30.9.24
SAÚDE: Por que razão ainda existem milhões de pessoas com hepatite C sem o saber?
1 de outubro - Dia Internacional de Consciencialização para a Hepatite C
A hepatite C é uma doença infeciosa causada por um vírus (VHC), que afeta sobretudo o fígado, e que se não for tratada, pode evoluir para cirrose, insuficiência hepática ou mesmo cancro do fígado. No entanto, apesar da gravidade, a hepatite C é uma doença silenciosa, muitas vezes assintomática durante anos, o que dificulta o seu diagnóstico precoce.
Atualmente, estima-se que cerca de 58 milhões de indivíduos no mundo estejam infetados com o VHC e que ocorram cerca de 1,5 milhões de novas infeções todos os anos. Em Portugal, dados da Direção Geral da Saúde (DGS), reportam que aproximadamente 1% da população adulta possa estar infetada, mas muitos desconhecem o seu estado serológico. Isso reflete uma das maiores barreiras no combate a esta doença: a falta de consciencialização e de rastreio.
Esta é uma doença para a qual já existe cura. Com os antivirais de ação direta, introduzidos na última década, a taxa de cura da hepatite C ultrapassa os 95%, uma verdadeira revolução no tratamento de uma doença que antes era considerada crónica e incurável. Contudo, a cura só é possível se a infeção for diagnosticada. Neste contexto, a celebração desta data é fundamental para alertar para uma situação de saúde pública que, apesar dos avanços, ainda precisa da nossa ação.
Por que razão ainda existem milhões de pessoas a viver com hepatite C sem o saber? A resposta passa, em grande parte, pela falta de informação e pelo estigma. A hepatite C está frequentemente associada a comportamentos de risco, como o uso de drogas injetáveis, a partilha de materiais contaminados ou por via sexual, o que alimenta preconceitos e retira o foco do que realmente importa: tratar quem precisa e eliminar o vírus. Além disso, é preciso lembrar que a transmissão do VHC não ocorre apenas nestes contextos. Pessoas que receberam transfusões de sangue e seus derivados antes de 1992 ou que tiveram contacto com procedimentos médicos, podem ter sido infetadas. Este espectro de potenciais modos de transmissão reforça a necessidade de campanhas de rastreio mais inclusivas e abrangentes.
O compromisso de erradicação da hepatite C até 2030, estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), deve ser encarado como um objetivo coletivo. No entanto, para que seja alcançado, todos têm um papel a desempenhar: governos, profissionais de saúde, organizações não governamentais e a sociedade em geral. As políticas de saúde pública devem priorizar o rastreio, disponibilizando testes rápidos de forma gratuita e acessível, especialmente para as populações mais vulneráveis. Ao mesmo tempo, é crucial eliminar as barreiras no acesso aos tratamentos, garantindo que os medicamentos antivirais estejam disponíveis para todos os que deles necessitam.
Do ponto de vista social, a luta contra a hepatite C também passa por uma mudança de mentalidades. Precisamos combater o estigma associado à doença e promover uma cultura de empatia e apoio. Informar a população sobre as várias formas de transmissão e os tratamentos disponíveis é uma forma de quebrar preconceitos e incentivar o rastreio.
O Dia Internacional de Consciencialização para a Hepatite C é, por isso, um momento de reflexão, mas também de ação. É um dia para nos lembrarmos de que o silêncio em torno desta doença pode ser fatal e que, juntos, podemos contribuir para erradicá-la. Para isso, é essencial que cada um de nós tome a responsabilidade de se informar, de sensibilizar os outros e, se for o caso, de fazer o teste. Com os avanços científicos, temos à nossa disposição os meios para a sua eliminação, e cabe a cada um de nós garantir que esta oportunidade não seja desperdiçada. A consciencialização é o primeiro passo, mas a ação é a chave para transformar o futuro. Que este dia seja, portanto, um marco na luta contra a hepatite C e uma lembrança de que a erradicação é possível, se todos fizermos a nossa parte. Só assim poderemos alcançar o ambicioso objetivo de um mundo livre de hepatite C.
• Margarida Eulálio – Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado da SPMI
29.9.24
CRATO: Semana Municipal Sénior 2024
O Município do Crato organiza, de 30 de setembro a 2 de outubro de 2024, a Semana Municipal Sénior, no mês em que se comemora o dia Internacional de Pessoas Idosas e o Dia Mundial do Idoso.
Do programa, que passará em todo as freguesias do Concelho, consta a apresentação da Academia Sénior do Crato, uma aula de dança sénior e um lanche-convívio.
Dia 30 de setembro
10h30 às 11h30 – Monte da Pedra – Salão da Junta de Freguesia
14h30 às 15h30 – Gáfete – Sociedade Artística e Recreativa de Gáfete
Dia 1 de Outubro
10h30 às 11h30 – Vale do Peso - Recinto das Festas
14h00 às 15h00 – Flor da Rosa – Salão da Junta de Freguesia
15h30 às 16h30 – Crato - ARPIC
Dia 2 de outubro
10h30 às 11h30 – Pisão – Salão da Junta de Freguesia
14h30 às 15h30 – Aldeia da Mata - Salão da Junta de Freguesia
Venha participar na Semana Municipal Sénior e divertir-se numa celebração pensada para si!
Alentejo Walking Festival 2024: Um convite para descobrir o Alentejo a pé
Entre os dias 10 e 20 de outubro de 2024, o Alentejo será palco de um novo evento dedicado aos amantes da caminhada e da natureza: o Alentejo Walking Festival – Caminhadas do Alentejo. Este festival, organizado pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, em parceria com os municípios alentejanos e com o apoio da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, visa promover a prática de caminhadas no território, enquanto dá a conhecer a sua rica biodiversidade, cultura e património.
O evento inicia-se a 10 de outubro, em Montemor-o-Novo, com uma conferência dedicada ao “Turismo de Passeios Pedestres”, que pretende sublinhar a importância desta vertente turística para a região. No fim de semana seguinte, a 12 de outubro, Arraiolos será o ponto de partida para o passeio “Entre Pontos e Colinas de Arraiolos”, com um convívio e almoço comunitário, seguido, a 13 de outubro, pelo passeio “Montados de Cabrela”, que combinará a caminhada com momentos literários e uma experiência gastronómica regional.
O grande destaque do festival será o fim de semana de 19 e 20 de outubro, com a iniciativa “Todo o Alentejo a Caminhar”, que promete envolver os 47 municípios da região, oferecendo mais de 50 circuitos pedestres, de dificuldade baixa e moderada, acessíveis a todos. Esta será uma oportunidade única para conhecer o Alentejo a passo, numa ligação direta com a natureza e o património local.
O Alentejo Walking Festival posiciona-se assim como uma experiência que promove o bem-estar e o turismo ativo, reforçando o papel do Alentejo como destino de caminhadas.
Para mais informações e inscrições, os interessados poderão consultar o site oficial do festival em alentejowalkingfestival.
𝗔𝘃𝗶𝘀 𝗿𝗲𝗰𝗲𝗯𝗲 𝗰𝗼𝗻𝗰𝗲𝗿𝘁𝗼 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗴𝗿𝗮𝗱𝗼 𝗻𝗮𝘀 𝗫𝗫𝗩𝗜 𝗝𝗼𝗿𝗻𝗮𝗱𝗮𝘀 𝗜𝗻𝘁𝗲𝗿𝗻𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗶𝘀 𝗱𝗮 𝗘𝘀𝗰𝗼𝗹𝗮 𝗱𝗲 𝗠ú𝘀𝗶𝗰𝗮 𝗱𝗮 𝗦é 𝗱𝗲 É𝘃𝗼𝗿𝗮
No dia 05 de outubro, pelas 21h30, a Igreja do Convento de S. Bento, em Avis, vai receber o concerto “Arte Mínima”, integrado nas XXVI Jornadas Internacionais da Escola de Música da Sé de Évora – Resgatando Nomes Esquecidos da Escola de Música da Sé de Évora.
