Foi hoje, só hoje, 4 de outubro que soube que um grande ser
humano deixou de brilhar cá na Terra para agora ir brilhar lá no céu… partiu!
Sim, partiu meu conterrâneo e amigo o “Ti Jorge” como eu e tantos outros lhe
chamávamos, e que será assim que irá ser sempre lembrado “O TI Jorge
Sapateiro”.
Fiquei de coração partido. Senti um grande vazio ao saber da
notícia, soube já tarde, visto que este amigo já nos tinha deixado no dia 24 de
setembro, não o acompanhei até ao sitio onde agora permanece o seu corpo, mas
tenho-o presente e lembro-o pois a sua alma está em todo o lado e para mim, o
“Ti Jorge” será sempre lembrado.
Hoje penso, e o que mais me dói desta triste noticia, foi
que numa das minhas idas à Amieira do Tejo a uma festa em honra da Nossa
Senhora da Sanguinheira, eu ter comentado com o meu marido, ao passar pela casa
do Sr. Jorge Pires, “Já não vejo o “Ti Jorge” à tanto tempo, tenho que ir
vê-lo…”. Já não o vi, não fui a tempo. Por ironia do destino, quem diria que
nunca mais o iria ver.
Como não podia deixar de acontecer, sabendo eu do
acontecimento, estou aqui para homenagear este “pequeno” grande Homem da
cultura e do conhecimento, que tanto nos honrou levando o bom nome da Amieira
do Tejo por esse caminho fora… Para muitos vão achar que não nos deixou nada,
mas acreditem que nos deixou tanto e fica na consciência de cada um.
Bem sei que as homenagens deviam ser sempre feitas em vida,
mas nem sempre assim é… pois ninguém acredita, ou quer pensar no fim. Mas para
mim, a melhor homenagem que eu e todos podemos fazer é não esquece-lo e
guarda-lo no coração, pois quem é lembrado nunca morre!
Da minha parte, onde quer que ele esteja, quero dizer:
- “Obrigada “Ti Jorge”, por ter acreditado em mim, obrigada
por me ter encorajado a escrever sobre tanto e ainda sobre tão pouco, pois há
tanto a escrever. Quando escrevi sobre as telas do calvário, sobre o castelo e
tantas outras coisas, coisas que me iam na alma e precisavam de ser ditas, e
como nós sabemos que tanto foi dito e também muito foi feito, não podemos
deixar de falar de uma pessoa tão importante no meio de tudo isto, “O Ti
Jorge”. Tanto respeito tenho por ele.”
Terminando assim dizendo “O Ti Jorge”, incentivou-me a
escrever e a divulgar, pois só assim nos damos a conhecer, a nós, à nossa terra
e à nossa gente!
Obrigada “Ti Jorge”, obrigada pelo empurrão que me deu com a
simples frase: “escreve Ana Paula, escreve!”.
E sabe “Ti Jorge”, o Sr. foi para mim um grande Homem, grande
em sentimentos, cultura, conhecimento, generosidade e humildade.
Homem das letras e das palavras… e como grande Homem foi, o
meu sentido e saudoso, muito obrigada, por ter existido e simplesmente por ter
deixado pegadas no caminho.
“Ti Jorge”, para si não é um adeus, é um até sempre!
Ana Paula Mendes Nunes da Conceição Horta
7 de outubro de 2018