Ser capaz de detetar um cancro precocemente pode significar a diferença entre a vida e a morte. No entanto, o corpo começa a dar sinais que deve prestar atenção e que, em muitas ocasiões, podem mesmo passar despercebidos.
No caso do cancro do pâncreas, os sinais não são estimulados nos estágios iniciais – entre 80 e 90% dos pacientes são diagnosticados num estágio tardio, quando o cancro já está avançado. “Como se apresenta tarde, o prognóstico do cancro pancreático é mau”, sublinhou Deborah Lee, da ‘Dr. Fox Online Pharmacy’, citada pelo tabloide britânico ‘Daily Express’.
No entanto, há sintomas que podem ajudar a fazer soar o alarme. “Estudo mostram que 25% dos pacientes apresentam sintomas abdominais superiores nos seis meses anteriores ao diagnóstico de cancro pancreático”, explicou a especialista, reforçando: “E outros 15% apresentam sintomas ainda antes disso.”
E que sintomas são esses?
– cólicas;
– diarreia;
– constipação;
– outras alterações nos movimentos intestinais;
– inchaço;
– náusea.
De acordo com Deborah Lee, a dor abdominal pode ocorrer “no início” da doença, dependendo da localização exata do tumor cancerígeno. “A dor pode irradiar da parte superior do abdómen para as costas, por exemplo, se o tumor estiver a pressionar a coluna”, relatou. “O cancro do pâncreas também pode causar dor se estiver a pressionar outros órgãos ou nervos. Num terço dos pacientes, a dor é considerada leve a moderada e, em outro terço, a dor é intensa.”
“A dor pode ser intermitente e muitas vezes piora ao comer e beber, especialmente alimentos gordurosos, e ao deitar-se, e melhora ao inclinar-se para a frente”, apontou a médica.
Embora esses sintomas possam dar sinal, não garantem que tenha cancro. “Muitos desses sintomas são semelhantes e muitas vezes são confundidos com a síndrome do intestino irritável (SII)”, explicou a especialista, que sublinhou que é importante falar com o seu médico sobre quaisquer alterações incomuns para descartar problemas sérios. “Deve manter-se vigilante e relatar qualquer nova dor abdominal leve/moderada ao seu médico se não desaparecer em 7 dias”, concluiu a médica.
* Francisco Laranjeira - 30 Mai 2023