“Arte Mínima” é um projeto dedicado à interpretação de música dos séculos XV, XVI e XVII, com especial relevo para a produção musical portuguesa desses períodos, fundada em 2011 por Pedro Sousa Silva.
Os concertos “Arte Mínima” procuram colocar em destaque obras esquecidas das fontes portuguesas, quase sempre com propostas de primeiras audições modernas de compositores como Estevão Lopes Morago, Pedro de Cristo, Vicente Lusitano, Francisco de Santa Maria, Miguel da Fonseca, André Moutinho, entre muitos outros e anónimos.
O grupo é constituído pelas sopranos Irene Brigitte e Fátima Nunes, o alto David Hackston, os tenores Nuno Raimundo e Ricardo Leitão Pedro, o baixo Luís Neiva, nas flautas conta com António Godinho, Carlos Sánchez, João Távora, Silvia Cortini e Pedro Sousa Silva, que dirige também o grupo.
VILA VELHA DE RÓDÃO: Rosário Bello celebra 30 anos de carreira com exposição na Casa de Artes e Cultura do Tejo
A artista plástica Rosário Bello comemora 30 anos de uma carreira multifacetada com uma exposição retrospetiva da sua obra na Casa de Artes e Cultura do Tejo, em Vila Velha de Ródão. A mostra estará patente a partir de 5 de outubro e até ao final do ano, celebrando o percurso de uma artista natural de Nisa, mas com fortes raízes no concelho de Vila Velha de Ródão, onde viveu entre os seis e os 22 anos.
Nesta exposição, Rosário Bello apresenta uma diversidade de trabalhos que refletem as várias vertentes em que tem expressado a sua arte ao longo das últimas três décadas. O público poderá admirar telas, peças de cerâmica, incluindo a coleção “Saias”, que integra três peças especialmente dedicadas ao concelho de Vila Velha de Ródão. Além disso, duas novas obras, criadas especificamente para esta ocasião, serão reveladas pela primeira vez.
Rosário Bello é uma artista de múltiplos talentos. Plástica, ceramista, ilustradora, muralista, poetisa e professora, tem participado em mais de 180 exposições de pintura, tanto em Portugal como no estrangeiro. Entre os destaques do seu percurso internacional estão mais de 20 exposições realizadas em Itália, no Centro di Aggregazione Culturale de Ragusa, com o apoio do Município de Vila Velha de Ródão.
O prestígio de Rosário Bello tem-se consolidado em importantes certames europeus de arte contemporânea, como o Salão de Arte Contemporânea do Carrousel du Louvre, em Paris, onde participou nos anos de 2019 a 2022. Pelo seu trabalho, foi distinguida com Certificados de Mérito pelo Museu do Luxemburgo.
A sua versatilidade estende-se também à arte têxtil, com peças únicas de pintura à mão, incluindo criações para artistas de várias áreas e a sua participação na Covilhã Creative Week 2023. Além disso, Rosário Bello está representada em diversas coleções particulares e instituições, tanto em Portugal como no estrangeiro, com murais e painéis de azulejo.
O seu trabalho como pintora de arte urbana destaca-se em várias localidades, incluindo Ninho do Açor, Sobral do Campo, Lardosa, Vale da Torre, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão e Oledo, onde deixou a sua marca em murais e painéis de azulejo, contribuindo para o enriquecimento cultural destes espaços.A exposição em Vila Velha de Ródão promete ser uma oportunidade única para o público explorar o vasto e variado trabalho de Rosário Bello, numa celebração que honra a sua dedicação e paixão pela arte.
28.9.24
CASTELO BRANCO: Estudantes evocam em livro a Revolução de Abril
“A Revolução de Abril no Liceu de Castelo Branco” chega ao Parque Cruz do Montalvão
O livro “A revolução de Abril no Liceu de Castelo Branco” vai ser apresentado este sábado, 28 de setembro, no Parque Urbano da Cruz do Montalvão, em Castelo Branco, pelas 16h30.
Com edição da RVJ Editores, a sessão vai contar com a presença de antigos estudantes que viveram na primeira pessoa a chegada da liberdade e os dias frenéticos que se seguiram.
A obra reúne um conjunto de histórias vividas na primeira pessoa, por quem, na altura, ali estudava ou ensinava, suportadas com documentos que Moisés Fernandes, hoje médico e cirurgião ortopedista, guardou durante estas cinco décadas.
Com cerca de 300 páginas, tem como coordenadores Moisés Fernandes, Carlos Fernandes e João Carrega, a que se juntam na equipa de promotores do livro Afonso Camões, José Lopes, João Goulão e João Ruivo.
O livro integra ainda o testemunho dos antigos alunos Josefina Fernandes, José Alves Ramos, Isabel Ceia Moura, Joaquim Duarte, João Carlos Graça e dos professores João Ruivo, Adelaide Salvado e Carlos Correia, que faziam parte do Conselho Diretivo.
A entrada é livre e a apresentação está integrada nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril em Castelo Branco e na Semana Municipal da Juventude.
Os Verdes questionam Ministério da Agricultura sobre a insustentabilidade da produção intensiva e super intensiva de olival e amendoal
O Partido Ecologista Os Verdes dirigiu, esta semana, uma pergunta ao Ministério da Agricultura e Pescas, solicitando esclarecimentos relativamente à insustentabilidade da produção intensiva e super intensiva de olival e amendoal, bem como à incompatibilidade deste modo de agricultura com os objetivos inerentes à Lei do Restauro da Natureza.
A transformação dos solos em monoculturas de exploração intensiva acarreta consequências profundamente nefastas para os ecossistemas, resultando na perda de biodiversidade, na extinção de espécies, e no uso massivo de agroquímicos, que contribui para a morte de milhares de animais e insetos, com especial ênfase para os polinizadores. Ademais, tal prática coloca em risco a saúde pública devido à contaminação dos solos e das águas, assim como à dispersão aérea dos produtos fitofarmacêuticos utilizados nestes modos de culturas intensivas. Estas preocupações foram, por exemplo, expressas por comunidades da bacia hidrográfica do rio Ponsul, no distrito de Castelo Branco.
"Nos últimos anos, tem-se observado uma preocupante tendência de fomento e apoio à proliferação de monoculturas agrícolas intensivas e super intensivas, fenómeno que reflete opções políticas que descuram os valores ambientais e sociais em prol dos interesses e lucros dos grandes grupos económicos ligados ao agronegócio.
A conversão dos solos em monoculturas de exploração intensiva acarreta efeitos profundamente nefastos nos ecossistemas, conduzindo à perda de biodiversidade e à extinção de espécies de fauna dependente da variabilidade alimentar que outrora existia. A produção intensiva associada ao uso massivo de agroquímicos, contribui para a mortandade de milhares de animais e insetos, nomeadamente polinizadores, mas também coloca em risco a saúde pública devido à contaminação dos solos, das águas e à dispersão pelo ar dos produtos fitofarmacêuticos utilizados nestes modos de culturas intensivas.
