Esta semana, para mim, é como se fosse o primeiro dia do
ano! É tempo do regresso. Uns voltam à escola e ao contacto com os colegas,
outros ao trabalho. Para estes últimos, onde me incluo, é o regresso ao
“segundo semestre”, embora curto, depois de férias de todos os colaboradores.
Há meses que temos os colegas em trânsito, que temos de ocupar as funções de
outros e interromper tantos projetos, porque há sempre alguém de férias. Não
sou contra as férias, são precisas e gosto de as sentir, mas o corte na vida da
cidade é demasiado para o meu ritmo cardíaco. Diria que até sofro com isso.
Esta semana espero que a cidade volte à normalidade. Que as
ruas voltem a estar repletas de crianças e que o eco das suas vozes se solte
pelas pedras das calçadas, mesmo que desafinado. Que os pais voltem à rotina
para libertarem as crianças de um certo massacre de férias, umas que pecaram
pelo excesso de hábitos pouco recomendados, enquanto outras de dias tomados
pela praga dos ecrãs.
Precisamos de voltar a aprender, a educar, a trabalhar!
Precisamos de voltar a caminhar e sentir as pessoas do bairro, aquelas que
todos os dias estão no mesmo lugar. Que a cidade, neste novo setembro, esteja
mais amiga dos mais vulneráveis, das pessoas com mobilidade condicionada,
daqueles que não têm abrigo. Que as empresas iniciem os trabalhos com a energia
renovada. Mas que também tenham a sua componente social num mundo cada vez mais
assimétrico. A todos os meus leitores, um bom regresso a este setembro de
esperança.
Paula Teles – Jornal de Notícias – 03 setembro 2024