30.1.24

CDS causa estrondo: exige saída imediata de Albuquerque. “É um beijo de Judas”

Parceiro de coligação exige que o líder do Governo saia já. Não é “falta de solidariedade pessoal” para com Miguel Albuquerque.
O CDS-PP, que faz parte da coligação que ainda lidera o Governo Regional da Madeira, deu a volta às contas do parceiro PSD.
Na noite passada, no Funchal, o presidente do CDS-Madeira disse que Miguel Albuquerque deve sair imediatamente.
“Deverá ser indicado um novo elenco governativo, com uma nova liderança que, independentemente do que venha a ser decidido pelo Presidente da República depois de 24 de Março, deve apresentar e aprovar um programa de governo”, comentou Rui Barreto.
Recorde-se que, horas antes, Miguel Albuquerque – suspeito de vários crimes e constituído arguido – apresentou a sua demissão mas continuaria no cargo até ao debate do orçamento regional, na próxima semana. PAN e JPP concordaram.
Mas o CDS, em silêncio desde o dia das buscas, agora aparece e causa “estrondo”, como retrata o jornal Expresso.
O parceiro de Governo até ameaça forçar a saída imediata de Miguel Albuquerque: “Caso não sejam cumpridas as exigências do CDS-Madeira, estaremos na liberdade de tomar todas as decisões e medidas que se revelem necessárias para o efeito pretendido”.
“Perante a presente realidade, perante as suspeitas que impendem sobre a pessoa do senhor presidente do Governo Regional e que serão com certeza dirimidas em sede própria, entendemos que não estão reunidas as condições necessárias para que uma discussão e respetiva votação do Orçamento na Assembleia Regional ocorra de forma natural e na defesa dos interesses da Região Autónoma da Madeira”, disse o Secretário Regional.
Rui Barreto assegurou que esta postura não é “falta de solidariedade pessoal” para com Miguel Albuquerque. “É para defender a Madeira e os madeirenses, assegurando uma gestão digna”.
Alberto João Jardim discorda: “É uma tontice. O CDS entrou numa de brincar aos partidos”.
“Não foi correcto. Miguel Albuquerque sempre foi leal e fiel à coligação, portanto não se fazia isto. Isto é um beijo de Judas”, analisou o antigo presidente do Governo Regional da Madeira, na RTP.
* Nuno Teixeira da Silva, ZAP - 30.1.2024