Podemos classificá-la como a "nova" paisagem urbana e que reflecte a crise económica - a real e a fictícia - que grassa pelo país. Novos termos e conceitos definem e defendem a existência de "hortas comunitárias" uma ideia que não tem nada de novo, como bem o demonstram muitos moradores das zonas periféricas de Lisboa e de outras cidades que, sem dizerem água vai - porque as couvinhas, a salsa, os coentros, as favas, as cebolas e toda a variedade hortícola fazem muito jeito para sustentar bocas e aliviar a "carga" da economia doméstica - trataram e muito bem, de aproveitar terrenos devolutos, junto às grandes urbanizações.
Em Nisa, já tínhamos dado conta da existência de uma couve, que brotou, espontaneamente, de entre a calçada da rua Capitão Pais de Morais. Uma rua que, noutros tempos, tinha a curiosa designação de Rua dos Chouriços e, assim, já se entende o "nascimento" da couve.
Recentemente, visitante atento do blog, mandou-nos esta belíssima foto de um imponente tomateiro na rua 31 de Janeiro, na esquina com a rua Dr. José Falcão.
Ora, sabendo que os homens que fizeram o 31 de Janeiro de 1891- a primeira tentativa séria de derrube da Monarquia - eram homens de rija têmpera com os ditos cujos no sítio, não custa acreditar que o cultivo do tomateiro e dos seus frutos tenham, também, uma "razão histórica".
Certo é que, um pouco por todo lado, a paisagem e a cultura hortícola, na base da sobrevivência, vão-se multiplicando. Fruto dos tempos e da necessidade que, sem aviso de extinção, todos vão sentindo.