"És uma tentadora: o seu olhar amável
Contém perfeitamente um poço de maldade,
E o colo que te ondula, o colo inexorável
Não sabe o que é paixão, e ignora o que é bondade. "
- Cesário Verde
Num texto quase poético, venerando e enternecedor, escreve o "Campanário", - site que toca a rebate por dá cá aquela palha, quando se trata da Câmara de Nisa -, que, "amigos do alheio" roubam flores que adornam o Nisa em Festa. Não diz se foram duas, três, meia dúzia, ou mais, mas, garante o sineiro de serviço, que,"o recinto do aguardado evento "Nisa em Festa" tem sido alvo de transformações impressionantes, proporcionando um ambiente encantador que promete encantar os visitantes".
E como "conhece" o campanário estas exaltantes "transformações"? Simples! Leu na página de propaganda do Município de Nisa e sem mais, debitou para o texto e divulgou na net a choraminga da edil de Amieira, triste e desconsolada por lhe terem roubado (diz ela) as suas florzinhas de estufa e que só deviam ser conhecidas na abertura da 2ª edição da cópia do Festival do Crato.
O que o "Campanário" não diz, nem ele, nem os restantes campanários de comunicação do Alto Alentejo, rendidos às magnas virtudes socialistas, é que, em Nisa, problemas como o assédio laboral no Município, os atropelos às leis laborais, de que recentemente foram alvos os trabalhadores da recolha do lixo, são apagados, como noutros tempos tenebrosos, dos serviços noticiosos dos media locais e regionais.
O "roubo" de duas ou três "florzinhas de papel" isso sim, é objecto de impressionante lamúria e com tanta intensidade descritiva, que deixa o coração mais duro, "enternecido". Não diz nem escreve o "Campanário" (e podia ter "consultado" outras páginas de facebook como faz, diariamente, com a do Município de Nisa) que a mando da edil amieirense, foi retirado, de um local público e sem afectar o que quer que fosse, um pano festejando a "Revolução dos Cravos", no dia imediato ao 25 de Abril. Um acto de Censura e de atentado contra a liberdade de expressão que a edil "antecipou", em relação ao seu colega de Oeiras, que mandou retirar um placard alusivo à Pedofília da Igreja e que a CNE - Comissão Nacional de Eleições, condenou, por ser ilegal e contrário à Constituição da República Portuguesa.
O "roubo" das florinhas de estufa, é "ouro sobre azul" para a madame de Amieira. Pérolas que lhe permitem a visibilidade, a propaganda, e até botar discurso moralista. O texto "poético" do Campanário, a justificar o aumento da "bolsa", é enternecedor. Quantas flores ou rosas terão roubado ou desaparecido pela acção dos "amigos do alheio"? O pior de tudo, são os "inimigos do alheio", aqueles que em funções administrativas no poder local não pautam a sua acção pelo bem comum ( de todos), mas, apenas, distribuem benesses pelas suas clientelas partidárias. Gastam dinheiro a rodos, na ordem dos milhões de euros, por um evento de quatro dias e fazem, durante um mês, do largo principal de Nisa, uma praça sitiada, onde os cidadãos se sentem como num autêntico "guetto".
Para informação (que o Campanário e todos os Campanários da região não passarão) a União de Freguesias do Espírito Santo, Nossa Senhora da Graça e S. Simão - a maior em território e número de eleitores) NÃO FOI CONVIDADA para se fazer representar no certame Nisa em Festa. Não foi Convidada a ter um stand (que em junção das três ex-freguesias devia ser o maior) mostrando as suas actividades, nem sequer a do Grupo de Bordados que apoia e trabalham em instalações cedidas pela própria União de Freguesias. Destas e doutras não trata a Comunicação Social.
Ai, as florinhas da menina, que pena me dão...
Mário Mendes
NOTA
Não li o texto do "roubo" das florzinhas de estufa na página do Município de Nisa, onde nasci há 72 anos. O Censor de Serviço, a mando da madame de Amieira, "apagou-me", já há muito da página de Facebook. Estou na "lista negra" ( não digo "cor de rosa" porque há socialistas, dedicados e íntegros que não o mereceriam). O poder ditatorial instalado em Nisa, tem medo de quem os afronta, de forma leal e à luz do dia. Defendem o "contraditório" com unhas e dentes, mas só para vincarem as suas opiniões e propaganda. Confio que esta situação irá mudar. Os Isaltinos e Isaltinas que por aí andam, não são - nunca foram - a expressão genuína e verdadeira do poder local democrático.