Ainda por ocasião da celebração dos 50 anos do 25 de abril
de 1974, terá lugar no dia 10 de setembro, pelas 18h00, na Maison du Portugal
André de Gouveia, na Cité universitaire internationale de Paris, uma
conferência sobre Maria Lamas, figura incontornável do feminismo em Portugal,
organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian – Delegação em França, em
colaboração com a Fondation Maison des Sciences de l'Homme e a Fundação Simone
de Beauvoir.
Maria Lamas (1893-1983), jornalista e escritora, educadora
e investigadora etno-social, tradutora e fotógrafa, lutadora pelos direitos humanos
e civis durante a ditadura, é talvez a mulher portuguesa mais notável do século
XX. Embora exista uma certa memória da sua afirmação política e da sua acção
durante o Estado Novo (1930-1960, que lhe valeu a prisão em 1949, 1951 e 1953)
e o seu exílio em Paris (1962-1969), a sua obra literária e jornalística está
praticamente esquecida. Muito poucos de seus livros - mais de vinte obras,
incluindo poesia, ficção, literatura infantil, antropologia social, tradução -
estão disponíveis.
Esta conferência contará com o testemunho excecional de
Maria d'Aires Caeiro (neta de Maria Lamas) e Maria Antónia Palla (jornalista e
feminista). Anabela Mota Ribeiro (autora e diretora de programas culturais),
Bárbara Alves Rangel (Centro Audiovisual Simone de Beauvoir) também falarão, e
o debate será moderado por Álvaro Vasconcelos (ex-exilado e autor).
Esta
conferência insere-se no ciclo "Percursos de intelectuais no exílio: um
humanismo sem fronteiras" por iniciativa de Álvaro Vasconcelos e é
organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian – Delegação em França e pela
Fondation Maison des sciences de l'homme (FMSH).