Poucos, mas ruidosos. Um grupo de perto de duas dezenas de pessoas, a maioria dirigentes sindicais, concentraram-se, esta quarta feira, junto às instalações da Santa Casa da Misericórdia de Portalegre, para protestar contra o despedimento coletivo de 26 trabalhadores da instituição.
Em declarações à Rádio Portalegre, Ana Mafalda, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, disse ter conhecimento que a Misericórdia de Portalegre está com dificuldades financeiras, mas defendeu que o problema não se resolve com despedimentos.
Ana Mafalda considera que a solução ou a mitigação do problema da Misericórdia de Portalegre deve passar por um maior apoio por parte do Estado, em particular da Segurança Social.
A dirigente sindical alertou que o Lar da Misericórdia de Portalegre, o único lar que existe na cidade, corre o risco de encerrar, e mostrou-se ainda preocupada com o futuro do Infantário de Santo André, o maior infantário da cidade, que é gerido pela Santa Casa da Misericórdia local.
A Santa Casa da Misericórdia (SCM) de Portalegre anunciou, no final de julho, o despedimento coletivo de 26 trabalhadores, justificando a medida com a necessidade de conter despesa.
Em declarações à Rádio Portalegre a provedora, Luísa Moreira, disse que a Santa Casa acumula um prejuízo mensal a rondar os 30 mil euros e viu-se obrigada a reduzir o quadro de pessoal para manter a instituição de portas abertas.
Luísa Moreira explicou que o despedimento coletivo foi uma medida imposta pela Segurança Social, para possibilitar que a Santa Casa tenha acesso ao Fundo de Socorro que irá permitir sanar parte da dívida da instituição, que se cifra em 1,5 milhões de euros.
Antes do despedimento coletivo a Santa Casa da Misericórdia de Portalegre dava emprego a cerca de 200 pessoas, nas respostas sociais para crianças e idosos que abrange cerca de 330 utentes.
in Rádio Portalegre - 9.8.2023