IMAGINE 3 - Que a campanha eleitoral para as Autárquicas tenha servido os propósitos, isto é, discutir os reais problemas e necessidades do concelho e que nesses debates ou auscultação das populações, tenham vindo ao de cima, os problemas relacionados com a Saúde. Problemas que não se esgotam no painel de azulejos, mais bonito ou mais feio, consoante os gostos, mas na falta de pessoal que o destapar da manta no Hospital de Setúbal, veio trazer, com premência, a público e que atinge também o novo Centro de Saúde de Nisa.
Imagine que está mais de uma hora a tentar ligar para o CS e que após 10 ou 12 tentativas, sem qualquer resposta - com algumas "idas" e "vindas" ao Hospital de Portalegre-, resolve deslocar-se pelos seus próprios meios e verificar in loco que há uma gritante falta de pessoal, a todos os níveis, principalmente, administrativo.
Não será exigível pedir, a quem dá o melhor de si, melhores e mais expeditas respostas. Mas há formas de resolver o problema e a ULSNA não pode, por mais tempo, alhear-se dele e dos prejuízos que tal facto causa às populações. Contrate pessoas para atender o telefone e ver-se-á que esta "despesa" pode ser revertida em "proveito".
Imagine, também, um Centro de Saúde, novo, equipado à la carte, com uma especialista em Fisioterapia, que faz o que pode e não pode, num concelho muito envelhecido e onde as mazelas físicas são o pão nosso de cada dia. As novas instalações, a quantidade e a extensa lista de espera dos utentes que carecem de cuidados de fisioterapia, justificam, por si só, que o Centro de Saúde recrute, pelo menos, mais um profissional desta área.
E é aqui que entra o Poder Local, cuja principal linha de actuação se deve pautar pela melhoria das condições de vida da população. O dinheiro gasto em flores, florinhas e adereços para inglês ver, dava e sobrava para a contratação de um profissional de Fisioterapia que pudesse colmatar as carências existentes. Há diversas autarquias que já o fazem e a de Nisa, seguindo este caminho, prestaria um bom serviço à população.
Na frente ocidental nada de novo.
O povo
Continua a resistir.
Sem ninguém que lhe valha,
Geme e trabalha
Até cair.
Miguel Torga