27.1.22

NISA: Conheça os Poetas do Concelho (II) - Jorge Pires

 

AMIEIRA, TÃO LINDA ÉS!
Oh Amieira do Tejo
Do casario tradicional
Igual a ti eu não vejo
Neste lindo Portugal.

Tens o castelo a teus pés
E o Calvário á cabeceira
Tão bonita que tu és
Nobre vila d´ Amieira

Altaneiro e imponente
Bem ao fundo do povoado
Tens um castelo diferente
Dos muitos que há no condado.

De forma rectangular
E uma cisterna no meio
Quatro torres a enquadrar
Esse magnífico esteio.

Recordação gloriosa
Dum homem que não morreu
Só descansa em Flor da Rosa
Pelo muito que viveu.

Casas pequenas muito antigas
Feitas por outra geração
Cenário de algumas brigas
Quando não havia pão.

Lá ao fundo e a teu lado
Passa o Tejo encantador
Que está por ti apaixonado
Pelo teu grande valor.

Também tens uma Barragem
Cujo nome está errado
Pois toda a sua montagem
Foi feita cá deste lado.

Tens ainda boas águas
E um vinho excepcional
Onde afogo as minhas mágoas
Se por acaso me sinto mal.

Também tens o Mártir Santo
À esquerda de quem desce
Tens o teu maior encanto
Quando a Oliveira floresce.

À direita a Capela
Da milagrosa Padroeira
Toda a gente gosta dela
Nesta vila d ´Amieira.

Tu tens a Misericórdia
De grande significado
Também tens muita discórdia
Que herdaste do passado.

Tinhas um santo que se evaporou
Que coisa levada da breca
Há quem diga que abalou
Por não gostar da charneca.

Capelas muitas capelas
Capelas com linda vista
Mas a mais bonita delas
É a de S. João Baptista

Tens a igreja principal
Majestosa que ela é
Onde se prega afinal
O culto da nossa fé.

Mas a tua maior beleza
Está na simplicidade
Conserva pois essa riqueza
Até à eternidade.
Jorge Pires
Foto: Armando Gaspar