O Partido Ecologista Os Verdes, face ao alastrar deste modelo agrícola, cujos impactos são sobremaneira elevados para o ambiente e para as populações, tem vindo a denunciar e a intervir no sentido de travar a expansão destas culturas super intensivas, como o olival e amendoal, localizadas em particular em regiões com alta suscetibilidade ao empobrecimento dos solos, como é caso do Alentejo. Foram várias as iniciativas parlamentares que Os Verdes apresentaram na Assembleia da República, como por exemplo, o Projeto de Lei n. 616/XIV para garantir um distanciamento mínimo de 300 metros entre o extremo de culturas agrícolas permanentes super intensivas e os núcleos habitacionais, e o Projeto de Resolução n. 835/XIV que exorta o Governo a que as culturas agrícolas permanentes super intensivas não sejam beneficiárias de apoios públicos.
Este fenómeno, deixou de estar a ser circunscrito ao Alentejo, em particular na área de influência da Barragem do Alqueva, tendo-se alastrado a outras áreas do país, como a Beira Baixa e Ribatejo, onde a implementação de extensas áreas de olival e amendoal intensivo e superintensivo, tem suscitado a preocupação e denúncia das populações. Estas alertam para os impactos na sua qualidade de vida e ameaças à sua saúde e para a incompatibilidade deste tipo de agro-negócio com outras atividades económicas locais, como é o caso da produção agrícola familiar e biológica e do turismo sustentável.
Entre essas comunidades, destacam-se os moradores da Várzea, em Idanha-a-Nova, que nos fizeram chegar uma queixa e um alerta. Esta Comissão de Moradores crítica os projetos megalómanos deste tipo de culturas que, na sua perspetiva, não resultaram em benefícios económicos nem na criação de emprego sustentável. Alerta também para a contaminação do solo, da água e do ar e redução da biodiversidade local com a destruição de habitats de várias espécies da região e de vegetação, nomeadamente ripícola. A contaminação dos solos e das águas subterrâneas e a mobilização do solo com maquinaria pesada afeta diretamente as nascentes e captação de águas próprias, como os poços e furos artesianos.
A expansão dos modos de produção super intensivo é contraproducente e antagónica à Lei do Restauro da Natureza da União Europeia que teve o aval do Governo português. Quando se ambiciona até 2030 restaurar 20% do território da UE, é desde logo urgente travar e reverter este modo de produção insustentável que constitui uma ameaça para o ambiente, para as economias locais, a agricultura tradicional, a preservação paisagística e identidade cultural.
Neste contexto, tendo em consideração a preocupação das populações e o facto de os partidos políticos terem o direito, nos termos da Lei Orgânica n.º 2/2003, de 22 de agosto de acompanhar, fiscalizar e criticar a atividade dos órgãos do Estado, Os Verdes gostariam de obter os seguintes esclarecimentos do Ministério da Agricultura e Pescas:
1- Tem o Ministério da Agricultura e das Pescas conhecimento da realidade comunitária das 13 famílias que vivem junto às margens do rio Ponsul e dos impactos que as culturas super intensivas têm tido nas suas vidas?
2 - Considera o Ministério que a expansão de projetos e área afeta a modos de produção superintensiva é conciliável com a fixação de população no interior do país, nomeadamente nas zonas já de si deprimidas, e com a justa reivindicação das melhorias das suas condições de vida e desenvolvimento económico?
3 - Considera o Ministério que a expansão de projetos e áreas afetas a modos de produção superintensiva é conciliável com os objetivos inerentes à Lei do Restauro da Natureza (LRN)?
4 - Pondera o Governo adotar medidas para travar e reverter os modos de produção intensivos e super intensivos, com impactos na biodiversidade e comunidades locais, tendo em vista os objetivos e metas da LRN?
5 - Considerando os compromissos nacionais de restauro, que medidas serão tomadas para minimizar os impactos dos megaprojetos intensivos em curso, perante os impactos sobre o ambiente e as comunidades locais, em particular sobre a contínua contaminação dos solos, das águas e do ar?"
O Partido Ecologista Os Verdes
26 de setembro de 2024
GALVEIAS: Celebração do Dia das Galveias
486º ANIVERSÁRIO DA ELEVAÇÃO A VILA
2 de outubro de 1538 – 2 de outubro de 2024
A 2 de outubro de 1538 por carta outorgada por D. João II na cidade de Lisboa, Galveias foi elevada à categoria de Vila e Foral (concelho) com bandeira, pelourinho, forca, selo e todas as regalias inerentes
Desde então e até 1836 foi sede de concelho.
Quatrocentos e oitenta e seis anos depois Galveias assinala a data, recorda e homenageia todos quantos a trouxeram até nós e todos e todas que no presente constroem o seu futuro.
O Dia das Galveias que se comemora desde 2022 pretende ser mais que a recordação do passado uma afirmação do presente – Uma Vila cheia de história, uma terra rica de cultura, que passo a passo constrói o futuro.
As comemorações que este ano integram a primeira feira do Livro e da Leitura terão o ponto alto às 17 horas, no Multiusos o Mercado, com a abertura da Feira e da exposição documental Galveias.
27.9.24
Dia Mundial do Coração: A importância da prevenção
“O seguro morreu de velho. Mais vale prevenir que remediar”
Os provérbios portugueses são verdadeiras “pérolas” da sabedoria popular que se traduz pela perspicácia, pelo bom-senso e pelo humor que transmitem. Os dois provérbios acima mencionados destacam a importância da prevenção e podem ser utilizados como ferramenta de Promoção da Saúde e Prevenção da Doença.
No Dia Mundial do Coração, que se celebra a 29 de setembro, o Núcleo de Estudos de Prevenção e Risco Vascular (NEPRV) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) relembra a importância da prevenção das doenças cardiovasculares, a principal causa de morte em Portugal. Patologias como o Enfarte Agudo do Miocárdio e o Acidente Vascular Cerebral podem ser prevenidas através de pequenas mudanças nos hábitos diários e da deteção precoce de fatores de risco, como hipertensão, diabetes, colesterol elevado, tabagismo, obesidade, sedentarismo e stress.
A adoção de uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes e alimentos com baixo teor de gordura e sal, a prática de pelo menos 30 minutos de atividade física por dia, a evicção de tabaco, a higiene do sono e o acompanhamento médico regular são medidas simples que podem ter um impacto significativo na saúde do coração.
Porém, a prevenção não é apenas uma responsabilidade individual, também depende de políticas públicas que promovam a saúde cardiovascular. Campanhas de sensibilização, o incentivo a hábitos saudáveis nas escolas e nos locais de trabalho, e o acesso facilitado a rastreios são fundamentais.
Neste Dia Mundial do Coração, convidamos todos a refletirem sobre a sua saúde cardiovascular e a tomarem medidas para a proteger.
Aproveitem este dia para dar o primeiro passo rumo a um coração mais saudável, promovendo a longevidade e uma melhor qualidade de vida.
E lembrem-se: “O seguro morreu de velho”
• Patricia Vasconcelos – Núcleo de Estudos de Prevenção e Risco Vascular da SPMI
PORTALEGRE: Jornadas sobre a Família vão refletir sobre Saúde Mental
Com o tema “A Saúde Mental na Família - Conhecer para Fazer”, as XII Jornadas sobre a Família acontecem já a 1 de outubro, em Portalegre. A iniciativa quer promover um debate reflexivo sobre o papel das famílias como educadoras e o impacto da saúde mental no ambiente familiar.
