Pé da Serra, a
minha aldeia
A minha terra
Natal
Perdida aos pés
de uma serra
Como tu não há
igual.
Tenho ainda na
ideia
Costumes e
tradições que já lá vão
Nas noites quentes
de Verão
Contos contados no
chão
No lageado da “ti
Delfina Ferra”
Mesmo no fundo da
serra
E à porta da “ti
Nacidade” *
Que saudade!
Vinham os bailes
das sortes
Ficava cheio o
salão;
Cada qual levava a
sua cadeira!
Não faltava o “ti
Simão”
E nem o “ti João
Pereira”
Os moços andam na
roda
Os pequenos vão
pró meio
E as velhotas no
paleio...
Passa uma, olha
aquela
Vai-se a rir pró
namorado
Passa outra e
aquela
Como leva o
penteado!
Jogavam-se as
caqueiradas
As comadres e as
maias
Na maior
simplicidade
Que saudade!
Deixei-te querida
aldeia
Fui casar a terra
alheia
Boa terra,
Viva lá onde eu
viver
Esteja lá onde
estiver
Saudades hei-de
ter
De ti, oh Pé da
Serra!
Nazaré Valente
Gonçalves