Hoje está um dia solarengo e todo o meu ser, o meu coração se alegra de prazer. Diz-se em Israel que o português gosta de sardinha e de sol. As manchetes dos jornais falam em corrupção de alguns dos governantes – o mal maior da Democracia. Eu amo o meu país desde as entranhas da minha mãe, muito antes de eu ter vindo à luz do dia e do mundo. O país não é a geografia das ruas e das casas, é a alma profunda das pessoas que nele habitam e se dão condicional e incondicionalmente. Há na minha alma a palavra e o sentir das gentes que vieram antes de mim e que habitaram a Península, um passado a que não posso ser indiferente. Se é verdade que é a História que nos condiciona, havemos de aprender com ela, projetando-a para o futuro no presente. Todos fazemos parte de um todo e se a corda “A” da guitarra se partir, temos de continuar a tocar com as restantes. Nenhum bem virá ao seu quintal se não tratar do seu jardim. Haverá sempre formigas e cigarras neste mundo. Entre ricos e pobres há a unidade do género humano.
Portalegre, 12 de janeiro de 2023
José Oliveira Mendes