Quem visitar hoje Amieira do Tejo, poderá pensar que a nossa
terra atravessa uma grande onda de progresso devido à acumulação de obras
públicas que estão em curso na Praça Nun´Álvares, na rua do Arrabalde e Lar de
Acolhimento.
No sector privado foi inaugurado há pouco tempo o Turismo
Rural no Chão do Prior, único no concelho.
De facto e embora não queira tomar uma posição de
derrotismo, o que é verdade é que o desencanto está hoje, mais do que nunca, na
mente daqueles que preferem enfrentar a realidade futura, cada vez com menos
soluções humanas para fazer face a eventuais tempestades que nos possam
atormentar.
No entanto, uma luz ao fundo do túnel parece agora trazer
nova esperança a este burgo, com a criação de uma nova associação com um projecto
único em Portugal e que dá pelo nome de RURAT.
Trata-se de uma organização composta por gente idónea e
responsável, será, pois, importante para a nossa terra que este projecto não
siga o exemplo de muitos outros que acabaram, pura e simplesmente, por abortar.
É nosso dever como amieirenses, apoiar estes homens que apesar da crise tiveram
a coragem de, voluntariamente, abraçar este projecto cujo objectivo é valorizar
o património dos seus associados, através de intervenções de beneficiação
(obras, cultivos, criação de actividades) arrendamento ou venda.
Esperemos agora que o povo de Amieira entenda a palavra
associação e não comece a inventar adjectivos, muitas vezes com a costumada
intenção destrutiva.
É preciso pensarmos que Amieira, como a maior parte das
terras do interior, está cada vez mais deserta e a grande responsabilidade de
tudo isto é das cegonhas que antigamente traziam meninos às carradas e agora,
nem vê-los...
Se calhar já estão ricas ou, então, é por causa dos
combustíveis!...
Jorge Pires in "Jornal de Nisa" nº 263 –
Set. 2008