Na história do Pavilhão Rosa Mota / Super Bock o que interessa sublinhar é que os espaços públicos estão a passar a privados. Ou seja, o seu nome e a nossa memória estão a ser mercantilizados.
As praças e salas perdem as suas figuras históricas, as suas referências da ciência e da cultura, da arte e da sociedade, e passam a titulares de marcas comerciais. Arenas de espectáculos e auditórios universitários são agora e cada vez mais chamados pelo nome de empresas e bancos, muitas deles ladrões resgatados pelos dinheiros públicos, que fugiram aos impostos, que enganaram meio mundo.
Pois, é a nossa identidade transformada num permanente outdoor publicitário. Pomos a raposa a guardar o galinheiro, entregamos o ouro ao bandido e no fim ainda tatuamos o nome dele na nossa testa. Que jericada.
Joana Amaral Dias