30.4.25

AVIS: Detido por posse ilegal de armas e por posse de munições proibidas

O Comando Territorial de Portalegre, através do Posto Territorial de Avis, no dia 28 de abril, deteve um homem de 69 anos por posse ilegal de armas, no concelho de Avis.

No âmbito de uma investigação por posse ilegal de armas, os militares da Guarda realizaram uma busca domiciliária, que culminou na apreensão de diverso material, nomeadamente:

Uma arma de fogo;

Três armas de ar comprimido;

Quatro armas brancas (vulgo punhal);

Cinco caixas de fulminantes;

604 cartuchos de chumbo;

221 munições;

15 munições tipo zagalote (munição proibidas).

Na sequência da ação, o suspeito foi detido, e os factos foram comunicados ao Tribunal Judicial de Fronteira.

A GNR relembra que, de acordo com o Regime Jurídico das Armas e Munições, quem, sem se encontrar autorizado, detiver, transportar, guardar, comprar ou adquirir qualquer arma elencada no n.º 1 do Artigo 86.º do mesmo diploma, encontra-se a incorrer no crime de posse de arma proibida. Importa ainda esclarecer que, quem detiver arma não registada ou manifestada, quando obrigatório, constitui um crime de posse ilegal de arma.

 

NISA: Conheça os poetas do concelho (XXIV) - António Borrego


Poema aos amigos de infância 

Com vocês caminhei

pelo campo, pela ribeira e a caminho da escola

vimos nascer as luas cheias de agosto

ficámos estarrecidos e lançámos desejos ao vento

tantos pássaros a cantar, tantos ninhos por descobrir

procuro na alma, aquelas emoções outrora sentidas

não as quero perdidas, quero-as vivas...bem vivas...

e, quero exaltar aqui, todos os nossos dons humanos

e sentir que, se modelou a pomba da paz

na substância dos nossos sentimentos irmanados

das maldades cometidas?...desses remorsos...

fizemos de conta que...nunca existiram...

porque, todos os passados...já foram futuro...

vivemos estes tempos de guerra, onde a luz de deus...

esmorece, arrefece e se torna obscura...

mas, brindemos à vida...mesmo com o cálice da amargura...

sabemos bem que, é nas raízes que deixamos a alma

tínhamos sempre tanta pressa...

tanta emoção e vertigem pelo ar...

parecia impossível...um dia acabar...

(deus permita que acabe a guerra, para não acabar tudo, 

mas, não há data prevista para o fim do sofrimento)

tínhamos o nosso paraíso...

sem serpente e sem pecado...(sim, colhemos maçãs alheias)...

na página do tempo, inscrevemos aventuras...

cavaleiros de calções com fisga no bolso...

(aquele bolso, remendado, por três vezes, pelo menos)...

nos dias mais quentes, nadávamos na ribeira...

nos dias frios, ferrávamos "buguélhas" ao lume

da lareira aconchegante...

em vez de beijos e carícias, levávamos chineladas...

mas, estamos cá, sem mágoas e sem mazelas...

disseram-nos que o amor, preserva e ressuscita

talvez memórias...talvez memórias...

agora?

escutamos o galope certeiro dos dias

os nossos olhos saltam de estrela em estrela...

até que o trote seja lento, e esmague as rosas que temos no peito

doce e amargo?...é ir à infância...

tão pura...tão ausente...tão próxima...

mas, da ampulheta...vai caindo areia...

A.B. 2022

 IMAGEM: Miúdos da Feira da Ladra (1975) - Foto de Diogo Margarido


CASA DO ALENTEJO: Sessão "Em defesa da Academia de Amadores de Música"

 


29.4.25

NISA: Ainda as MEDALHAS DE MÉRITO MUNICIPAL

Amanhã, 30 de Abril, reúne em sessão extraordinária a Assembleia Municipal de Nisa. A convocatória já é, em si mesmo, um facto “extraordinário” pois não se percebe a razão porque a sessão não é Ordinária, uma das quatro calendarizadas como tal, durante o ano. Uma das razões terá a ver com o facto de que, sendo “Extraordinária” só poderá discutir e aprovar assuntos agendados na Ordem de Trabalhos, além de não permitir a intervenção de munícipes. Um artifício que dará muito jeito, quando os eleitos irão confrontar-se com uma proposta de Ratificação da atribuição das Medalhas de Mérito Municipal, já com o facto CONSUMADO, sem que o órgão fiscalizador do município tivesse qualquer participação. Agora, os eleitos limitar-se-ão a abanar a cabeça, impávidos e subservientes às “ordens” da presidente-mor, condutor de todo o processo.