Num período em que a doença mental toma proporções alarmantes, a reflexão desta temática e o seu impacto na dinâmica familiar tornou-se premente, razão pela qual a comissão organizadora deu prioridade à Saúde Mental como tema a ser abordada nas Jornadas sobre a Família deste ano.
Organizadas pelo Núcleo Distrital de Portalegre da EAPN Portugal, em parceria com a Escola Superior de Saúde, a Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Portalegre e ainda a Câmara Municipal de Portalegre, acontece a partir das 9h30 no Auditório E1 do Campus do Politécnico de Portalegre.
Vão estar presentes diversas entidades que vão ajudar a entender, refletir e agir com mais eficácia no trabalho com as famílias, através de comunicações e workshops temáticos.
Um evento que quer ampliar o conhecimento sobre saúde mental e o seu impacto na família, numa perspetiva geracional, mas também explorar estratégias para enfrentar a doença mental no seio familiar e refletir com os especialistas e partilhar experiências.
PROGRAMA
XII Jornadas sobre a Familia - Saúde Mental na Família-Conhecer para Fazer
Auditório E1, Campus Politécnico de Portalegre
9h00 Abertura do Secretariado
9h30
Sessão de Abertura
Joaquina Madeira - Vice-Presidente da EAPN PT
Fernando Rebola - Vice-presidente do Politécnico de Portalegre
Fermelinda Carvalho - Presidente da Câmara Municipal de Portalegre
10h00 Mesa 1 – Desafios no Programa Nacional de Saúde Mental
Programa Nacional de Saúde Mental
Paula Domingos - DGS
Desafios na Implementação do Programa Nacional de Saúde Mental no Alto Alentejo Beatriz Martins - ULSA ALE
Moderação - Raúl Cordeiro
11h00 Intervalo
14h30
Mesa 2 - As Várias Vertentes da Saúde Mental
Como Melhorar a Saúde Mental das Crianças e Jovens
Francisca Magalhães e Catarina Gonçalves- Área infantojuvenil da ULSA ALE
Impacto da Doença Mental na Dinâmica da Família
Joaquina Castelão - Presidente da FamiliarMente - Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas com Experiência de Doença Mental
Prevenção e Promoção da Saúde Mental dos Idosos
Catarina Agostinho - ULSA ALE
Moderação - Maria José Vicente
Almoço
Workshops
O Impacto das Questões da Identidade de Género na Saúde Mental
Sara Malcato - Associação ILGA
Relatora - Ana Costa
Moderação - Eduarda Correia
Técnicas de Relaxamento: o Papel na Gestão da Saúde Mental Carlos Rodrigues - Politécnico de Portalegre
Relator - Pedro Amaro
Moderação - Paula Oliveira
A Saúde Mental Infantojuvenil: como lidar com os Jovens
Nuno Martins - Educar Positivo
Relator - Bruno Morgado
Moderação - Joana Nobre
O Papel da Musicoterapia na Promoção da Saúde Mental
Pablo Vidal e Diogo Janeiro - Casa de Alba
Relator - Ana Costa
Moderadora - Isabel Lourinho
16h00 Momento Musical
Cerci de Portalegre
16h20 Conclusões e Recomendações - Sessão Plenária
17h00 Sessão de Encerramento
Sandra Cardoso - Diretora do Centro Distrital de Portalegre da Segurança Social
Helena Arco - Diretora da Escola Superior de Saúde do Politécnico de Portalegre
João Emílio Alves - Diretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Portalegre
Comissão Organizadora e Científica
Isabel Lourinho | Fatima Ramalho | Paula Oliveira | Eduarda Correia | Isabel Muñoz | Carlos Rodrigues | Pedro Amaro
FRONTEIRA: 𝐃𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐈𝐝𝐨𝐬𝐨 | 𝟢𝟣.𝖮𝗎𝗍𝗎𝖻𝗋𝗈.𝟤𝟢𝟤𝟦
Almoço com Animação Musical 🥘🎉
ℹ️ - Inscrições para 𝗜𝗱𝗼𝘀𝗼𝘀 𝗮 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶𝗿 𝗱𝗼𝘀 𝟲𝟱 𝗮𝗻𝗼𝘀, até dia 27 de Setembro na Câmara Municipal de Fronteira e Juntas de Freguesia de Cabeço de Vide e São Saturnino.
NISA: VIII Trail Running "Vila de Nisa"
Informamos que as inscrições para o VIII Trail Running Vila de Nisa abriram às zero horas do dia 27 de Setembro!!!
Inscrições limitadas!!!
Não te atrases! Garante já a tua presença!
CRATO: Jornadas Europeias do Património e Dia Internacional do Turismo
De modo a assinalar as Jornadas Europeias do Património e o Dia Internacional do Turismo, o Município do Crato convida a população a participar no “Crato pelas Ruas”, um passeio orientado pelo Prof. Doutor Jorge Rodrigues, para descobrirmos juntos alguns aspetos do rico urbanismo da Vila.
A visita terá início no Museu Municipal, pelas 16h30 no próximo dia 28 de setembro, sábado, sendo pontos de interesse e passagem a Praça do Município, a Igreja Matriz e a cerca de muralha, junto às ruínas do Castelo e, ainda, o percurso por algumas das ruas medievais e tardo-medievais do Centro Histórico.
AVIS: E𝐱𝐩𝐨𝐬𝐢çã𝐨 “𝐂𝐨𝐧𝐭𝐞𝐦𝐩𝐥𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐚 𝐍𝐚𝐭𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚”, 𝐧𝐚 𝐁𝐢𝐛𝐥𝐢𝐨𝐭𝐞𝐜𝐚 𝐌𝐮𝐧𝐢𝐜𝐢𝐩𝐚𝐥 𝐉𝐨𝐬é 𝐒𝐚𝐫𝐚𝐦𝐚𝐠𝐨
A Exposição de Pintura “Contemplando a Natureza”, da autoria de Teresa Martins, vai estar patente ao público, de 01 a 31 de outubro, na Biblioteca Municipal José Saramago, em Avis.
A Mostra, organizada pelo Município de Avis, reúne uma coletânea de 40 obras executadas a óleo sobre tela, podendo ser visitada durante o horário de funcionamento da Biblioteca, de 2.ª a 6.ª feira, das 09h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.
Teresa Martins, nascida em Angola, viria a fixar-se em Lisboa, cidade que trocou pela beleza natural do Alto Alentejo, onde se radicou na bela vila de Vaiamonte, por volta de 2020, e onde, ao longo dos anos, tem colocado à prova a sua imaginação e criatividade.
Mulher de personalidade marcada pela inquietude e pela necessidade de aprender sempre mais e mais, iniciou o seu percurso na Pintura com o Professor Fedross Imani, tendo concretizado o seu aperfeiçoamento em várias técnicas, nomeadamente carvão, aguarela e óleo (pincel e espátula).
A sua obra, com divulgação em diversas Exposições Coletivas e Individuais que cobrem a atividade artística nacional e internacional da artista, inclui também publicações em Revistas e Catálogos.
26.9.24
Marvão celebra as suas origens com o Festival Al Mossassa
Festival realiza-se de 4 a 6 de Outubro
De 4 a 6 de outubro, Marvão volta a celebrar a autenticidade das suas origens com o Festival Al Mossassa. Durante estes três dias, a parte alta da vila dá espaço à imaginação e leva-nos a recuar até ao séc. IX, data da sua fundação por Ibn Marwan.
Para recordar as raízes árabes da vila, o Município de Marvão, promotor desta que é também conhecida como a Festa da Fundação, preparou um programa diário muito diversificado e rico em atividades.
