"Alpalhão – Palavras, falares e modos de dizer de uma vila do Alentejo"
"Alpalhão, povoação tão antiga que há quem diga que possa ter sido a Fraxinium dos romanos, fica no Alentejo, a nordeste, no concelho de Nisa.
Teve castelo, possivelmente reconstruído em 1300 a mando de D. Dinis e, mais tarde, restaurado nos tempos de D. Manuel I. Dele restam o pátio, dividido por vários quintais, e algumas paredes aproveitadas nas casas circundantes. No decorrer da Guerra da Restauração (1640-1668) D. João IV mandou envolver a vila de muros de que ainda são visíveis alguns vestígios.
Por serem pobres os solos, os alpalhoeiros encontraram na privilegiada colocação da sua vila na rede de estradas e caminhos, o modo de vida para a sua subsistência: foram os carreteiros das vilas vizinhas. Ocupação que complementaram com uma agricultura de subsistência nas fazendas que orlavam o aglomerado de casas. Os mais pobres alimentaram os ranchos que, nas grandes herdades do sul e do Ribatejo, gastavam grande parte do ano em fegas sucessivas nos trabalhos sazonais.
Depois, as grandes ondas migratórias de meados do século XX, primeiro para o litoral, depois para França, foram desfalcando Alpalhão de gente, à semelhança de todo o território do interior.
Neste primeiro quartel do século XXI, com pouco povo e de muita idade, mais premente se torna recolher o que ainda pode ser arrecadado do património abastado, genuíno e variado do que foi uma pequena comunidade rural ao cimo do Alentejo. É o que se pretende ajudar com a publicação deste trabalho.
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