Sobre os escolhidos, os seus méritos e justiça das distinções já me pronunciei em anterior texto. Mas, podemos questionar-nos se, em fim de ciclo autárquico (será mesmo?) não haveria outras pessoas, singulares ou colectivas, merecedoras do reconhecimento público por parte do Município de Nisa.

A meu ver, seria de toda a justiça e reconhecimento – referindo aquelas que me saltam à memória – atribuir distinções municipais, ouro e prata, às seguintes personalidades que destaco.

1 – Drª Maria Clara Figueiredo – Secretária Adjunta e da Justiça

2 – Dr. José Manuel Basso

3 – Prof. Carlos Tomás Cebola (a título póstumo)

4 – Sr. José Morujo Júlio

5 – Profª Lídia da Graça dos Santos Esteves

As razões para uma tal homenagem saltam à “vista desarmada”. A Drª Maria Clara Figueiredo integra o actual Governo, resultante de eleições livres e democráticas. Ascendeu a um plano superior na administração da Justiça, mercê do seu desempenho como juíza, em várias instâncias, sendo a segunda personalidade nascida no concelho, em mais de um século de regime republicano, a ser escolhida para tão importante missão.

O Dr. José Manuel Basso e o Prof. Carlos Tomás Cebola, a diferentes níveis, deram importante contributo para o desenvolvimento do concelho.

José Morujo Júlio e Lídia dos Santos Pereira, ambos nascidos no concelho, foram dois atletas de eleição, com carreiras desportivas no atletismo e na marcha atlética, com marcas indeléveis a nível da alta competição e no garbo com que representaram o país por diversas ocasiões.

Em qualquer outro concelho do país, em que o reconhecimento do Mérito se norteasse por critérios basilares de justiça e não dependesse de “jogadas” ocasionais de controlo do poder, sem grande esforço de memória, estas personalidades veriam o seu nome e acção em prol do concelho serem devidamente reconhecidos, enaltecendo as suas qualidades humanas e profissionais como uma grande contribuição para elevação do concelho e dos seus habitantes.


Esta “prosa” de pouco ou nada valerá. Mas, irá ficar, tenho a certeza, como memória futura, e um “peso” que não deixará dormir, as consciências “desatentas”…

Mário Mendes

NOTA: Há dois pequenos lapsos, que entretanto detectámos e que urge corrigir. A sessão da AM é, de facto, ORDINÁRIA e só veio referida de outra forma porque a Câmara anda "distraída" e anuncia-a no seu site como Extraordinária . O segundo lapso prende-se com o número de sessões calendarizadas, por lei, em cada ano. são cinco e não quatro.


Motociclista morre em colisão com camião no concelho de Nisa

 


Óbito foi declarado no local do acidente.

Um homem, de 51 anos, morreu, esta terça-feira, na sequência da colisão do motociclo que conduzia com um camião, ocorrida numa estrada regional no concelho de Nisa, distrito de Portalegre, informou a Proteção Civil.

O acidente, indicou à agência Lusa a fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alto Alentejo, ocorreu, por volta das 12h15, no troço da Estrada Regional 18 (ER18) que liga Nisa e Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco.

Segundo a mesma fonte, a vítima mortal tem nacionalidade húngara.

Contactada pela Lusa, fonte do Comando Territorial de Portalegre da GNR confirmou nacionalidade do homem e precisou que tinha 51 anos.

O óbito foi declarado no local do acidente pelo médico da viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Portalegre, acrescentou.

As operações de socorro envolveram as corporações de bombeiros de Nisa e Vila Velha de Ródão, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a GNR, com um total de 12 operacionais, apoiados por seis veículos, incluindo a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Portalegre.

Lusa - 29 de abril de 2025

 

 

NISA: A Censura ainda existe!

 

Em Nisa, mais de 80 anos após o texto que abaixo referimos, a Censura ainda existe. Há um CENSOR, oficial ou oficioso no MUNICÍPIO DE NISA que APAGA, BLOQUEIA e SUPRIME todos os comentários que NÃO AGRADAM à presidente da Câmara.

