O Partido Ecologista
Os Verdes participou da consulta pública
“Avaliação do Impacto Ambiental do novo Armazém Temporário
Individualizado (ATI 100)”
O Partido Ecologista Os Verdes, há vários anos, em
consonância com diversas associações ambientalistas, reivindica o encerramento
da central nuclear de Almaraz (Cáceres). Esta contestação não se fundamenta
apenas na oposição à produção de eletricidade através da energia nuclear mas
também na reconhecida falta de condições de segurança da central, o que
exacerba o risco de acidentes resultantes do seu funcionamento.
A cessação da exploração das Unidades I e II da central
nuclear de Almaraz, conforme estipulado no VII Plano Geral de Resíduos
Radioativos, no âmbito do programa de operação e desmantelamento de instalações
nucleares está previsto para o final de 2027 e 2028, respectivamente. Este
encerramento ocorrerá com mais de 20 anos de atraso, dado que a central já
havia ultrapassado o seu horizonte operacional em 2010, representando, desde
então, sobrelevado o risco de acidente, sendo sucessivamente afirmado pelo PEV
como: Um perigo à nossa porta.
Para além do risco inerente à segurança decorrente da
operação de desmantelamento da central obsoleta, foi iniciado em 2016 e
concluído em 2018, a construção na área da central um Armazém Temporário
Individualizado (ATI 20), supostamente temporário, como o nome indica, para
depositar os resíduos nucleares produzidos pela instalação.
Desde o início, Os Verdes alertaram e pressionaram o Governo
português para a necessidade de envolvimento do nosso país na avaliação de impacte
ambiental do ATI. Este processo foi iniciado por Espanha sem dar conhecimento a
Portugal, apesar da proximidade territorial e das implicações transfronteiriças
decorrentes do facto de o armazém estar localizado na Bacia do Tejo. O Governo
(português) acabou por apresentar uma queixa na UE sobre o assunto.
Os Verdes opuseram-se veementemente àquela infraestrutura.
Em primeiro lugar, devido aos perigos que representa, particularmente para as
populações limítrofes e para aquelas que dependem das águas do Rio Tejo. Os
Verdes alertaram igualmente para o facto da construção do ATI 20 poder vir a
abrir caminho para a sua expansão, tornando-se, deste modo, numa solução cada
vez mais definitiva, o que parece estar a concretizar-se.
Atualmente, e no âmbito desta consulta pública, Os Verdes
pronunciaram-se sobre a avaliação do impacte ambiental do novo Armazém
Temporário Individualizado (ATI 100) da central nuclear de Almaraz (Cáceres).
Não obstante ser positivo, a concretizar-se, o início do encerramento dos reatores
da central a partir de 2027, este ATI não deixará de representar um perigo para
o nosso país, em particular para as águas do Tejo, tratando-se de resíduos
altamente radioativos.
A falta de soluções para os resíduos nucleares vem
evidenciar aquilo que sempre afirmamos: que o nuclear nunca foi, não é e jamais
será uma solução para responder aos desafios energéticos, por mais que a União
Europeia assim o tenha entendido no quadro da taxonomia verde.
Os Verdes reafirmam a oposição a este novo ATI 100.
Pelas populações, pelo ambiente e pela segurança, Os Verdes
afirmam que o nuclear não é Verde. Nuclear não obrigado!
Segue em Anexo a Participação do Partido Ecologista Os
Verdes no quadro da consulta pública.
Lisboa, 13 de setembro de 2024
Partido Ecologista Os Verdes