Nova
Iorque (RV) - Celebra-se, nesta segunda-feira (12/06), o Dia Mundial Contra o
Trabalho Infantil. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) quer combater
o trabalho infantil em áreas de conflito e desastres.
Segundo o
diretor do escritório da agência da ONU, em Nova Iorque , Vinícius
Pinheiro, “o tema do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil para 2017 diz
respeito à situação das crianças que são vítimas de conflitos e catástrofes”.
“Esse é
um grupo, particularmente, vulnerável porque, em muitos casos, estão sujeitos
ao trabalho infantil, ao tráfico de pessoas, à exploração e ao abuso sexual. De
acordo com a OIT, existem 168 milhões de crianças que são vítimas do trabalho
infantil e 85 milhões realizam trabalhos perigosos”, disse ele à Rádio ONU.
O Guia de
Princípios da OIT aprovado em 2016, pede a todos os Estados-membros que adotem
medidas para combater e prevenir o trabalho infantil.
Segundo a
organização, os conflitos e os desastres têm um impacto arrasador nas vidas das
pessoas. Eles matam, mutilam, ferem e forçam milhões a fugir de suas casas.
Além
disso, destroem meios de subsistência, levam pessoas à pobreza e à fome e
lançam muitos em situações como vítimas de violações dos direitos humanos.
A OIT
explica que as crianças, geralmente, são as primeiras a sofrer com a situação
já que as escolas são destruídas e os serviços básicos suspensos. Muitos
menores se tornam deslocados internos ou refugiados e estão mais propensos ao
tráfico humano e ao trabalho infantil.
Segundo
outra agência da ONU, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a
porcentagem mais elevada de crianças que trabalham se encontra na África
Subsaariana com 28% de menores de 5
a 14 anos. A seguir, a África Central e Ocidental com
quase 28% e a África Oriental e do Sul com 26%. No Oriente Médio, no Norte da
África, no Leste da Ásia e no Pacífico, 10% das crianças que fazem parte dessa
faixa etária desempenham trabalhos prejudiciais em relação aos 9% das crianças
na América Latina e Caribe.
As
meninas têm mais probabilidade de ser envolvidas nos trabalhos domésticos.
Segundo um relatório recente do Unicef, as meninas de 5 a 14 anos gastam 40% a mais
de tempo ou 160 milhões de horas a mais por dia em trabalhos domésticos não
remunerados e na coleta de água e de lenha em relação às crianças da mesma
faixa etária.
Os dados
mostram que o tempo empregado nos trabalhos domésticos começa cedo: as meninas
de 5 a 9
anos gastam 30% a mais de tempo ou 40 milhões a mais de horas por dia, em
relação às crianças da mesma idade. As meninas de 10 a 14 anos gastam 50% a mais
de tempo ou 120 milhões de horas a mais por dia.
A agência
da ONU alerta que é necessária uma ação urgente para alcançar o Objetivo de
Desenvolvimento Sustentável de nº 8 que busca erradicar o trabalho forçado e
acabar com a escravidão moderna até 2030.
A meta é
também pôr um fim a todas as formas de trabalho infantil até 2025.
(MJ/Rádio
Onu)
Índia:
aumento do trabalho infantil nos campos de algodão
Nova Deli
(RV) – Ainda este ano, a Índia deve se transformar no principal produtor de
algodão do mundo com uma expectativa de produção que gira em torno dos 6
milhões de toneladas do produto. O sacrifício para esse título, porém, foi
denunciado por um estudo publicado pelo Comitê Indio Holandês e pela Stop Child
Labour Coalition: o número de crianças trabalhando nos campos continua
aumentando.
No país
asiático, trata-se de 200 mil menores de 14 anos – a idade mínima legal para
trabalhar. No entanto, é dessa faixa etária que o país usufruiu 25% da mão de
obra, enquanto aqueles entre os 14 e 18 anos somam mais 35%. No total, cerca de
meio milhão de crianças estão empenhadas nos campos de algodão na Índia.
Segundo
declarações do próprio estudo, percebe-se que o número de crianças usadas como
mão de obra nos campos aumentou em até 100 mil em comparação a 2010. A pesquisa ainda traz
dados sobre as condições em que as crianças trabalham, que continuam a ser de
muito risco.
(AC/Fides)