29.4.25

NISA: A Censura ainda existe!

 

Em Nisa, mais de 80 anos após o texto que abaixo referimos, a Censura ainda existe. Há um CENSOR, oficial ou oficioso no MUNICÍPIO DE NISA que APAGA, BLOQUEIA e SUPRIME todos os comentários que NÃO AGRADAM à presidente da Câmara.

A princípio, a estratégia censória passava por apagar os comentários, alguns dos quais irrisórios e sem qualquer contundência. Depois, começou a "fiar mais fino", tal como na PIDE que implantou novas "técnicas". Criou-se uma lista de CIDADÃOS, os mais críticos e activos, que de um momento para outro e sem qualquer aviso prévio (era o que faltava...) foram APAGADOS, BLOQUEADOS do acesso às páginas de Facebook do Município.

A "perda" nem seria grande, não fosse o facto de, nessas páginas passar o grande volume da informação e propaganda da Câmara. É isso que o CENSOR DE SERVIÇO - devidamente orientado na sua função - não quer que os MUNÍCIPES leiam e vejam para que não possam COMENTAR, exercendo um dever cívico e democrático.

A senhora Idalina que tanto reclama o DIREITO AO CONTRADITÓRIO viola, de forma constante e intencional, um dos DIREITOS FUNDAMENTAIS de um regime democrático: A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE INFORMAÇÃO.

E, vai mais longe, ao negar a cedência do auditório da Biblioteca Municipal  para iniciativas de âmbito cultural, a cidadãos e a associações do concelho, principalmente daqueles e daquelas que não caíram nas suas "boas graças".

A uma delas - a Associação Nisa Viva - devia ter a hombridade de agradecer, entre outras iniciativas, o importante e decisivo papel que desempenhou contribuindo para a recuperação do Menir do Patalou. E como agradeceu? Negando a cedência do auditório da Biblioteca Municipal para uma Conferência promovida por aquela associação.

Em Abril de 2014, a Câmara negou - nunca negando, pois nem foi capaz de assumir o óbvio - a cedência do auditório da Biblioteca para a apresentação de um livro, de um autor do concelho e ex-secretário da Assembleia Municipal (talvez por isso...).

Joaquim Marques Rodrigues, professor, já partiu do nosso convívio. Levou consigo essa mágoa do desumano tratamento que recebeu, baseado na intolerância política e partidária.

O livro tinha (e tem) como título "Contos Montesinhos", (re)tratava histórias e pessoas do concelho e está esgotado,. O Joaquim Marques escreveu à Câmara, uma e outra vez, falou com "responsáveis" da Cultura, até que percebeu que a CENSURA existia. O livro foi apresentado em Santana e mais tarde, a 23 de Abril, num estabelecimento de restauração. Eu estive lá e fotografei o evento. Estávamos em 2014, Idalina iniciava o mandato e ainda que "levemente" já mostrava os tiques ditatoriais que hoje ostenta e dos quais se orgulha. A Câmara é ela. Os outros, os dois vereadores a tempo inteiro do executivo, não sei como chamar-lhes.  Só sei que "isto" não é, não pode ser, o exemplo de um partido socialista e muito menos da transparência que um órgão do poder local deve ter para com os seus munícipes, a razão de ser da sua existência.

Trabalhar para as pessoas, como tenho repetido vezes sem conta, não pode ser TRABALHAR APENAS PARA ALGUMAS PESSOAS, MAS SIM PARA TODAS! 

CENSURA EM NISA!  HÁ CIDADÃOS E CIDADÃS, MUNÍCIPES DO CONCELHO QUE SÃO DIARIAMENTE DISCRIMINADOS.

Seria bom que as ENTIDADES QUE TUTELAM AS AUTARQUIAS LOCAIS NÃO CONTINUASSEM, POR MAIS TEMPO, A FECHAR OS OLHOS E A ASSOBIAR PARA O LADO.

Mário Mendes