13.11.19

OPINIÃO: Web Summit recebe subsídio público de 11 milhões euros

A Web Summit recebe um subsídio público de 11 milhões de euros anuais e, naturalmente, os lucros de Paddy Cosgrave aumentaram 16 vezes desde que veio para Portugal.
Além disso, desde 2016 que o governo sustenta a chamada Rede Nacional de Incubadoras que dá ajuda financeira a projectos de startups e financia também investidores, frequentemente estrangeiros, que queiram apostar nestas startups. Enfim, uma área que se diz o magma do empreendedorismo e do mérito mas depois precisa tanto da mama do Estado...
Como se não bastasse, a websummit vive à custa de trabalho voluntário, não pago. Este trabalho gratuito ainda lhe rende mais 115 mil euros posto que garante o funcionamento da feira e os voluntários nem sequer recebem ajudas de deslocação e alojamento. Muitos deles - como, aliás muitos dos visitantes da websummit - vão iludidos e acreditam num el dourado, embarcam na cantiga do enriquecimento fácil e rápido da inovação tecnológica, no Euromilhões.
Sucede que uma em cada três startups fecha ao fim de um ano, outro terço fecha antes de fazer sete anos e geram bem mais lucros do que empregos.
Custa ver um governo e uma câmara ditos de esquerda apoiar esta websummit que vive à custa do nosso dinheiro e de trabalho não pago. O papel do Estado na economia tem de passar pelo investimento reprodutivo e não por híbridos de feira das vaidades com casino dona branca tailandês.
Ah, sim. O sr. Websummit disse que Portugal também é uma start up. Iá. Está-se bem. Beam me up, Paddy. E passa para cá 900 anos de história.
Joana Amaral Dias