No início do Verão, a vila de Nisa viu surgir diversas obras públicas
e logo o nizorro, com ou sem razão, associou o frenesim camarário às eleições
autárquicas.
Estas, realizaram-se há quase três semanas, com os resultados
conhecidos. Fosse por isso ou por outra qualquer razão que me escapa, nomeadamente,
a falta daquilo com que se compram os melões, certo é que as obras pararam. No
Rossio, o edifício conhecido por Tolan, agora rebaptizado de “sala de chá”, viu
partir os operários que ali, afanosamente – enquanto houve “carcanhol” –
trabalhavam. Os sanitários, que abriram ao público enquanto durou a festa na praça,
estão fechados a sete chaves, como se os residentes e visitantes só precisassem
de fazer as suas necessidades fisiológicas enquanto a música toca.
O “Tolan”, definitivamente, encalhou e o novo executivo vai ter
que desencalhá-lo. Como as obras na Urbanização das Amoreiras, junto ao
polidesportivo, obras simples e que se arrastam há demasiado tempo. Ou as obras
iniciadas em tempo eleitoral – se calhar para não haver “terra queimada” – da pavimentação
da estrada entre Santana e Velada, prometidas há mais de 20 anos.
Há coisas que os políticos, por mais experientes e
experimentados na função, não aprendem!
Essa, a de fazer que fazem, o que não querem fazer – porque não
têm projectos nem verbas disponíveis para o efeito – é uma velha pecha de que não
conseguem libertar-se. Vêem os munícipes e eleitores como “papalvos”, convencidos
como estão, de que bastarão meia dúzia de metros de calçada, uns bancos e umas
flores, para alterar o comportamento eleitoral dos cidadãos.
A conclusão de tudo isto é que as obras feitas ou iniciadas com
esse fim, acabam por ficar, sempre, mais caras e quem paga tudo isso é o erário
público, o Zé Povinho.
De nada vale falar em transparência, quando os gabinetes são
fechados e opacos...
Mário Mendes