Realiza-se hoje, dia 8 de Maio pelas 19 horas na sede da Junta de Freguesia de Montalvão, uma reunião no âmbito da Consulta Prévia para a criação
da Zona de Intervenção Florestal (ZIF) do Sever que abrange, além da freguesia de Montalvão, a freguesia de Póvoa e
Meadas, no concelho de Castelo de Vide.
De acordo com o Edital de Consulta Prévia, a ZIF do Sever, a constituir, irá abranger uma área de cerca de 20 mil hectares, dos quais 90 por cento será ocupada com espaços florestais.
O governo já fez saber das suas intenções, no plano legislativo, de limitar a área abrangida pela monocultura do eucalipto e o anúncio de criação de uma ZIF numa área tão sensível, do ponto de vista ambiental e paisagístico como é o rio Sever, faz levantar sérias dúvidas e preocupações, quanto à real natureza do projecto.
As margens do Sever não precisam de (mais) eucaliptos, mas sim de um verdadeiro plano de ordenamento que valorize o rio, a sua história e o investimento que nos últimos anos tem sido feito, na implementação de circuitos pedestres e de reabilitação de um recurso natural que tem trazido muitos visitantes às freguesias de Montalvão e Póvoa e Meadas, no extremo norte alentejano.
O território nacional não é, não pode ser, exclusivamente, uma "coutada" para os exploradores das indústrias de celulose, entre as quais a Celtejo, a principal poluidora do rio Tejo, como tem sido amplamente demonstrado.
Seria bom que os autarcas das duas freguesias envolvidas no "projecto" de criação da ZIF do Sever (o próprio nome, por si só, é provocatório) interviessem em defesa das populações que os elegeram.
O eucalipto não traz mais valias para a região, antes pelo contrário: "mata" aquelas que existem e foram, ao longo dos anos, persistente e laboriosamente, construídas.
Mário Mendes