O governo das forças de ocupação teme que possa suceder
"alguma coisa" aos manifestantes que irão cumprir, no próximo dia 19
de Outubro a Marcha por Abril.
Preocupado com a segurança dos manifestantes e munido dos
pareceres que encomendou para justificar o injustificável, o governo pede que
não se atravesse a Ponte.
Está preocupado e tem
razões para estar!
Razões que se prendem não
com as invenções apresentadas: desconhecimento do número de participantes,
possibilidade de os marchantes baixarem para o patamar onde circulam os
comboios, não ser possível qualquer intervenção em caso de emergência, os
marchantes não terem seguro, etc..., etc..., mas com a razão real de que a
Marcha será um novo e importante empurrão para pôr o governo na rua e os seus
mandantes tirarem a mão dos nossos bolsos.
Não esqueceram que foi na
Ponte 25 de Abril que se iniciou a contagem final do "reinado
cavaquista" e medrosos, afadigam-se a tentar manter a sua Ponte Salazar
esquecendo que esta é há muito a Ponte 25 de Abril.
Vejamos os argumentos
(alguns):
1º Não é possível saber atempadamente
quantos serão os marchantes no dia 19, ao contrário de anteriores feijoadas ou
maratonas. Não? então não é o governo quem sistematicamente manda os seus
"avaliadores" dizerem que em cada manifestação eram muito poucos?
2º A altura de 70
metros entre o Tabuleiro e a àgua é fator de grande
risco.
Porquê, o tabuleiro da ponte vai atirar-nos borda-fora?
3º Os manifestantes, ao contrário dos maratonistas, não tem
seguro.
Será que se as seguradoras "amigas" engordarem com
mais uns euros, o "perigo desaparece"?
4º As dificuldades acrescidas no caso de multidões em fúria (ou
em pânico).
Tem sido essa a matriz das iniciativas da CGTP-IN? ou o governo
está a equacionar enviar provocadores (como já sucedeu) para estimular a fúria
ou o pânico?
Posto isto resta-nos a constatação de que o governo das forças
ocupantes teme pela sua própria segurança.
Tem razão! Como outros que o antecederam com os mesmos
objectivos vai ser despachado para o caixote do lixo da história.
Como transformámos o Terreiro do Paço em Terreiro do Povo, dia
19 vamos garantir que a Ponte que já foi Salazar se mantenha para nós e para os
nossos filhos e neto a PONTE 25 DE ABRIL!
Portalegre, 12-10-2013
Diogo Serra