Em Nisa, mais de 80 anos após o texto que abaixo referimos, a Censura ainda existe. Há um CENSOR, oficial ou oficioso no MUNICÍPIO DE NISA que APAGA, BLOQUEIA e SUPRIME todos os comentários que NÃO AGRADAM à presidente da Câmara.
A princípio, a estratégia censória passava
por apagar os comentários, alguns dos quais irrisórios e sem qualquer
contundência. Depois, começou a "fiar mais fino", tal como na PIDE
que implantou novas "técnicas". Criou-se uma lista de CIDADÃOS, os
mais críticos e activos, que de um momento para outro e sem qualquer aviso
prévio (era o que faltava...) foram APAGADOS, BLOQUEADOS do acesso às páginas
de Facebook do Município.
A "perda" nem seria grande, não
fosse o facto de, nessas páginas passar o grande volume da informação e
propaganda da Câmara. É isso que o CENSOR DE SERVIÇO - devidamente orientado na
sua função - não quer que os MUNÍCIPES leiam e vejam para que não possam
COMENTAR, exercendo um dever cívico e democrático.
A senhora Idalina que tanto reclama o DIREITO
AO CONTRADITÓRIO viola, de forma constante e intencional, um dos DIREITOS
FUNDAMENTAIS de um regime democrático: A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE
INFORMAÇÃO.
E, vai mais longe, ao negar a cedência do
auditório da Biblioteca Municipal para
iniciativas de âmbito cultural, a cidadãos e a associações do concelho,
principalmente daqueles e daquelas que não caíram nas suas "boas
graças".
A uma delas - a Associação Nisa Viva - devia
ter a hombridade de agradecer, entre outras iniciativas, o importante e
decisivo papel que desempenhou contribuindo para a recuperação do Menir do
Patalou. E como agradeceu? Negando a cedência do auditório da Biblioteca
Municipal para uma Conferência promovida por aquela associação.
Em Abril de 2014, a Câmara negou - nunca
negando, pois nem foi capaz de assumir o óbvio - a cedência do auditório da
Biblioteca para a apresentação de um livro, de um autor do concelho e
ex-secretário da Assembleia Municipal (talvez por isso...).
Joaquim Marques Rodrigues, professor, já
partiu do nosso convívio. Levou consigo essa mágoa do desumano tratamento que
recebeu, baseado na intolerância política e partidária.
O livro tinha (e tem) como título
"Contos Montesinhos", (re)tratava histórias e pessoas do concelho e
está esgotado,. O Joaquim Marques escreveu à Câmara, uma e outra vez, falou com
"responsáveis" da Cultura, até que percebeu que a CENSURA existia. O
livro foi apresentado em Santana e mais tarde, a 23 de Abril, num
estabelecimento de restauração. Eu estive lá e fotografei o evento. Estávamos
em 2014, Idalina iniciava o mandato e ainda que "levemente" já
mostrava os tiques ditatoriais que hoje ostenta e dos quais se orgulha. A
Câmara é ela. Os outros, os dois vereadores a tempo inteiro do executivo, não
sei como chamar-lhes. Só sei que
"isto" não é, não pode ser, o exemplo de um partido socialista e
muito menos da transparência que um órgão do poder local deve ter para com os
seus munícipes, a razão de ser da sua existência.
Trabalhar para as pessoas, como tenho
repetido vezes sem conta, não pode ser TRABALHAR APENAS PARA ALGUMAS PESSOAS,
MAS SIM PARA TODAS!
Há CENSURA EM NISA! HÁ CIDADÃOS E CIDADÃS, MUNÍCIPES DO CONCELHO
QUE SÃO DIARIAMENTE DISCRIMINADOS.
Seria bom que as ENTIDADES QUE TUTELAM AS
AUTARQUIAS LOCAIS NÃO CONTINUASSEM, POR MAIS TEMPO, A FECHAR OS OLHOS E A
ASSOBIAR PARA O LADO.
Mário Mendes