativo no ambiente e na qualidade de vida das
populações envolventes, existindo um risco muito elevado de contaminação das
águas do rio Zêzere, dos solos, da paisagem e do ar.
A Quercus lembra que este impacte seria cumulativo com
outras fontes de poluição já existentes na zona, como o complexo de Minas da
Pampilhosa da Serra que tem um passivo ambiental de várias décadas, e que
continua por resolver. Estes impactes seriam muito significativos no rio
Zêzere, que abastece milhões de cidadãos com água para consumo, no ecossistema
da Serra da Argemela, no ecossistema ribeirinho e nas populações que vivem na
envolvente da área.
Dado o método de exploração previsto (a céu aberto) e o
regime de ventos nesta zona de montanha, a dispersão de poeiras decorrentes da
exploração dos minérios poderá chegar a dezenas de quilómetros de distância do
local e poderá afetar não só a qualidade do ar, mas também a agricultura da
zona (Cova da Beira), a saúde das populações e o turismo. Na evolvente da
eventual exploração existe um castro e mais de 800 residentes das aldeias do
Barco e Coutada.
As populações, autarcas e vários empresários do sector do
turismo e agricultura estão contra este projeto, pois têm sido investidos na
zona vários milhões de euros (em investimentos privados e fundos comunitários),
que são postos em causa com este projeto. Estes cidadãos que se sentem afetados
e prejudicados com a possibilidade de avanço da exploração mineira, criaram uma
plataforma de defesa da Serra da Argemela, à qual a QUERCUS aderiu.
A Quercus irá
colaborar com o movimento de contestação à exploração mineira na Serra de
Argemela e usará todos os seus meios para travar este projeto que coloca em
causa o desenvolvimento sustentado desta região, o ambiente e a saúde das
populações.
A Direção do
Núcleo Regional de Castelo Branco da Quercus – Associação Nacional de
Conservação da Natureza
A Direção Nacional
da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza