A Deliberação foi proposta ao Conselho de
Paris pela Maire Anne Hidalgo explicando que Cesária Évora nasceu em 1941 em
São Vicente e faleceu a 17 de dezembro de 2011. “Originária de uma família
popular, esteve num orfanato depois da morte do pai e ali ficou entre os 7 e os
13 anos. Foi lá que aprendeu a cantar integrando a coral do orfanato. Começou a
ser cantora aos 16 anos e no início dos anos 70 começou a ter sucesso em todas as
ilhas de Cabo Verde. Os anos 1990 marcaram uma viragem na sua carreira, e
tornou-se uma cantora com dimensão internacional”.
Anne Hidalgo explica ainda que Cesária Évora
cantava sobretudo em crioulo de Cabo Verde e que se produziu nas mais
prestigiadas salas do mundo, entre as quais o Olympia de Paris. Referiu ainda
alguns dos prémios que recebeu durante a sua carreira, nomeadamente duas vezes
a “Victoire de la Musique”, em 1999 e em 2004, e um Grammy Award do melhor
Álbum World Music em 2004.
A atribuição do nome de Cesária Évora a uma
escola decorre de uma proposta aprovada pelo Conselho de Paris de julho de 2020
de “dar visibilidade no espaço público às mulheres que, pelo seu percurso,
contribuíram à propagação dos valores de Paris e da República”.
O Conselho da nova Escola Cesária Évora e a
comunidade educativa participaram ativamente neste projeto de “batismo” do
estabelecimento de ensino.
UMA EXPOSIÇÃO SOBRE CESÁRIA ÉVORA NAS MARGENS
DO SEINE
No mesmo Conselho de Paris que decorre estes
dias, foi aprovada a realização de uma exposição, coorganizada pela associação
“Les Arts Voyagent”, intitulada “Cesária Évora”, entre os dias 28 de abril e 2
de junho, na rampa Châtelet, nas margens do rio Seine, no 4° bairro da capital.
A exposição pode ainda voltar a ser
apresentada num outro bairro de Paris durante o corrente ano de 2025 e
“inscreve-se no quadro dos 50 anos da independência de Cabo Verde e dos países
lusófonos da África, no seguimento da Revolução dos Cravos em Portugal, em
1974”.
Trata-se de cerca de 30 fotografias, algumas
das quais inéditas, que convidam à descoberta do universo da cantora que “soube
dar uma voz universal à cultura de Cabo Verde”. Vai ser dada uma atenção
especial à carreira de Cesária Évora, nomeadamente em Paris onde começou a carreira
internacional.
Segundo a Deliberação aprovada no Conselho de
Paris, “a exposição desvenda as múltiplas facetas de Cesária Évora: a mulher, a
artista, a embaixadora cultural, e sobretudo, uma voz livre que entrou nos
corações de quem assistiu aos concertos nas salas mais prestigiosas do mundo, a
começar pelo Théâtre de la Ville, que acolheu a primeira data parisiense. A
intenção é de mostrar que a música, tal como ela praticou, é uma linguagem
universal capaz de unir as culturas para além das fronteiras, e de preservar
uma memória coletiva”.
CESÁRIA ÉVORA JÁ TEM UMA RUA EM PARIS
Desde 2014 Cesária Évora já tem uma rua em
Paris, no 19° “arrondissement”, não muito longe da nova escola com o nome da
cantora, no seguimento de uma proposta formulada em dezembro de 2011, pelo
então Maire-Adjoint Hermano Sanches Ruivo.
Trata-se de uma rua vegetalizada paralela ao
boulevard Macdonald dos detrás dos antigos entrepostos Macdonald por onde passa
a linha de tramway T3b e onde está a Gare Rosa Parks do RER E.
in lusojornal
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