A princípio, a estratégia censória passava por apagar os comentários, alguns dos quais irrisórios e sem qualquer contundência. Depois, começou a "fiar mais fino", tal como na PIDE que implantou novas "técnicas". Criou-se uma lista de CIDADÃOS, os mais críticos e activos, que de um momento para outro e sem qualquer aviso prévio (era o que faltava...) foram APAGADOS, BLOQUEADOS do acesso às páginas de Facebook do Município.

A "perda" nem seria grande, não fosse o facto de, nessas páginas passar o grande volume da informação e propaganda da Câmara. É isso que o CENSOR DE SERVIÇO - devidamente orientado na sua função - não quer que os MUNÍCIPES leiam e vejam para que não possam COMENTAR, exercendo um dever cívico e democrático.

A senhora Idalina que tanto reclama o DIREITO AO CONTRADITÓRIO viola, de forma constante e intencional, um dos DIREITOS FUNDAMENTAIS de um regime democrático: A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE INFORMAÇÃO.

E, vai mais longe, ao negar a cedência do auditório da Biblioteca Municipal  para iniciativas de âmbito cultural, a cidadãos e a associações do concelho, principalmente daqueles e daquelas que não caíram nas suas "boas graças".

A uma delas - a Associação Nisa Viva - devia ter a hombridade de agradecer, entre outras iniciativas, o importante e decisivo papel que desempenhou contribuindo para a recuperação do Menir do Patalou. E como agradeceu? Negando a cedência do auditório da Biblioteca Municipal para uma Conferência promovida por aquela associação.

Em Abril de 2014, a Câmara negou - nunca negando, pois nem foi capaz de assumir o óbvio - a cedência do auditório da Biblioteca para a apresentação de um livro, de um autor do concelho e ex-secretário da Assembleia Municipal (talvez por isso...).

Joaquim Marques Rodrigues, professor, já partiu do nosso convívio. Levou consigo essa mágoa do desumano tratamento que recebeu, baseado na intolerância política e partidária.

O livro tinha (e tem) como título "Contos Montesinhos", (re)tratava histórias e pessoas do concelho e está esgotado,. O Joaquim Marques escreveu à Câmara, uma e outra vez, falou com "responsáveis" da Cultura, até que percebeu que a CENSURA existia. O livro foi apresentado em Santana e mais tarde, a 23 de Abril, num estabelecimento de restauração. Eu estive lá e fotografei o evento. Estávamos em 2014, Idalina iniciava o mandato e ainda que "levemente" já mostrava os tiques ditatoriais que hoje ostenta e dos quais se orgulha. A Câmara é ela. Os outros, os dois vereadores a tempo inteiro do executivo, não sei como chamar-lhes.  Só sei que "isto" não é, não pode ser, o exemplo de um partido socialista e muito menos da transparência que um órgão do poder local deve ter para com os seus munícipes, a razão de ser da sua existência.

Trabalhar para as pessoas, como tenho repetido vezes sem conta, não pode ser TRABALHAR APENAS PARA ALGUMAS PESSOAS, MAS SIM PARA TODAS! 

CENSURA EM NISA!  HÁ CIDADÃOS E CIDADÃS, MUNÍCIPES DO CONCELHO QUE SÃO DIARIAMENTE DISCRIMINADOS.

Seria bom que as ENTIDADES QUE TUTELAM AS AUTARQUIAS LOCAIS NÃO CONTINUASSEM, POR MAIS TEMPO, A FECHAR OS OLHOS E A ASSOBIAR PARA O LADO.

Mário Mendes

NISA: Ecos da Ditadura em 1930 – A censura


António Falcão, Administrador do concelho de Niza

Faz saber que de futuro e, em caso algum se poderão efectuar reuniões, conferencias, discursos e comemorações, etc. sem licença do Exmo Governo Civil.

Os pedidos de licença serão feitos por escrito e deles deverão constar além de outras indicações que sejam julgadas convenientes, ofim da reunião e natureza do assunto atratar.

Para constar se passou o presente e outros que vão ser afixados nos logares publicos do costume.

       (a) Falcão

 

CAMINHOS: Percurso do Contrabando do Café recriado na raia entre Marvão e Valencia de Alcántara

Os trilhos sinuosos que outrora marcaram o Percurso do Contrabando do Café, entre Marvão e Valencia de Alcántara, voltam a ser explorados no próximo sábado, dia 3 de maio, em homenagem aos antigos contrabandistas da raia luso-espanhola.

