Com o objetivo de solicitarem e proporem medidas para travar os impactos negativos das culturas intensivas e superintensivas, Os Verdes agendaram e realizaram hoje um Debate de Urgência na Assembleia da República, em que confrontaram o Ministro da Agricultura sobre esta prática agrícola.
Durante o debate, o deputado ecologista, José Luís Ferreira, afirmou que estas culturas potenciam a erosão dos solos, com utilização abusiva de pesticidas que tem efeitos ao nível da saúde humana e nos ecossistemas, com poluição das águas superficiais e subterrâneas, com efeitos negativos na biodiversidade, sobretudo em relação à flora que fica ameaçada. Acrescenta-se a mortandade de avifauna associada à colheita mecânica noturna, a destruição de locais com interesse cultural e as condições precárias de trabalho.
Terminou instando o Governo a dar respostas a este grave problema que começa a ser assustador e onde não pode valer tudo. A rentabilidade económica não pode ser feita a qualquer custo e a qualquer preço, é preciso olhar também para os impactos que causa.
A terminar o debate, a deputada Heloísa Apolónia, acusou o Ministro de não contribuir para um debate sério, de escamotear a realidade, de colocar as questões económicas à frente das questões ambientais e instou-o a ouvir as populações, considerando que o Governo tem uma visão de curto prazo e que as consequências negativas surgirão no futuro.
Heloísa Apolónia alertou, ainda, para o erro que está a ser cometido com o olival intensivo e superintensivo, um erro que trará graves consequências no futuro, nomeadamente no consumo de água, saturação e desertificação de solos e no combate às alterações climáticas, situação para a qual Os Verdes estão a alertar em tempo útil!
Neste debate o PEV anunciou a apresentação de dois diplomas: um para impedir subsídios ou outros apoios em relação a projetos de investimento em culturas intensivas ou superintensivas, e outro que visa afastar este tipo de produções das zonas populacionais.
O Partido Ecologista Os Verdes