9.6.17

FECHAR ALMARAZ: 123 organizações apelam à participação na Manifestação Antinuclear deste sábado

Endesa, Iberdrola e Gás Natural Fenosa já deram os primeiros passos para garantirem o prolongamento da vida da Central Nuclear de Almaraz. Manifestação do Movimento Ibérico Antinuclear tem lugar este sábado em Atocha, Madrid, às 18h.
Esta quarta-feira, a Central Nuclear de Almaraz enviou ao Ministério da Energia espanhol a documentação referente à renovação da sua licença de exploração, que expira a 8 de junho de 2020. Esta informação foi confirmada pelo responsável de Relações Institucionais da Central Nuclear de Almaraz, Aniceto González, em declarações à Europa Press.
González explicou que, em primeiro lugar, se remeteu esta documentação, e que, posteriormente, a central tem até 2019 para pedir oficialmente a renovação da licença.
O Ministério da Energia irá agora remeter o processo para o Conselho de Segurança Nuclear (CSN), que irá analisar e avaliar o mesmo, emitindo um parecer sobre a continuidade ou não do funcionamento da central.
Esta notícia surge uma semana depois da Cimeira Ibérica, durante a qual não foi discutida a situação de Almaraz.
"O processo arrancou nas barbas do Governo português"
"O processo arrancou nas barbas do Governo português, uma semana depois da Cimeira do Clima, e sob uma inaudita complacência dos responsáveis portugueses que dizem aguardar 'um plano espanhol de energia e clima", frisou o deputado bloquista Pedro Soares.
O também presidente da Comissão Parlamentar de Ambiente acrescentou ainda que "as autoridades espanholas vão empatando, enquanto o plano nuclear vai avançando e tornando-se facto consumado".
Segundo assinalou o dirigente do Bloco, o Governo português “está rendido e não esboça sequer um gesto de desagrado, apesar da orientação parlamentar unânime sobre a matéria".
Questionado pelo Expresso, o ministro do Ambiente português referiu que “não foi apresentado nenhum pedido formal de prolongamento da Central de Almaraz" e que "Espanha não tomará qualquer decisão enquanto não concluir o seu plano de energia e clima em 2018 e decidir qual o mix energético que pretende fazer".
No que respeita ao facto de Almaraz não constar da agenda da Cimeira do Clima, João Matos Fernandes afirmou que "não havia nada em concreto a discutir” sobre a central nuclear.
O ministro português destacou que Portugal não pode impor nada a Espanha: “Quem toma esta decisão é o Governo de Espanha. Portugal fez uma aposta nas renováveis e quer muito que outros países no contexto europeu façam um caminho em tudo semelhante".
123 organizações e 1200 pessoas apelam a participação em manifestação antinuclear
123 plataformas antinucleares e organizações sociais e políticas portuguesas e espanholas, às quais se juntam 1200 pessoas a título individual, assinam o manifesto pelo fim da energia nuclear (link is external), e apelam à participação na Manifestação Ibérica Antinuclear contra a renovação das autorizações de funcionamento de várias centrais nucleares, incluindo a de Almaraz, a 100 quilómetros da fronteira portuguesa.
Segundo o Movimento Ibérico Antinuclear, “as últimas movimentações do Partido Popular facilitam o prolongamento do funcionamento de um parque nuclear envelhecido que terá como consequência o aumento do risco de um acidente”.
A coordenadora bloquista Catarina Martins irá participar este sábado na manifestação ibérica pelo encerramento da Central Nuclear de Almaraz. A manifestação tem início previsto para as 18h00 (hora local de Madrid), na Estação de Atocha, situada na Plaza Emperador Carlos V.

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