Este ano, a partida está agendada para as 9h00, no Largo da Igreja de Galegos. Logo ao km 1,5, mas já em solo espanhol, na pequena aldeia de La Fontañera, os participantes inscritos vão degustar o pequeno almoço “à moda do contrabandista”, constituído por migas de pão com carne de porco frita e “café do pucheiro”.

O traçado delineado, um pouco diferente do realizado na última edição, tem aproximadamente 9 km de extensão total, grau de dificuldade média e um desnível acumulado de cerca de 300m.

Por calçadas, vereadas e caminhos praticamente desconhecidos, a caminhada volta também a passar por três localidades historicamente associadas ao contrabando: Galegos, La Fontañera e Pitaranha.

Em locais de uma extraordinária beleza natural e paisagística, no Percurso do Contrabando do Café voltam a relembrar-se histórias e memórias perpetuadas no tempo e na cultura do povo raiano, para quem o contrabando desempenhou um papel fundamental na sua sobrevivência, nos difíceis tempos das ditaduras portuguesa e espanhola.

OPINIÃO - Editorial: Ligados e desligados


A realidade imitou a ficção e, durante umas largas horas, Portugal mergulhou na idade das trevas. A falha generalizada de eletricidade, que afetou cerca de 90% do consumo de todo o país, constituiu o mais grave incidente do género de que há memória e fez-nos refletir sobre a enorme fragilidade de uma organização social tão dependente da energia. Na verdade, a dimensão deste apagão, cujas causas estão ainda por determinar, extrapolou a vertente elétrica, tendo afetado com particular violência as comunicações e até o abastecimento de água. Transportes, escolas e hospitais foram apenas algumas das áreas atingidas por esta torrente invulgar. Durante umas horas, soubemos o que é viver quase em cenário de guerra, racionando consumos, acumulando víveres, encostando a orelha ao rádio em busca de notícias. Durante umas horas, recuámos um século. O administrador da REN não garantiu que o problema não possa acontecer no futuro. Na verdade, ninguém pode fazê-lo. O que não invalida que não devamos revisitar procedimentos e, de forma séria, olhar para o sistema de abastecimento elétrico em Portugal, infraestrutura absolutamente decisiva para uma vida em normalidade. Depois, é imperioso que haja, em situações deste género, uma comunicação clara aos cidadãos sobre os comportamentos a adotar, para que se mitiguem os efeitos dos tradicionais açambarcamentos de produtos e corridas desenfreadas aos supermercados. É natural e compreensível que, perante uma situação desta natureza, haja uma tendência para o alarme, mas o reforço da cultura cívica pode ajudar a minorar esses impulsos primários.

·        Direção do JN - 29 abril, 2025 

M    IMAGEM: Estalou a lâmpada - Cartoon de Vasco Gargalo  


27.4.25

OPINIÃO: A melhor homenagem que podemos fazer a Francisco

Hoje, celebramos o 51.º aniversário da revolução dos cravos. Esta data serve para lembrar que ditadura nunca mais; não queremos regressar ao tempo da opressão, do atraso e da miséria. Serve também, para explicar aos mais jovens que o futuro está na democracia, no progresso e no bem-estar para todos.

Mas para tal, temos que nos proteger em relação aqueles que usando e fintando a democracia com falsidades, estão ao serviço dos saudosistas; tal como acontece noutros países, onde eleitos conseguem reverter progressos civilizacionais. Um grande exemplo é Donald Trump com seguidores em todo o mundo e até em Portugal como André Ventura.

Outro exemplo, o atual regime russo de extrema-direita antidemocrático, persegue pessoas de esquerda e sindicatos independentes contra o regime imperialista de Putin. Não é de estranhar o apoio a Putin, da aliança do Grupo Parlamentar Europeu “Patriotas pela Europa”, onde estão Marine Le Pen, André Ventura e Viktor Orbán. Hoje são o terceiro grupo no Parlamento Europeu e o Kremlin conta com estes amigos para destruírem a União Europeia, não pelas armas, mas pela sua divisão.

Também em Itália, o 25 de Abril marca a queda do fascismo em 1945. Os partizanos (partigiani - guerrilheiros antifascistas) imortalizados na emblemática música “Bella Ciao”, estariam muito longe de acreditarem que Itália no século XXI iria eleger Giorgia Meloni, admiradora confessa de Benito Mussolini.

