Era uma vez, num
país distante,
que ficava muito
para além do mar,
onde o sol era
um pássaro errante
e as rosas
desabrochavam, ao luar.
Onde a água, nas
fontes, murmurava
canções de amor
e de bem-querer
ao ouvido de
quem se debruçava,
nelas, para
beber.
Onde as estradas
eram avenidas
bordadas de
miosótis e alecrim
e, em cada
recanto,
havia esculpidas
estátuas de jade
e de marfim.
Onde a noite,
sempre que caía,
abria,
generosa, as
mãos e delas
escorregavam
miríades de estrelas
tão brilhantes,
tão luzentes,
que o tombar da
noite parecia
o reacender de
um arrebol,
pois até a doce
cotovia
entrava em dueto
com o rouxinol
julgando que era
já dia
e que a luz,
que, então, havia,
era a luz do
próprio sol.
Onde as árvores,
em profusão, plantadas
(cada canteiro
tinha mais de mil)
estavam, sempre,
em flor,
lançando no ar
lavado,
o perfume
delicado
da beleza e da
cor.
Era uma vez... E
era, outra vez, Abril.