18.7.17

NISA: Poesia às Termas da Fadagosa (1958)

Às Termas da Fadagosa
(O último adeus desta época)

Adeus Fadagosa de Nisa
Tens um pavilhão que é uma loucura
Para onde vão coxos e paralíticos
À procura da sua cura.

Ó Fadagosa de Nisa
O teu nome mudarás
A água é água santa
Pelo efeito que faz.

A água que é tão pura
Em remédio se transformou
Para curar os doentes
Que a providência castigou.

Uns amparados a muletas
Outros andam pelo seu pé
Depois de tomarem o primeiro banho
Dizem: que bom isto é!

A tua água está acreditada
Por toda a nação inteira
Todos os que a experimentaram
Falam da mesma maneira.

É a praia dos pobrezinhos
Onde vão passar a temporada
À procura da saúde
Da saúde e mais nada...

Todos com pouco dinheiro
Ali se vão instalar
Para passar sete dias
Porque mais não podem estar

À Exma Câmara de Nisa
Peço um favor, dos pequeninos
Que modifique a tabela
Em benefício dos pobrezinhos.

Á família do banheiro
Mil vezes obrigado
Por cuidarem dos doentes
Com tanto carinho e cuidado.

Também agradeço à Exma Câmara
Uma ideia tão esperta
Em construir um pavilhão
Que está sempre c’a porta aberta.

Está sempre c´a porta aberta
Para receber os desgraçados
Em nome de todos agradeço
E mil vezes obrigado.

Tudo o que aqui fica escrito
Foi feito a sorrir
Os erros que encontraram
Façam favor de os corrigir.

João Almeida Fonseca – 30/7/1958
(Pai de José Manuel Almeida Fonseca)