Ainda em Itália, amanhã, o mundo vai assistir às cerimónias fúnebres do Papa Francisco. Foi um revolucionário na Igreja Católica e no mundo; defensor da Teologia da Libertação, na defesa dos pobres e oprimidos. Criticou o capitalismo, a “economia que mata” e as políticas anti emigração. Foi um grande crítico do genocídio da Faixa de Gaza promovido por Israel com o apoio dos EUA e com a passividade da Europa. A postura do criminoso Benjamin Netanyahu face à morte do Papa diz tudo.

Perante isto é com estupefação que assistimos à hipocrisia da extrema-direita, com destaque para Javier Milei que afirmou que Francisco era um “enviado do diabo”; também André Ventura, afirmou que este Papa “prestou um mau serviço ao cristianismo” porque a Igreja Católica de Francisco se comporta como um partido de esquerda na crise migratória e branqueia líderes políticos corruptos.

Agora é vê-los com o maestro Trump, no habitual papel de falsários incorrigíveis a tecer elogios ao falecido Papa que tanto os criticou. Para o populismo vale tudo! A liberdade está por isso em perigo quando estes reis do embuste conseguem aproveitar-se e enganar os mais distraídos que são muitos.

O processo de fasciszação está em curso e comemorar Abril é lutar contra qualquer tentativa de retrocessos; celebrar Abril é a melhor homenagem que podemos fazer a Francisco!

·        Paulo Cardoso 25-04-2025 - Programa "Desabafos" / Rádio Portalegre

NNota: Foto “roubada” a Maria Rueff – “Até um dia querido “Super-Papa” Francisco!” (Caricatura entregue a Francisco feita por um cartoonista italiano, durante o encontro do Papa com os humoristas).


26.4.25

NISA: Intervenção da CDU na Sessão Solene de celebração do 51º Aniversário do 25 de Abril

O Futuro tem de ser melhor!

Nunca, como hoje, fez tanto sentido dizer bem alto ‘25 de abril Sempre, fascismo nunca mais!’

Respeito, tolerância, diálogo, humildade, liberdade, igualdade, inclusão, dignidade, coragem, determinação, integridade, participação, PAZ… não são apenas palavras, são formas de estar na vida e de viver em DEMOCRACIA!

2024 foi um ano de celebração de meio século de  Democracia. Depois do fim de uma ditadura que vigorava há quase meio século em Portugal, construiu-se a Descolonização, a Democratização e o Desenvolvimento. Nasceu uma sociedade mais participativa e plural. Saibamos nós passar o testemunho… o testemunho dos que lutaram contra a ditadura e construíram a Democracia,  para a entregar aos que nasceram em Liberdade.

Em 2025, festejamos as primeiras eleições livres, que aconteceram a 25 de Abril de 1975 e constituiriam um marco fundamental da construção do Portugal Democrático, com mais de 90% de participação dos portugueses no ato eleitoral, em que todos os homens e mulheres, maiores de 18 anos, tiveram o direito de votar pela primeira vez. Foram as primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte, para que a 2 de abril de 1976 nascesse a nova Constituição da República Portuguesa, a primeira depois da Revolução de 25 de abril e que está atualmente em vigor.

Em 2025, festejamos a Participação, o direito de votar e de ser eleito! Sim! O povo dá - nos esse poder. Para o bem e para o mal, a  Democracia  dá-nos esse poder! Ser eleito! Mas quando os detentores do poder não são capazes de realizar o bem comum, quando a ética não impera sobre a consciência da ação política,  os guardiões das leis e do governo apenas o são em aparência e prejudicam a vida em sociedade. Não é uma questão nova. Basta olharmos para o passado e compreendermos as suas lições. E porque é passado, já não tem remédio, mas  é o mais importante espelho para o futuro. Para dizermos que não queremos mais, que não queremos igual.

Podem crer, os inimigos da Democracia são, em primeiro lugar, todos aqueles que tratam o seu oponente como um mal a ser excluído - não lhes importa o meio ou o instrumento, na disputa política,  porque não sabem o que é o Respeito, a Tolerância, o Diálogo, a Humildade... Saibamos, todos nós, fazer uma reflexão séria e digna sobre a nossa capacidade de sermos tolerantes com as ideias e as propostas com as quais não concordamos, mas apenas são diferentes.

