Idalina Costa, que também é vice-presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, começa a ser julgada esta segunda-feira em conjunto com um dos seus filhos por alegada burla tributária. Em causa estão as acusações de que terão defraudado a Segurança Social em mais de 35 mil euros enquanto presidentes de uma instituição de solidariedade social. Os dois estão também a ser julgados pelo crime de infidelidade na gestão dessa mesma instituição.
Idalina Costa vai sentar-se hoje no banco dos réus, escreve o jornal Público. A vice-presidente da Câmara de Idanha-a-Nova e candidata suplente na lista do PS por Castelo Branco às legislativas responde pelo crime de burla tributária na forma consumada e continuada.
De acordo com o diário, a autarca e o seu filho, Gonçalo Costa, são acusados de montar um "esquema", servindo-se da Mascal, uma associação de solidariedade social do Ladoeiro, freguesia de Idanha-a-Nova, ao colocar o nome de 12 utentes fictícios para inflacionar os subsídios atribuídos à instituição.
A associação — de que Idalina Costa foi presidente entre 2015 e 2018 e o Gonçalo Costa entre 2012 e 2014 — terá servido de mecanismo para defraudar a Segurança Social em 35.701 euros. Para tal, cita o Público a acusação, os arguidos “colocavam nas listas mensais enviadas à Segurança Social utentes a quem nunca tinham sido prestados os apoios sociais nas valências de Centro de Dia, Serviço de Apoio ao Domicílio e Estrutura Residencial para Pessoas Idosas com vista ao recebimento das quantias relativas à comparticipação da Segurança Social, como se tais utentes tivessem beneficiado de tais apoios, que sabiam não serem devidos e dos quais resultava o seu enriquecimento e consequentemente o empobrecimento desta”.
Além dos dois familiares, são ainda arguidos a própria associação e uma funcionária da mesma. Idalina Costa e Gonçalo Costa enfrentam penas de prisão que podem ir dos dois aos oito anos e multa.
A par deste processo decorre também uma investigação que abrange o médico Francisco Afonso Costa, marido da autarca. Neste caso, Idalina e Gonçalo Costa foram indiciados pelo Ministério Público pela prática de crimes de infidelidade na gestão da Mascal durante os seus mandatos.
Em causa está a forma como Francisco Afonso Costa foi contratado e pago pela Mascal para lhe prestar serviços clínicos quando a mulher e o filho eram presidentes.
Idalina Costa é vereadora a tempo inteiro de Idanha-a-Nova desde 2005 e vice-presidente da Câmara desde 2013. A autarca assumiu também vários cargos nos últimos anos, tendo sido, entre outras, presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Idanha-a-Nova e da Cruz Vermelha de Castelo Branco. Já o seu filho foi presidente da Junta de Freguesia do Ladoeiro no anterior mandato autárquico.
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