Endesa, Iberdrola e
Gás Natural Fenosa já deram os primeiros passos para garantirem o prolongamento
da vida da Central Nuclear de Almaraz. Manifestação do Movimento Ibérico
Antinuclear tem lugar este sábado em Atocha, Madrid, às 18h.
Esta quarta-feira, a
Central Nuclear de Almaraz enviou ao Ministério da Energia espanhol a
documentação referente à renovação da sua licença de exploração, que expira a 8
de junho de 2020. Esta informação foi confirmada pelo responsável de Relações
Institucionais da Central Nuclear de Almaraz, Aniceto González, em declarações
à Europa Press.
González explicou que,
em primeiro lugar, se remeteu esta documentação, e que, posteriormente, a
central tem até 2019 para pedir oficialmente a renovação da licença.
O Ministério da
Energia irá agora remeter o processo para o Conselho de Segurança Nuclear
(CSN), que irá analisar e avaliar o mesmo, emitindo um parecer sobre a
continuidade ou não do funcionamento da central.
Esta notícia surge uma
semana depois da Cimeira Ibérica, durante a qual não foi discutida a situação
de Almaraz.
"O processo
arrancou nas barbas do Governo português"
"O processo
arrancou nas barbas do Governo português, uma semana depois da Cimeira do
Clima, e sob uma inaudita complacência dos responsáveis portugueses que dizem
aguardar 'um plano espanhol de energia e clima", frisou o deputado
bloquista Pedro Soares.
O também presidente da
Comissão Parlamentar de Ambiente acrescentou ainda que "as autoridades
espanholas vão empatando, enquanto o plano nuclear vai avançando e tornando-se
facto consumado".
Segundo assinalou o
dirigente do Bloco, o Governo português “está rendido e não esboça sequer um
gesto de desagrado, apesar da orientação parlamentar unânime sobre a
matéria".
Questionado pelo
Expresso, o ministro do Ambiente português referiu que “não foi apresentado
nenhum pedido formal de prolongamento da Central de Almaraz" e que
"Espanha não tomará qualquer decisão enquanto não concluir o seu plano de
energia e clima em 2018 e decidir qual o mix energético que pretende
fazer".
No que respeita ao
facto de Almaraz não constar da agenda da Cimeira do Clima, João Matos
Fernandes afirmou que "não havia nada em concreto a discutir” sobre a
central nuclear.
O ministro português
destacou que Portugal não pode impor nada a Espanha: “Quem toma esta decisão é
o Governo de Espanha. Portugal fez uma aposta nas renováveis e quer muito que
outros países no contexto europeu façam um caminho em tudo semelhante".
123 organizações e
1200 pessoas apelam a participação em manifestação antinuclear
123 plataformas
antinucleares e organizações sociais e políticas portuguesas e espanholas, às
quais se juntam 1200 pessoas a título individual, assinam o manifesto pelo fim
da energia nuclear (link is external), e apelam à participação na Manifestação
Ibérica Antinuclear contra a renovação das autorizações de funcionamento de
várias centrais nucleares, incluindo a de Almaraz, a 100 quilómetros da
fronteira portuguesa.
Segundo o Movimento
Ibérico Antinuclear, “as últimas movimentações do Partido Popular facilitam o
prolongamento do funcionamento de um parque nuclear envelhecido que terá como
consequência o aumento do risco de um acidente”.
A coordenadora
bloquista Catarina Martins irá participar este sábado na manifestação ibérica
pelo encerramento da Central Nuclear de Almaraz. A manifestação tem início
previsto para as 18h00 (hora local de Madrid), na Estação de Atocha, situada na
Plaza Emperador Carlos V.
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