Na solidão do isolamento imposto pela Pandemia, cada pessoa dá expressão ás emoções que o assaltam. Os vários canais de comunicação vão-nos informando da evolução da doença e dos esforços feitos pela Ciência e pelos políticos para repor a normalidade. Com o passar do tempo, surge o cansaço, mas a esperança em dias melhores mantém-se. Aqui, fica o meu testemunho para as gerações futuras.
João R.
A PANDEMIA
Num lindo dia de sol primaveril, a Pandemia chegou,
E estabeleceu-se na nossa vida sem, ao menos, pedir licença.
O sossego mundial, a saúde e os sentimentos abalou,
Mas a confiança e a força de vontade não sofrerão descrença!
I
Estávamos tão preocupados a evoluir a Economia,
Procurando, avidamente, consumir o máximo de conforto,
Quando um minúsculo vírus, invisível, feio, horrendo e torto,
Entrou pela janela do quarto onde, placidamente, eu dormia.
O Mundo acordou em sobressalto com a força da epidemia!
Medo, desorientação e tristeza de todos se apossou.
Reagimos com ânimo, combatendo o mal que nos assolou.
Não sabemos porque a Natureza nos castigou tanto, sem dó…
Apenas que resistiremos e, na história, ficará só:
Num lindo dia de sol primaveril, a Pandemia chegou!
II
A Ciência corre contra o tempo pra criar uma vacina;
O Trabalho se adapta para criar novas formas de fazer;
A Educação usa novas técnicas para transmitir saber;
Curar e atenuar as dores é tarefa para a Medicina;
As Autoridades empenham-se pra manter a ordem que declina.
A Humanidade se aliou para combater esta doença,
Que deixará marcado nas consciências uma nova crença:
De que a condição humana é frágil e precisamos de unidade,
Para vencer a Pandemia, que chegou como calamidade,
E estabeleceu-se na nossa vida sem, ao menos, pedir licença.
III
Aqueles que criaram prosperidade e fartura no passado
Estão confinados em casa, p´ra que a epidemia não alastre
E o nosso sistema social desabe e se torne num desastre.
Não podemos mais abraçar e beijar os netinhos (que maldade!);
E a ausência tortura o coração de angústia trespassado.
O tempo passa devagar… coragem! que a vida não acabou!
Nada mais será como dantes! Aproveitemos o que sobrou!
A Covid-19 entrou com estrondo e puniu a sociedade;
Mudou o nosso olhar, aumentou a desconfiança e, sem piedade,
O sossego mundial, a saúde e os sentimentos abalou.
IV
Mesmo na noite mais escura, há sempre uma pequena luz que brilha.
Vamos todos dar as mãos e combater, com inteligência forte,
Esta calamidade brutal que o Destino nos deixou em sorte.
Com solidariedade, ardor, trabalho e espírito de partilha,
A sociedade vai reerguer-se mais forte e seguir a trilha.
Não cruzamos os braços! Não aceitamos o Mal como sentença!
Irmanados num ideal humanista, de amizade e pertença,
Lutaremos sem tréguas, com todas as armas! Com unhas e dentes!
A Pandemia vai deixar-nos mais pobres… muito mais resistentes,
Mas a confiança e a força de vontade não sofrerão descrença!
(João R.)