Entre recriações históricas, espetáculos de música, dança, artes circenses, cavaleiros em duelos de espadas, a 17ª edição do Festival Al Mossassa convida a uma visita prolongada a Marvão, para uma experiência cultural inesquecível.
No Mercado das Três Culturas, numa autêntica viagem pelo tempo, vão poder explorar-se os produtos, saberes e sabores das culturas islâmica, judaica e cristã.
Entre os grandes destaques da programação está o espetáculo “Ali Hassan e a Cisterna Oculta”, agendado para as noites de sexta-feira e sábado (21h30). Este momento conta a história de Ali Hassan que, perante um cenário desesperante de seca e opressão do povo, tem a audácia de partir à descoberta e de desafiar os seus limites, transformando a desolação do povo num oásis de liberdade.
O Festival Al Mossassa inclui ainda um espaço dedicado às atividades da época, com artesanato, acampamentos militares (cristão e árabe), exposição de armas, jogos medievais, oficina de esgrima, tiro com arco e uma mostra de serpentes e cetraria.
A entrada no certame custa 2€ e é gratuita para menores de 12 anos, com parte da receita a reverter a favor de quatro instituições particulares de solidariedade social do concelho.
A inauguração oficial do XVII Festival Al Mossassa está agendada para as 18h00 de sexta-feira, dia 4, no átrio dos Paços do Concelho.
Conheça o programa completo em: https://bit.ly/3XVoleK
25.9.24
24.9.24
Somos “Filhos da Madrugada” da Aurora e pela noite fora na ACERT
Este fim-de-semana na ACERT lembra-nos a canção do Zeca que nos diz, “Lá de cima de uma montanha, Acendemos uma fogueira, Para não se apagar a chama, Que dá vida na noite inteira”.
Aqui, não no cimo, mas no sopé do Caramulo, começamos antes do romper do dia de sábado com “Aurora”, da Gambozinos e Peobardos. Um espetáculo que convida o público a ver o sol nascer, deixando-se guiar na escuridão a caminho da celebração de Abril mantendo a chama acesa daquele “dia inicial, inteiro e limpo” de que nos falava Sophia de Mello Breyner. Para ver sábado e domingo às 6 da manhã, e com lotação limitada a 35 pessoas.Pela tarde às 18h00, inaugura a exposição “Fornada”, da Olaria Lab. Laboratório de Cerâmica. Uma mostra que resulta do saber da tradição em cruzamento com a tecnologia, e que nos traz pastas diferentes, cozeduras diferentes, a tentativa de domar o fogo e a imprevisibilidade em forma de peças de barro.
À noite, o palco é de Carlos Peninha com Quarteto de Cordas, que apresenta um novo disco “Tudo Começa Agora”. O talento há muito reconhecido permite-lhe criar música aparentemente simples, mas sublime na sua complexidade. Um concerto que será também tempo de reflexão sobre a determinação da humanidade em superar a agressão da pandemia, e a agressão contínua que a natureza tem sofrido e que nos está a fazer chegar a um ponto sem retorno.
Contamos convosco, “Noite e dia ao romper da aurora”!
22.9.24
OPINIÃO: Fogo que arde sem saber
Se o primeiro-ministro fosse uma pessoa qualquer, falando de peito aberto sobre um flagelo coletivo, seria entendível. Se o primeiro-ministro fosse uma pessoa qualquer, cerrando os dentes sobre uma fatalidade que se repete, seria compreensível. Mas o primeiro-ministro não é uma pessoa qualquer. E por essa razão não deve encarnar no cidadão comum que pugna por justiça na mesa do café ou na sala de jantar de casa.
Não deve incendiar a praça pública com declarações em que sugere que os fogos que assolaram o país foram resultado de ações criminosas ou da conjugação de interesses económicos obscuros. Em primeiro lugar, porque desresponsabiliza, de forma indireta, todas as asneiras que, há anos, o Estado português tem patrocinado em matéria de prevenção de incêndios, de acompanhamento da floresta e de reforma do sistema de Proteção Civil. Em segundo lugar, e mais grave, porque não apresentou provas e porque estas insinuações não encontram respaldo na realidade estatística.
Apenas um terço dos fogos teve ação criminosa direta e a larga maioria das ignições está relacionada com a incúria dos portugueses. Os incendiários detidos triplicaram na última década, mas elegê-los como alvo preferencial é, além de perigoso, pouco rigoroso. A tempestade perfeita de chamas tem-se alimentado, sobretudo, do cruzamento de deficientes políticas públicas e de uma confrangedora falta de cultura cívica de demasiados cidadãos.
Aos decisores, e aos governos, cabe a missão de criar condições (e leis) para que os problemas de fundo se resolvam ou atenuem. Investigar e prender é uma missão das entidades policiais e judiciárias. É verdade que estamos cansados de equipas especiais e comissões criadas à pressa em cima dos acontecimentos, mas esse torpor não pode ser combatido com posições públicas populistas e incendiárias. Luís Montenegro já mostrou que sabe fazer melhor.
Pedro Ivo Carvalho – Jornal de Notícias - 21 setembro, 2024
FLOR DA ROSA (Crato): Formação em Olaria
O Município do Crato vai, em parceria com a CEARTE (Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património), promover uma formação em Olaria, que decorrerá entre 23 de setembro e 23 de outubro, dinamizada na Escola de Olaria – Barros de Flor da Rosa.
A formação irá decorrer em horário pós-laboral, às 2ª feiras e 4ª feiras das 19h00 às 22h30, e, nos sábados de 28/09 e 12/10 das 09h00 às 17h00, e destina-se a todos aqueles que tenham curiosidade sobre o trabalho no barro, queiram experimentar a roda ou pretendam aprofundar conhecimento já adquirido.
Será, pois, uma excelente oportunidade para melhor ficar a conhecer os Barros de Flor da Rosa, numa vertente formativa.
As inscrições podem ser feitas até ao dia 20/09, contactando a Escola de Olaria, através do telefone 245009300 ou do endereço de e-mail olaria@cm-crato.pt.
TORRE DO TOMBO: Luta e Liberdade: 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral
De 4 de Setembro e até dia 11 de outubro de 2024, é possível visitar a Mostra Documental “Luta e Liberdade: 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral”, um dos líderes mais proeminentes na luta pela independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.
Nesta mostra apresentam-se documentos do seu processo individual da PIDE, das suas atividades de luta pela independência dos estados africanos, da sua participação em vários fóruns internacionais e alguns objetos de propaganda do P.A.I.G.C.. Mostram-se ainda alguns telexes censurados relativos à sua morte e um conjunto de imagens da cobertura noticiosa da mesma, na imprensa portuguesa da época.
Esta mostra pode ser visitada diariamente, entre as 09.30h e as 19.30h. Encerra aos sábados, domingos e feriados.
21.9.24
AVIS: 𝐏𝐚𝐭𝐫𝐢𝐦ó𝐧𝐢𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐢𝐥𝐡𝐚𝐝𝐨. 𝐃𝐮𝐚𝐬 𝐝é𝐜𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐞𝐝𝐮𝐜𝐚çã𝐨 𝐩𝐚𝐭𝐫𝐢𝐦𝐨𝐧𝐢𝐚𝐥 𝐞𝐦 𝐀𝐯𝐢𝐬
O Centro de Arqueologia de Avis (CAA) realiza, no próximo dia 22 de setembro, pelas 16h30, a palestra intitulada “Património partilhado. Duas décadas de educação patrimonial em Avis”.
