Diz que é uma espécie de democracia... ou de
país.
João Paulo Guerra, um dos resistentes
jornalistas de "j", ou seja, daqueles que não usam a profissão como
entrega de encomendas e que gostam de investigar fatos e não se inibem de um
olhar crítico sobre os acontecimentos que nos rodeiam.
Além de tudo o mais é uma pessoa bem
disposta e humorada. ouvir a sua leitura dos títulos dos jornais, todas as
manhãs pelas 8:20, na antena 1, o que seria um frete para muitos, é na voz de João Paulo Guerra um dos momentos do dia, para quem se dá, ou pode, ao
privilégio de o ouvir. e constitui um bom antidepressivo para os maus tempos
que vivemos. termina sempre com um remoque cheio de humor e atingindo o sítio
certo, na "mouche".
Ao ler este conjunto de crónicas, escritas
entre outubro de 1999 e dezembro de 2008, ficamos com o olhar e pensamento
sobre uma panóplia de acontecimentos ocorridos neste país, alguns tão ridículos
improváveis, kafkianos, que provavelmente já esquecemos, mas que a pena do João
faz questão em recordar-nos.
Depois, o autor tem um estilo de escrita tão
leve e prenhe de humor que o livro se eleva à categoria de antídoto contra
qualquer espécie de olvido ou tentativa de cair no ensimesmamento.
E apesar de tudo, de compreendermos como o
país e todos nós nos deixámos atolar nesta piscina de merda, por não darmos
importância ao rol de pequenas coisas, aqui relembradas, constitui uma
autêntica farra a leitura desta obra.
Aqui vos deixo a apresentação do livro
disponibilizada pela livraria online "wook":
Jaime Crespo