Quanto às memórias, em 2012, 35 mil alunos sem aulas; em 2013 aumentou a idade para a reforma; em 2014 o governo da altura, fez o anúncio de fecho de Escolas de Hotelaria e Turismo; Victor Gaspar, Ministro das Finanças, dizia ele próprio, que era um brutal aumento de impostos. Mas, também houve um brutal corte nos apoios sociais e o desemprego, mesmo mascarado, crescia de forma preocupante, porque PSD e CDS bateram recordes na destruição de emprego.
O arranque do ano escolar, em 2014, fica para a história da Educação em Portugal, como uma das maiores trapalhadas no Ensino e que não se resolvem com pedidos de desculpa, bem como as embrulhadas que se passaram na Justiça. Nessa altura, enquanto os portugueses foram massacrados, Portugal criou 28% dos seus milionários, poupados e protegidos pelo governo PSD/CDS.
Já em 2015, quando Passos e Portas anunciavam o “ano bom”, podíamos ler em vários jornais: «Portugal tem a 10.ª economia mais miserável do 'ranking' da Bloomberg» e Maria Luís Albuquerque veio dizer-nos que temos os cofres cheios, quando sabíamos que estavam cheios de dívidas e a dívida pública a atingir nessa altura os 130%. As famílias com salário médio, viram a sua carga fiscal aumentar 30%, enquanto teve de se sujeitar à perda do Abono de Família, entre outros apoios e a sentir o peso nos custos energéticos.
Já agora, Montenegro e Nuno Melo já se esqueceram dos casos como os submarinos, Tecnoforma, BES, BPN e favorecimentos a Cavaco Silva? Estes ilusionistas da política, tentam esconder, que durante quatro anos o que fizeram foi esvaziar o país, os rendimentos das pessoas e transferi-los para os grupos económicos/financeiros, enquanto o défice aumentou cerca de 1,6 milhões de euros; governavam com austeridade para além do que a troika exigia e por isso foram criticados pela própria União Europeia.
O bloco central de interesses, PS, PSD e CDS, alinhou na privatização mais clamorosa, que foi a dos CTT. Era uma empresa pública lucrativa e garantia um serviço essencial ao país; a gestão privada piorou esses serviços, mas encheu os bolsos dos acionistas. Carlos Moedas, atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa, foi o intermediário das empresas onde trabalhou, Goldman Sachs e Deutsche Bank e até a sua esposa está na administração dos CTT.
Ao contrário do que prometeram, a dança de boys foi clamorosa e só no último dia de governação, ocorreram 100 nomeações para cargos em gabinetes do Governo PSD-CDS. Hoje, temos conhecimento de um relatório que indica graves prejuízos para o país com a privatização da ANA. Dizem que é ideologia, mas defenderam que esta privatização a par da EDP e da Galp, que se provou serem negócios criminosos que arruínam o país.
Até 2015, o PS tinha governado este país durante 16 anos e o PSD durante 23 anos, dos quais, 16 deles foram sem interrupção. Então, foram estes últimos oito anos do governo de Costa os culpados de tudo? Não esquecemos que Cavaco Silva, foi o político que criou o monstro da despesa pública; que com Dias Loureiro atacou manifestantes a tiro e esturrou milhões de euros europeus com opções erradas, afundando as pescas e enterrando a agricultura. Cavaco, recordista no poder, optou por betão a mais e ferrovia a menos.
Agora prometem fazer melhor, mas a postura do líder do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, explica tudo. Depois de afirmar que Montenegro e Nuno Melo são "líderes fracos" e "não têm visão do que se está a passar no país", agora que alinhou com a AD, não admite que faz parte do coro de líderes fracos.
Só não vê quem não quer, o governo PS descartou uma maioria absoluta que não resolveu os problemas do país. Mas, a quem se apresenta como alternativa, não pense que nos apagam a memória. Apresentem medidas, sem unicórnios, sem gambuzinos e sem aquelas que já provaram ser negativas.
* Paulo Cardoso -19-01-2024 - Programa "Desabafos" / Rádio Portalegre