Esta apresentação, integrada na programação das Jornadas Europeias do Património 2024, será acompanhada pela abertura da exposição com o mesmo nome, que estará patente na biblioteca do CAA até 30 de novembro de 2024.
#caavis #JEP2024 #jornadaseuropeiasdopatrimonio
18.9.24
OPINIÃO: Os bombeiros não são carne para canhão
1. Defender a vida das
pessoas. Deve ser essa a prioridade, quando o fogo é impossível de controlar,
como tem acontecido em tantos lugares por estes dias. Não é preciso ser um
especialista para perceber que, por maior que seja a capacidade tecnológica e
logística à nossa disposição, a natureza terá sempre mais poder. Isto não é
sinónimo de deixar arder. Significa apenas que os meios materiais e humanos
devem ser orientados, em primeiro lugar, para salvar vidas. E só depois para o
património. Isso inclui salvar as vidas dos bombeiros, que não são carne para
canhão. Vai ser preciso esperar para detalhar o que aconteceu aos três
bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha (Tábua) que morreram por causa de um
veículo avariado. Como será preciso esperar para saber porque foi considerado
mais importante resgatar uma máquina do que assegurar a vida de um trabalhador
florestal em Albergaria-a-Velha. Não se pode tirar conclusões de forma
precipitada, mas não chega reconhecer o heroísmo e apresentar condolências. Se
houve negligência ou cobiça, se os meios não eram adequados, se alguém deu uma
ordem errada, é preciso apurar, corrigir e castigar.
2. Sempre que o país é
apanhado em contrapé, a tentação imediata é a de questionar os meios e exigir
mais bombeiros, autotanques, helicópteros e aviões. Como se fosse possível
aplicar a velha máxima futebolística de que o ataque é a melhor defesa. É
evidente que essa capacidade não deve ser descurada. Mas, se o objetivo é
evitar a destruição do património natural (e por extensão das casas, das indústrias
e das vidas), que não haja ilusões: é pela prevenção que existe alguma hipótese
de êxito (relativo, porque não somos deuses). Como repete Domingos Xavier
Viegas, sempre que é chamado a explicar mais uma catástrofe, apostar na gestão
dos espaços agroflorestais (diversificando espécies e acabando com a
monocultura do eucalipto ou o pinheiro-bravo) e na formação dos cidadãos (boa
parte dos fogos continua a ser causada por comportamentos negligentes e
criminosos).
* Rafael Barbosa – Jornal de
Notícias - 18 setembro, 2024
17.9.24
Apontamentos sobre a Queijaria de Nisa e Castelo de Vide (2)
- O Passado e o Presente
Na época a que me venho reportando, nos concelhos de Nisa e
Castelo de Vide, faziam-se três tipos de queijo de leite cru:
- O de ovelha extreme, de dois tamanhos
- O mestiço, da mistura do leite de ovelha e de cabra, em
proporções variáveis;
- O dos Montes, também de mistura do leite de ovelha e
cabra, com predomínio mais frequente do cabrio.
O queijo de Ovelha era o característico de Nisa. O queijo que
mais se impôs e afamou foi o de tamanho grande – 1.100 a 1500 gr de peso. Pela
sua apresentação e qualidade ombreava com os queijos de ovelha do país do seu
tipo. Esse deu nome a Nisa. Assim era conhecido.
O queijo de menor tamanho – 700 a 900 gr de peso – tinha
qualidade, mas era absorvido pelo consumo local e regional.
Como não havia regra sem excepção, a progressiva Casa
Fragoso de Póvoa e Meadas (Castelo de Vide), só fazia queijo de ovelha dos dois
tamanhos, do leite dos seus três rebanhos. O amor à árvore do proprietário não
consentia a presença da cabra. Como dizia : “é bicho daninho, pasta alto, rói tudo onde chega”.
O queijo dos Montes, mais pequeno – 300 a 500 gr. De peso –
era muito apreciado na zona, era praticamente absorvido pelo consumo local.
Como mais pequenos, eram mais acessíveis no preço e como me dizia um ganhão,
“condutavam bem”.
Noto que os produtores do autêntico queijo de Nisa, o
grande, residiam em Nisa e lembro-me que nesse tempo se falava nalguns
produtores fora de Nisa desse tipo de queijo. Apenas me vem à idia que um era
de Arez, o lavrador Bastos, a Casa Rasquilho da Amieira e a Casa Correia, de
Gáfete.
Os queijos de ovelha e os mestiços de Castelo de Vide eram
consumidos curados. Os queijos de ovelha de maior tamanho também se consumiam,
por vezes, na fase da pasta semi-mole, como acontecia com os seus congéneres de
Serpa e Beira Baixa.
Lembro-me, porque assisti várias vezes, que os queijos
guardados para consumo da casa eram mantidos em asados vidrados, tratados
semanal ou quinzenalmente, para serem limpos, lavados com água ligeiramente
salgada, secos a pano e untados no fim com azeite, para de seguida entrarem
novamente nos asados.
Os queijos dos Montes eram consumidos, por via de regras, na
fase de meia cura, com a massa, por vezes de consistência pastosa. Estes
queijos depois de curados e pouco cuidados com o tempo secavam, engelhavam a
casca, adquiriam sabor picante e activavam o cheiro, por vezes com exuberância.
Ainda me recordo das mulheres dos Montes e de Montalvão
andarem de cesta na mão para venderem os queijos, de porta em porta, na minha
aldeia.
Os queijos dessa época tinham características próprias,
qualidade e reputação. Fartavam o consumo local e da região. Os excedentes
tinham procura e aceitação nos mercados distantes.
Acentuo que na região não se vendia leite para queijar.
Apenas nos Montes, segundo constava, num ou outro caso, o queijo era feito em
regime de parceria entre vizinhos, quase sempre familiares.
Neste breve e singelo apontamento tentei recordar os queijos
de Nisa e Castelo de Vide dessa época.
Nos tempos de estudante universitário, dois tipos de queijo
tinham grande fama em Lisboa: o Serra e o Serpa. Na época própria enchiam as
montras das mercearias finas da Baixa e do Chiado.
Curiosamente, o preço do queijo de Serpa era superior ao do
queijo da Serra, ao invés do que acontece nos últimos vinte anos em que o preço
do queijo da Serra, certificado ou só com o rótulo dessa região, supera
bastante o preço do queijo de Serpa.
O queijo de castelo Branco ou da Beira Baixa, do mesmo tipo
e apresentação dos referidos acima, aparecia menos nos mercados da capital.
O queijo de Nisa, idêntico aos anteriormente citados, no
tamanho e características organoléticas, era o que tinha presença mais apagada
no mercado lisboeta. A mais reduzida produção e a sua quase absorção pelo
consumo local e regional, parecem explicar a sua mais parca presença.
A semelhança entre os quatro tipos de queijo é, a meu ver,
inegável. As diferenças que se notam entre eles, filiavam-se, sobretudo, na
fase de cura em que são lançados no mercado, portanto, na textura da massa. A
mais reconhecida é a do queijo da Serra, com a sua pasta mole – de entorna – ou
semi-mole com que aparece no mercado.
O hábito e o gosto dos consumidores, marca a sua preferência
na escolha.
Os técnicos e cientistas que se têm ocupado do estudo desses
queijos são unânimes em afirmar que a raiz tecnológica dos queijos de ovelha
focados é a do queijo da Serra e que os preceitos seguidos no fabrico na região
da Serra da Estrela, foram divulgados e ensinados pelos pastores que
acompanhavam os rebanhos em transumância pela Beira Baixa e pela faixa interior
do Alentejo.
