Nunca vivi apegado a qualquer práxis partidária.
O momento presente, a crise financeira em que se vive cercado tem-me
levado a profunda e séria reflexão.
Mas desde o primeiro momento não entendo que a práxis política não tenha equacionado a
necessidade de ter posto uma questão prévia : tal momento, a sua complexidade, o confronto das negociações, a
dificuldade ou a alta tecnicidade e rigor das mesmas, o dever alargado de participação das mesmas,
suponha à partida a escolha rigorosa dos
seus interlocutores, uma gestão política de qualidade superior,
supra-partidária, com a escolhas das nossas melhores figuras integrando
verdadeiros Homens de Estado, com conhecimentos e experiências comprovadas, adequadas às missões específicas para protecção e defesa
dos os dossiers e interesses nacionais,
representando toda a sociedade portuguesa e com um matiz que abrangesse os
diversos campos : político, religioso, social e
económico.
Ainda hoje rumino e dispensa desse por maior que evitaria
unilateralidades e talvez permitisse
outro rasgo de intervenção.
Não quero com isso subestimar
seja quem for mas parece que constituiria a premissa maior, essencial para uma alta estratégia e
campo alargado de defesa da nossa especificidade nacional.
Ficaria com isso ofendida a democracia?, muito pelo contrário entendemos que seria uma prova de que os
partidos priorizavam soluções que partiam de uma base que exigia outro tipo de intervenção em tal conjuntura.
Sucederam-se as mais diversas
dúvidas sobre as medidas aplicadas , a sua metodologia, e teme-se que o doente
não morra da doença mas da cura.
Daí a preconizada e inicial metodologia referida
que alguém terá qualificado como creio suspensão formal da democracia,
ou seja com uma componente acima da partidária, com antes de tudo técnica e preenchida com os melhores
Homens de Estado com forte experiência nos vários dossiers e voz
reconhecidamente autorizada , com conhecimentos e capacidades acima da
média capazes de no teatro intencional
adivinhar a urgência dos
dossiers e soluções , dos nossos interesses a tratar …salvaguardando-se em primeira linha o desenvolvimento e
sustentabilidade do país, desgraçadamente periclitante .
Digo mal? Talvez...
João Castanho