E neste segundo dia de luto nacional em homenagem ao Papa Francisco, muito para além da sua mensagem de PAZ, lembremos como sempre defendeu a via do respeito pela diferença, a via do confronto de ideias e não do confronto das armas, que pregou a liberdade, igualdade,  inclusão,  dignidade... de todos os seres humanos!

Francisco condenou a pena de morte, denunciou as condições desumanas dos refugiados no Mediterrâneo e foi insultado por defender a paz, quando a guerra interessa aos que vivem do negócio das armas. Foi firme na oposição à guerra na Ucrânia e em Gaza, como todos devemos ser!

Saibamos nós ouvir as suas palavras e celebremos a madrugada tão esperada,  o “dia inicial inteiro e limpo” com Coragem, Determinação, Integridade...

Tal como Francisco defendeu,  participemos na construção de um Portugal que defenda os direitos económicos, sociais e de justiça para os excluídos desta sociedade “submetida a interesses financeiros”, um Portugal que se lute contra a degradação ambiental, as alterações climáticas e cuide da "nossa casa comum", usando as palavras de Francisco.

Afirmemos os direitos garantidos pela Constituição e enalteçamos um Portugal que se orgulhe de praticar e defender a Paz e saiba afastar qualquer ameaça autoritária.

Agarremos o desafio de construirmos os próximos 50 anos de  Democracia, mantendo presente que nenhuma das conquistas de Abril pode ser dada por adquirida.

Nunca, como hoje, fez tanto sentido dizer bem alto   ‘25 de abril Sempre, fascismo nunca mais!’

Uma salva de palmas para os que, antes de nós, lutaram para que hoje vivamos em Liberdade e em Democracia!!

Lutemos por um mundo melhor, por um Portugal melhor e por uma vida melhor no Concelho de Nisa, para todos, todos, todos!

* Fátima Dias - Vereadora eleita pela CDU na Câmara de Nisa

25.4.25

OPINIÃO: A derrota do Papa Francisco

Foi eleito Papa em março de 2013. A diplomacia do Vaticano já tinha na agenda a sua primeira viagem: Rio de Janeiro (Brasil), em julho desse ano, para as Jornadas Mundiais da Juventude. Francisco não quis esperar tanto tempo, nem ir para tão longe. Milhares de deserdados chegavam a Lampedusa, a pequena ilha italiana ao largo da costa africana. Outros tantos afogavam-se no anonimato, em barcos decrépitos, transformando o Mediterrâneo num imenso cemitério, perante a indiferença da Europa cristã. Queria mostrar ao que vinha. Faria eucaristias, presidiria a solenidades, ditaria encíclicas, distribuiria hóstias, mas queria também falar do sofrimento das periferias. “Quem, entre nós, chorou pela morte desses irmãos e irmãs, de todos aqueles que viajaram nos barcos, pelas jovens mães carregando os seus filhos, por esses homens que procuravam qualquer coisa que pudesse sustentar suas famílias? Somos uma sociedade que esqueceu a experiência do luto... A ilusão do insignificante, do provisório, leva-nos à indiferença em relação aos outros”, disse, em abril de 2013, em Lampedusa, num altar construído com os destroços de barcos naufragados, denunciando o que então batizou como a “globalização da indiferença.”

A partir de 2015, outra vez o Mediterrâneo nas notícuias, nova vaga de deserdados, uns fugindo da guerra na Síria, outros à boleia das misérias de sempre e do sonho de uma vida melhor. Francisco foi, em abril de 2016, para Lesbos (Grécia), a ilha que era simultaneamente porta de entrada e prisão. Foi de novo à procura dos que chegam da periferia. “Os migrantes, antes de serem números, são pessoas, são rostos, nomes, histórias. Infelizmente, alguns, incluindo muitas crianças, nem sequer conseguiram chegar à ilha: perderam a vida no mar, vítimas de uma viagem desumana e submetidos aos abusos de algozes infames.” Foi de novo confrontado com a necessidade de mobilizar os que vivem distraídos neste continente de abundância: “A Europa é a pátria dos direitos humanos e qualquer pessoa que pise solo europeu deve poder vivenciá-los.”