Neste grupo de queijos de ovelha, uma característica os
distingue: a qualidade.
O queijo de Azeitão, igualmente de leite de ovelha extremes
apareceu e ganhou fama mais tarde, depois de sofrer aperfeiçoamentos
tecnológicos no fabrico e de ter sido fixado o formato e o tamanho. Entrou com
galhardia no grupo de queijos de ovelha do país de alta qualidade.
Abro dois parêntesis: um para referir que comi em Espanha –
Saragoça, Burgos, Talavera, Aranjuez, etc., o queijo Manchego, o mais corrente
no país como queijo de ovelha. A qualidade era banal, ia do bom ao sofrível.
Não impressionava e estava longe da qualidade dos queijos de ovelha citados.
Há três anos tive no Pavilhão de Espanha, na Feira Nacional
de Agricultura (Santarém), a grande surpresa de ver e provar o novo queijo
Manchego, feito para concorrência no mercado dos países da CEE.
Um queijo com rica apresentação, de tamanho grande, de
bonito formato, com grande qualidade. Um progresso tecnológico notável, que
muito dignifica os técnicos espanhóis.
O outro para anotar que a França é, na Europa e no mundo, o
país mais rico em queijaria. São múltiplas e notáveis, pela constância do tipo
e da qualidade, as variedades de queijo: o Roquefort, o Brie, o Point Levéque,
o Camembert, o St. Lazaire, o Cantul, as Chévves (piramidal, cilíndrico,
cúbico, o pequeno, etc.) eu sei lá quantas mais variedades.
Por isso os franceses se orgulham de ter o “rei dos
queijos”, o Roquefort, e o “queijo dos reis”, o Camembert.
Portugal bem podia orgulhar-se de ter o “rei dos Queijos” ,
o Serra, e os queijos dos príncipes – o Serpa, o Beira Baixa, o Nisa , o
Azeitão. São queijos de ovelha ímpares no mundo. A eles só se assemelha o Belle
Daise italiano, sem os superar em qualidades sápitas.
* José Carrilho Ralo
* Este trabalho que continuaremos publicar aqui e no Portal de Nisa
(blog) é da autoria do Dr. José Carrilho Ralo (já falecido) e foi entregue num
caderno, escrito à mão, em Junho de 1997. Julgamos importante a sua divulgação,
tanto pelo tema como pela autoridade profissional e científica do conhecido
veterinário natural de Póvoa e Meadas.
CAMPO MAIOR: Prisão preventiva por violência doméstica
O Comando Territorial de
Portalegre, através do Núcleo Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas
(NIAVE), no dia 12 de setembro, deteve um homem de 43 anos, por violência
doméstica, no concelho de Campo Maior.
No âmbito de uma investigação
por violência doméstica, os militares da Guarda apuraram que o agressor exercia
violência psicológica e física contra a vítima, sua namorada de 41 anos.
O detido, já com antecedentes
criminais pelo mesmo ilícito, foi presente no Tribunal Judicial de Elvas, no
dia 13 de setembro, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão
preventiva.
A ação contou com o reforço
dos militares do Destacamento Territorial de Elvas e do Posto Territorial de
Campo Maior.
A violência doméstica é um
crime público e denunciar é uma responsabilidade coletiva.
A Guarda Nacional Republicana
realiza regularmente campanhas e ações de sensibilização sobre o tema da
Violência Doméstica e relembra que, se precisar de ajuda ou tiver conhecimento
de alguma situação de violência doméstica participe:
No Portal Queixa Eletrónica,
em https://queixaselectronicas.mai.gov.pt ;
Via telefónica, através do
número europeu de emergência 112;
No Posto da GNR mais próximo
à sua área de residência, tendo os nossos contactos sempre à mão em
www.gnr.pt/contactos.aspx;
Na aplicação App MAI112
disponível e destinada exclusivamente aos cidadãos surdos, em
http://www.112.pt/Paginas/Home.aspx;
Na aplicação SMS Segurança,
direcionada a pessoas surdas em www.gnr.pt/MVC_GNR/Home/SmsSeguranca.
16.9.24
OPINIÃO: A normalização das desigualdades
A justiça confronta-se com problemas
tão sérios, da morosidade às omnipresentes escutas, que só essa enorme latitude
de temas polémicos justificará a escassa reação que mereceram as declarações da
procuradora-geral da República, no Parlamento, sobre os “constrangimentos”
causados pela predominância de mulheres na magistratura do Ministério Público.
Quando questionada sobre a falta de recursos humanos, Lucília Gago entendeu
acentuar as ausências causadas pela gravidez, ou pior ainda pela gravidez de
risco, as horas para amamentação ou a necessidade de assistir filhos menores.
De uma penada, Lucília Gago
não se limitou a atacar os direitos das mulheres e a expor o total
desequilíbrio a que se sujeitam na compatibilização entre vida profissional e
familiar. Pôs em causa conquistas civilizacionais e direitos que deveriam estar
adquiridos. Só que não estão e os próprios sindicatos do setor, incapazes de
pôr de lado o corporativismo na leitura da audição, teceram elogios à
procuradora-geral e ignoraram os pontos polémicos, incluindo em matéria de
direitos laborais.
As declarações de Lucília
Gago são um bom exemplo do quanto há de ilusório no caminho da igualdade e de
como tão facilmente se normalizam comportamentos e declarações que expõem de
forma tão descarada a discriminação. E é tão fácil encontrar esse padrão em
tantos outros desequilíbrios na nossa vida coletiva. É o caso, pegando noutro
exemplo da semana, da profunda injustiça no acesso à educação, um direito
protegido constitucionalmente.
Enquanto famílias com
capacidade financeira pagam explicações para suprir a falta de professores em
determinadas disciplinas, quem não dispõe dos mesmos recursos vai ficando para
trás. Bem podemos desfiar teorias sobre o mérito, fingindo que, se nos
esforçarmos, todos podemos conquistar o mundo. A verdade é bem diferente: a
escola está longe de oferecer a prometida igualdade de oportunidades. E numa
sociedade que tanto precisa de empatia e de entreajuda, normalizar as
desigualdades é meio caminho andado para não as corrigir.
Inês Cardoso – Jornal de
Notícias - 15 setembro, 2024
OPINIÃO: O fim da Europa
A Alemanha vai controlar todos os postos de fronteira
terrestres a partir da próxima semana. Uma medida que aponta ao coração da que
era a conquista mais valorizada pelos cidadãos da União Europeia: a liberdade
de circulação. Uma medida tomada, não porque haja uma emergência, mas por
cálculo eleitoral. Na próxima semana haverá eleições no Brandemburgo e as
sondagens apontam para uma vitória da AfD (Alternativa para a Alemanha),
partido de extrema-direita que fez dos imigrantes o bode expiatório de todos os
males. Somando as intenções de voto da extrema-direita e do novo partido de
esquerda populista, que também adotou uma retórica anti-imigração, mais de 40%
dos eleitores daquele Estado subscrevem narrativas xenófobas ou racistas.
A Alemanha não é caso único. Há anos que que a direita
radical percebeu que a imigração é um mercado eleitoral prometedor. Em
Portugal, o Chega refere-se aos imigrantes numa linguagem abrasiva e defende
soluções violentas, como se estivéssemos no tempo das cruzadas. “É preciso
controlar as hordas de imigrantes que tentam invadir a Europa”, proclama um.
