As freguesias de Alpalhão e Tolosa estão fora do Circuito de Transporte Municipal organizado pela Câmara e destinado a proporcionar as populações do concelho a visita e eventual aquisição de artigos na Feira de Junho (Feira das Cerejas) que se realiza no próximo domingo em Nisa.
Fomos alertados para o facto por um natural do concelho residente na Grande Lisboa e que nos perguntou se Alpalhão deixara de pertencer ao concelho de Nisa. Ao verificarmos o cartaz e o "Circuito" de Transporte Municipal notámos que além de Alpalhão também a povoação de Tolosa não figurava na "benemérita" oferta de transporte camarário, meio ou equipamento, pago por todos nós, munícipes e, nesta conformidade, destinado a servir todas as populações do concelho sem excepção.
Parece que não é bem assim. E porque estranhámos esta tão caricata como discriminatória disponibilização de um meio de transporte que é de todos nós, contactámos diversos serviços da Câmara, procurando uma explicação e uma resposta para tão insólita, como vergonhosa, decisão.
No grande edifício da Praça do Pelourinho, o silêncio é de chumbo!. Ninguém se disponibilizou para dar uma resposta, uma explicação, um simples esclarecimento. Havia forma fácil de resolver o assunto, se para tal houvesse vontade. Alterava-se o Circuito de Transporte, que nem é difícil, fazendo circular o autocarro desde a freguesia de Sua Majestade por Tolosa e Alpalhão e vice-versa. Resolvia-se sem mais delongas o problema, disponibilizava-se, respeitosa e democraticamente, um meio de transporte que não é pertença da presidente da Câmara e sim dos munícipes - de todos os munícipes sem excepção - que jurou servir, mas que não serve ou serve-se deles para "guerras do alecrim e da manjerona".
Tudo isto é triste, tudo isto é um fado, constantemente repetido, do "quero, posso e mando". E ainda não viram nada. Eu por mim, continuo a pensar que a Câmara é livre para "dar" ou "não dar" transporte. Mas, ao disponibilizar o autocarro municipal e elaborar um Cartaz com um Circuito de Transporte para o Concelho, gratuito, como se estivesse nos anos 30 ou 40 do século passado a dar "um bodo aos pobres", tem que contemplar, obrigatória e democraticamente todos os seus filhos (salvo seja). Não pode discriminar uns em proveito de outros. Ou há transporte (autocarro, carrinhas, o que seja) para todos ou não há para ninguém.
Fechar-se em "copas", refugiar-se no mutismo, não dar uma explicação a ninguém, não só não é bonito como é revelador de um estilo autocrático de governação.
As populações de Alpalhão e Tolosa, como povoações que integram o Município de Nisa, deviam merecer-lhe um pouco de consideração e respeito.
Mário Mendes