Não há como não sentir admiração pelo homem que nasceu como Jorge Bergoglio e morreu como Papa Francisco. Mas, para além da admiração, sobra também um travo de amargura. Não pela sua morte, uma vez que falamos de alguém que teve uma vida longa e produtiva. Antes porque, avaliando a Europa dos valores que hoje temos, Francisco foi derrotado. Em vez da solidariedade e humanismo que pregou, o que frutifica é o ódio, a xenofobia e o racismo. Sentimentos e propostas políticas que já não se escondem, como antes, antes se exibem com orgulho. Projetos de exclusão em que milhões de europeus, incluindo portugueses, votam sem hesitar. Em nome de uma Europa cristã, segundo os novos cruzados da extrema-direira. Sim, Francisco parte derrotado. O tempo dirá se a derrota é definitiva.

·        Rafael Barbosa – Jornal de Notícias - 24 abril, 2025

 

 

MUSEU DO ALJUBE: Exposição “Mulheres e Resistência”

A partir dos testemunhos de 16 mulheres – Faustina Barradas, Mariana Rafael, Margarida Tengarrinha, Helena Neves, Conceição Matos, Helena Pato, Aurora Rodrigues, Diana Andringa, Isabel do Carmo, Luiza Sarsfield Cabral, Manuela Bernardino, Maria Machado, Sara Amâncio, Hermínia Vicente, Maria Lourença Cabecinha e Eulália Miranda – e das suas memórias de resistência à ditadura, prisão e luta pelos direitos das mulheres, percorremos a história do Estado Novo até à atualidade. Este documentário, montado por Sofia T. C. Gomes a partir das recolhas de testemunhos que o Museu do Aljube tem vindo a realizar desde 2015, integrou a exposição temporária “Mulheres e Resistência – Novas Cartas Portuguesas e outras lutas”. Agora, no dia 27 de abril, volta a ser exibido em duas sessões no Museu do Aljube (@museualjube), às 11h e às 16h, com entrada livre.

NISA: Homenagear sim, mas com respeito e consideração


A Câmara Municipal de Nisa vai distinguir amanhã, dia 25, dois cidadãos nisenses que se distinguiram no campo da música e do associativismo. Poucas vezes, muito poucas mesmo, a distinção e o reconhecimento com a atribuição das Medalhas de Mérito Municipal terá sido feita com tanta justiça e mérito, realçando o contributo de dois cidadãos para a cultura e elevação das artes musicais e folclóricas como meio de divulgação do concelho de Nisa. O executivo aprovou, no dia 15 de Abril, por UNANIMIDADE esta proposta, sendo de lamentar, mais uma vez, o completo afastamento do órgão Assembleia Municipal de uma participação directa e construtiva, quer na elaboração da proposta, quer na decisão, o que irá acontecer no dia 30 de Abril, em sessão agendada para o efeito, cinco dias após o acto consumado.

Tem sido esta a prática corrente e que contraria o próprio Regulamento Municipal e a lei, desrespeitando, inclusive, a autonomia do órgão Assembleia Municipal, relegando-o para um papel inócuo e secundário. No dia 30, os eleitos dos diversos partidos na AM irão abanar a cabeça em consentimento e quem não o fizer será apontado como estando contra o desenvolvimento do concelho e as pessoas (e empresas) distinguidas.

E por que é que isto acontece? Apenas e tão só porque o executivo camarário, nesta e noutras matérias, como o programa das Comemorações do 25 de Abril, por exemplo, trabalha em cima do joelho, não tem um plano ou calendário, a médio prazo e à pressa, elabora uma e outra proposta. Não respeita, institucionalmente, o órgão fiscalizador do município, e com esse procedimento nega a sua autonomia e independência, atropela a lei e, simultaneamente, despromove um acto que devia ter todo o decoro e elevação, atingindo a própria dignidade dos cidadãos escolhidos para receberem as distinções honoríficas,

Tudo isto era evitável e as homenagens feitas em 1987, as primeiras do Município de Nisa, após o 25 de Abril, continuam a ser, passados tantos anos, uma referência.

Falarei nelas em próximo texto.

Mário Mendes

24.4.25

NISA: Câmara atribui Medalhas de Mérito Municipal

 


A Câmara Municipal de Nisa na sua última reunião realizada no dia 15 de Abril aprovou a atribuição de Medalhas de Mérito Municipal a dois cidadãos do concelho e a Empresas na área dos produtos alimentares, tendo sido estes os munícipes distinguidos:

Joaquim Martins Rebelo pelo inexcedível contributo que tem permitido a afirmação do folclore nisense a nível nacional e internacional só possível devido à dinamização e incentivo à continuidade do Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa que tem perdurado os usos e costumes concelhios através das músicas e canções recolhidas bem como dos trajes únicos e identitários.

