Catarina Martins ouviu as queixas
de habitantes de uma das aldeias afetadas pelos incêndios no concelho de Arouca
e defendeu uma política de gestão coletiva da floresta que garanta a
rentabilidade e previna incêndios. A política de eucaliptização do país tem de
acabar, afirmou a coordenadora bloquista.
Em declarações à comunicação
social na aldeia de Castanheira, no final de uma visita às áreas ardidas do
concelho de Arouca, no distrito de Aveiro, a coordenadora do Bloco afirmou que
o governo ainda “fez pouco” para melhorar a preservação da floresta nacional,
tendo elencado as medidas que quer ver implementadas para se evitarem fogos
descontrolados. A visita contou com a presença do presidente da Câmara de
Arouca, José Artur Neves, e dos deputados bloquistas Pedro Soares e Moisés
Ferreira.
"Parece-nos bem o governo
ter um cadastro da floresta para ter informação, mas o passo seguinte é a
gestão coletiva da floresta, para ela ser rentável e não arder - porque é
explorada, limpa, trabalhada", sublinhou, tendo acrescentado: "Percebemos
que o governo deu alguns passos, mas são muito poucos".
Para a dirigente bloquista
"é preciso ir mais longe" e, desta forma, recomenda legislação que
implemente "a gestão coletiva da floresta - uma espécie de condomínio em
que há responsabilidades comuns", como considera "essencial" num
país em que predomina o minifúndio.
"Ao contrário de outros
países em que a maior parte da floresta é pública, em Portugal a maior parte é
privada, o que exige um compromisso e obrigações diferentes", avançou.
Empenho legislativo
"Esse é o empenho
legislativo que é necessário neste momento: o da gestão coletiva da floresta,
para que ela possa ser rentável, para que haja obrigações sobre a forma como
essa se mantém e para se acabar com a mancha contínua de eucaliptos e também
pinheiros, e se ter espécies autóctones", sublinhou.
A coordenadora do Bloco disse
também que a "eucaliptização do país é um problema grave que tem de ser
tratado" e "este é o momento de todos os partidos da Assembleia da
República responderem com uma legislação bem diferente da que tem existido até
agora".
"Temos tido legislação para
permitir eucalipto e, portanto, temos que fazer diferente", disse tendo
ainda acrescentado que “há um compromisso assumido pelo governo que é
importantíssimo que vá para a frente: a lei dos eucaliptos, feita pelo PSD e
pelo CDS, não pode continuar”.
Em relação às medidas de carácter
mais urgente destinadas a apoiar as populações afetadas pelos incêndios, a
dirigente bloquista disse ser prioritária em Arouca a atribuição de apoios para
alimentação dos animais que ficaram sem pasto e para reconstrução dos
respetivos currais.
"Isso é muito premente e
basta ver como os animais estão magros e frágeis. Está a ser resolvido, mas, em
todo o caso, é preciso canalizar os apoios públicos possíveis, já, para estas
populações", sublinhou.
in www.esquerda.net