Depois
da demissão de Pedro Nuno Santos de secretário-geral do PS na sequência do
resultado das eleições legislativas, José Luís Carneiro anunciou que é
novamente candidato à liderança do seu partido, isto depois de ter perdido as
eleições directas para o líder demissionário.
José
Luís Carneiro, encarado pela opinião pública como um dos rosto da ala à direita
dentro do seu partido, não fez por esperar para dar provas da sua fama e face
ao anúncio do PCP de apresentação de uma moção de rejeição ao Programa de
Governo, o candidato a secretário-geral do PS defendeu que o seu grupo
parlamentar devia votar contra.
Para
José Luís Carneiro votar contra um documento que rejeita o projecto
reaccionário de direita é um sinal «de
boa-fé», para «cooperar» e «garantir estabilidade» ao Executivo da AD. A ideia
parece dar condições ao Governo liderado por Luís Montenegro para colocar em
marcha todo o programa eleitoral com que a sua coligação se apresentou a
eleições.
Recorde-se
que antes da queda do Governo, tinham já sido anunciadas Parcerias
Público-Privadas no SNS, um conjunto de privatizações, a possibilidade de
aumento de propinas no Ensino Superior ou revisão da legislação laboral. Para
esta legislatura, com a composição actual da Assembleia da República, a
Iniciativa Liberal fez o favor à AD e ao Chega e abriu caminho a uma eventual
revisão constitucional.
Com tudo isto em cima da mesa, no seu espaço de comentário na CNN Portugal, José Luís Carneiro diz que o voto contra na moção de rejeição anunciada pelo PCP visa «criar as condições para que possa entrar em exercício de funções». Já sobre o Orçamento do Estado, o candidato à liderança do PS limitou-se a dizer: «vamos aguardar pela composição dos órgãos do meu partido. No PS o secretário-geral tem o dever de ouvir a direção do partido».
AbrilAbril - 27 de Maio de 2025
Foto:
José Sena Goulão / Lusa