“Não estamos seguros! É preciso controlar fronteiras e iniciar deportações em
massa!”, exclama outro. “Não queremos mais bandidos em Portugal”, conclui
Ventura.
Não é caso único a Alemanha. Mas é o país mais importante da
União Europeia, em termos económicos e políticos. Uma peça central desse espaço
comum de valores e de progresso. Costuma dizer-se, a propósito da economia,
que, quando a Alemanha espirra, o resto da Europa constipa-se. O adágio é
válido em termos de políticos. Se um Governo alemão, composto por partidos de
centro-esquerda (sociais-democratas e os verdes) e liberais suspende a
liberdade de circulação, contaminado pela retórica extremista, que exagera os
problemas e ignora as vantagens da imigração, outros seguirão o exemplo. Não é
exagerado dizer que assistimos ao princípio do fim da Europa enquanto espaço de
progresso económico e social, de tolerância e de inclusão.
* Rafael Barbosa – Jornal de Notícias - 11 setembro, 2024
IMAGEM - Regresso ao passado | cartoon
editorial da revista de domingo do @correiodamanhaoficial - Vasco Gargalo
14.9.24
OPINIÃO: A favor das restrições dos telemóveis nas escolas
O Ministério da Educação decidiu recomendar às escolas a
proibição do uso do telemóvel nos 1.o e 2.o ciclos e restrições no 3.o ciclo.
Trata-se de uma medida já implantada em vários estabelecimentos de ensino, sobretudo
privados, que procura restabelecer a convivialidade dos alunos nos recreios e
um normal funcionamento das aulas.
Quem tem filhos nos ensinos Básico ou Secundário, como é o
meu caso, sabe bem a enorme dependência que os mais jovens têm hoje do telemóvel.
Por vontade própria, o consumo diário de periféricos móveis poderia ser de
largas horas. Estão ali em frente de um ecrã como se procurassem agarrar o
Mundo todo nas mãos. Muitas vezes de uma forma tão obsessiva como solitária. Em
casa, cada um de nós, enquanto pais, procura limitar esse uso, muitas vezes
procurando alternativas inimagináveis. Devo reconhecer que frequentemente o meu
filho reconhece nas atividades propostas no lugar dos ecrãs uma atratividade
maior do que aquela que encontra nos vídeos (jogos). Há apenas uma variável que
essas opções devem ser conter: uma interação humana. Parece sempre muito mais
sedutor um jogo com jogadores reais ou uma atividade de lazer que implica
convívio interpessoal do que a tecnologia que está ao alcance dos dedos. E isso
faz-nos pensar (muito) acerca do tempo que (não) dispensamos em família.
Em contextos de sala de aula a minha experiência faz-se com
alunos que frequentam o Ensino Superior. Os tempos letivos que procuramos que
sejam de uma aprendizagem ativa feita de discussão de ideias e de descoberta de
novos conteúdos é atravessada em permanência pelas redes sociais. Pousados em
cima da mesa, os telemóveis são permanentemente iluminados por notificações que
interpelam os estudantes para outros mundos que os transportam para muito longe
daquilo que se passa ali, na sala de aula. Nos ensinos Básico e Secundário,
essa turbulência será bem menor, mas não estará ausente e será um elemento
(muito) perturbador no ambiente de uma turma. No entanto, é nos recreios que os
telemóveis ocupam mais espaço. E isso tem efeitos devastadores a vários níveis:
na relação entre os alunos, nos estados de agitação ou de ansiedade que,
decerto, transportarão para dento da sala de aula...
Para evitar polémicas, o Governo optou por uma linguagem
suave: recomendou a proibição do uso do telemóvel para os mais pequenos e
restrições para os maiores. A iniciativa não é consensual. Faltará lembrar uma
evidência que muda muita coisa: dentro de uma escola dos ensinos Básico e
Secundário nenhum aluno precisa do telemóvel. E isso retém-nos no essencial
desta discussão.
Felisbela Lopes – Jornal
de Notícias - 13 setembro, 2024
Professora catedrática da UMinho
CENTRAL NUCLEAR DE ALMARAZ - Consulta Pública: Posição dos "Verdes"
O Partido Ecologista
Os Verdes participou da consulta pública
“Avaliação do Impacto Ambiental do novo Armazém Temporário
Individualizado (ATI 100)”
O Partido Ecologista Os Verdes, há vários anos, em
consonância com diversas associações ambientalistas, reivindica o encerramento
da central nuclear de Almaraz (Cáceres). Esta contestação não se fundamenta
apenas na oposição à produção de eletricidade através da energia nuclear mas
também na reconhecida falta de condições de segurança da central, o que
exacerba o risco de acidentes resultantes do seu funcionamento.
A cessação da exploração das Unidades I e II da central
nuclear de Almaraz, conforme estipulado no VII Plano Geral de Resíduos
Radioativos, no âmbito do programa de operação e desmantelamento de instalações
nucleares está previsto para o final de 2027 e 2028, respectivamente. Este
encerramento ocorrerá com mais de 20 anos de atraso, dado que a central já
havia ultrapassado o seu horizonte operacional em 2010, representando, desde
então, sobrelevado o risco de acidente, sendo sucessivamente afirmado pelo PEV
como: Um perigo à nossa porta.
Para além do risco inerente à segurança decorrente da
operação de desmantelamento da central obsoleta, foi iniciado em 2016 e
concluído em 2018, a construção na área da central um Armazém Temporário
Individualizado (ATI 20), supostamente temporário, como o nome indica, para
depositar os resíduos nucleares produzidos pela instalação.
Desde o início, Os Verdes alertaram e pressionaram o Governo
português para a necessidade de envolvimento do nosso país na avaliação de impacte
ambiental do ATI. Este processo foi iniciado por Espanha sem dar conhecimento a
Portugal, apesar da proximidade territorial e das implicações transfronteiriças
decorrentes do facto de o armazém estar localizado na Bacia do Tejo. O Governo
(português) acabou por apresentar uma queixa na UE sobre o assunto.
Os Verdes opuseram-se veementemente àquela infraestrutura.
Em primeiro lugar, devido aos perigos que representa, particularmente para as
populações limítrofes e para aquelas que dependem das águas do Rio Tejo. Os
Verdes alertaram igualmente para o facto da construção do ATI 20 poder vir a
abrir caminho para a sua expansão, tornando-se, deste modo, numa solução cada
vez mais definitiva, o que parece estar a concretizar-se.
Atualmente, e no âmbito desta consulta pública, Os Verdes
pronunciaram-se sobre a avaliação do impacte ambiental do novo Armazém
Temporário Individualizado (ATI 100) da central nuclear de Almaraz (Cáceres).
Não obstante ser positivo, a concretizar-se, o início do encerramento dos reatores
da central a partir de 2027, este ATI não deixará de representar um perigo para
o nosso país, em particular para as águas do Tejo, tratando-se de resíduos
altamente radioativos.
A falta de soluções para os resíduos nucleares vem
evidenciar aquilo que sempre afirmamos: que o nuclear nunca foi, não é e jamais
será uma solução para responder aos desafios energéticos, por mais que a União
Europeia assim o tenha entendido no quadro da taxonomia verde.
Os Verdes reafirmam a oposição a este novo ATI 100.
Pelas populações, pelo ambiente e pela segurança, Os Verdes
afirmam que o nuclear não é Verde. Nuclear não obrigado!
Segue em Anexo a Participação do Partido Ecologista Os
Verdes no quadro da consulta pública.
Lisboa, 13 de setembro de 2024
Partido Ecologista Os Verdes
Assinar:
Postagens (Atom)