Em 1985 iniciou a sua atividade associativa no Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa onde desempenhou as funções de tesoureiro da coletividade;

Em 1987 foi eleito Presidente da Direção do Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa, função que mantém até à presente data, ou seja, 38 anos consecutivos enquanto principal dirigente desta associação;

Em 1989 enquanto Presidente da Direção, assegurou o processo de inscrição enquanto sócio efetivo do Rancho Típico das Cantarinhas de Nisa, na Federação do Folclore Português.

No âmbito da sua atividade ao serviço do folclore nisense e português o Senhor Joaquim Martins Rebelo destacou-se, essencialmente, pela sua perseverança em dignificar o concelho de Nisa, em Portugal e no estrangeiro, através do folclore, passando às gerações futuras toda a dignidade e orgulho dos usos e costumes nisenses.

João Manuel Palheta Maia pelo notável desempenho, desde 1981 até à presente data, enquanto músico e dirigente associativo, que tem permitido que a Sociedade Musical Nisense, e concomitantemente a Vila de Nisa, seja reconhecida pela sua ação e apresentações a nível nacional e internacional, bem como pela dinâmica empática que tem incrementado, assegurando a renovação e a qualidade dos grupos musicais que integram a coletividade e que muito têm contribuído para a afirmação e representação do concelho de Nisa aquém e além-fronteiras.

João Manuel Palheta Maia ingressou, em 1981, na Escola de Música de Nisa, iniciando o seu percurso musical na Banda de Nisa tocando trompa, mais tarde cornetim e trompete, instrumento que desde então nunca mais abandonou e manuseia com mestria.

No decorrer da sua atividade, enquanto executante musical, esteve sempre presente na ação da Sociedade Musical Nisense e respetivos grupos que a constituem e/ou constituíram, e deu o seu contributo a grupos e entidades tais como a Banda de Música de Montalvão; Grupo Musical Dilema, FIJUNA (Filarmónica Juvenil do Norte Alentejano, FISENA (Filarmónica Sénior do Norte Alentejano), colaborando ativamente, entre outras, com a Sociedade Filarmónica Alpalhoense.

Enquanto dirigente associativo entre 1999 e 2003 ocupou o lugar de Vice-presidente da Direção da Sociedade Musical Nisense;

Em 2004 foi eleito Presidente da Direção da Sociedade Musical Nisense, cargo que mantém até à presente data.

Empresas de produtos alimentares

Igualmente, atribuir a Medalha de Mérito Municipal às empresas do concelho de Nisa, em atividade, na área dos produtos alimentares (Queijo e Enchidos) pela resiliência, preservação do saber fazer identitário e sabores únicos, bem como pela divulgação e disseminação a nível nacional e internacional destas artes ancestrais de todo um povo que tem orgulho nas suas raízes e que que fazem com que o nosso concelho seja meritoriamente reconhecido pela qualidade de produtos ímpares e inconfundíveis, tendo sido agraciado com vários prémios nacionais e internacionais.

PRODUÇÃO DE QUEIJOS

* Belqueijo - Lacticínios, Lda. - Tolosa

* Carloto & Carloto, Lda. - Tolosa

* Laticínios Leitão, Lda. - Tolosa

* Louro & Louro, Lda. - Nisa

* Monte Queimado - Queijaria Artesanal, Sociedade Unipessoal, Lda. - Nisa

* Queijos Fortunato, Lda. - Tolosa

* Sotonisa - Sociedade de Lacticínios, Lda. - Tolosa

* Vera & Paula Matias - Queijos, Lda. - Tolosa

PRODUÇÃO DE ENCHIDOS

* Salchinisa - Fabrico e Comércio de Carnes Lda. - Nisa

* Salsicharia Alpalhoense, Sociedade Unipessoal, Lda. - Alpalhão

* Salsicharia Tradicional Alpalhoense.- Alpalhão

 A proposta foi aprovada por Unanimidade (5 - cinco votos a favor) pelos eleitos Maria Idalina Trindade, José Dinis Samarra Serra, José Leandro Lopes Semedo, Ana Cecília Manteiga Carrilho e Manuel António Rosmaninho Bichardo.