15.2.23

NISA: Tradições carnavalescas do concelho - As "Intrudédas" em Montalvão

 
CENAS DA MINHA ALDEIA – AS INTRUDÉDAS   
Síntese 
Na década de 50, do século XX, no Domingo de Carnaval, vários grupos de rapazes juntavam se nas tabernas, para preparar pequenas representações teatrais, que criticavam algumas  pessoas da aldeia: as intrudédas. De tarde, percorriam as ruas apresentando o espectáculo,  com muito agrado da população. Recebiam de oferta algumas moedas e enchidos que estavam  reservados para esta ocasião. Ao fim da noite, concentravam-se nas tabernas para conviver, enquanto bebiam uns copos. Inspirado por: Falta Um – A Culpa é do Malaquias. 

AS INTRUDÉDAS 

(Música: Falta Um – A Culpa… é do Malaquias!) 
1- Parte 
Inda mal nasceu o Sol… 
O Malaquias nem dorme! 
Atira fora o lençol 
Ao sentir apelo enorme… 

Quer fazer uma “intrudéda”,
Como manda a tradição, 
E ganhar umas moedas 
P’ra petiscar ao balcão… 

E a culpa é do Malaquias! 
2- Parte 
É na tasca do Tomás  
Que todo o grupo se junta
E nasce um texto mordaz 
Que a alguns desconjunta… 

Morde no rico e no pobre, 
Que o gozo não os distingue.
Certos segredos descobre; 
Magoa mais que num ringue… 

E a culpa é do Malaquias! 
3- Parte 
Mascarados a rigor, 
Pelas ruas da aldeia, 
Numa tarde de humor. 
Aplaude a alegre plateia…
 
As moedas são um prémio,
Que não cobre a satisfação
Dum grupo alegre e boémio, 
Que come e bebe ao balcão… 

E a culpa é do Malaquias!
4 – Parte 
O povo foi generoso, 
Com morcelas e chouriços. 
O ambiente é ruidoso 
Nesta tasca bem castiça. 

Bem comidos e bebidos, 
No meio de tanta alegria, 
Já se arrastam, combalidos, 
E vão encerrar o dia… 

E a culpa é do Malaquias! 
REFRÃO  
Agitam-se os aldrabões… 
A culpa é do Malaquias!
Alegram-se os foliões…
A culpa é do Malaquias! 

(João R. – Janeiro/2023)

FOTO: Crianças mascarradas na rua (Salavessa)