A implementação da metodologia PROVE, solidificada na promoção e comercialização de cabazes de produtos agrícolas da época e de produção local, completou 10 anos em Abrantes, Constância e Sardoal, no passado dia 10 de setembro. Para assinalar a data a TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior e o Núcleo de Produtores PROVE do Ribatejo Interior, juntamente com o Município de Abrantes, apresentaram os novos produtores e nova “casa” para esta distribuição de proximidade.
No passado dia 11 de setembro, comemorou-se uma década de funcionamento no Ribatejo Interior deste projeto, resultante da cooperação interterritorial da abordagem LEADER, e apoiado pelo ProDeR (Programa Nacional de Desenvolvimento Rural). Para este momento foi apresentado o novo espaço de entrega dos cabazes de produtos hortofrutícolas, que passou para o piso -2 do Mercado Diário de Abrantes. E, também, foi dado a conhecer os novos três produtores, Márcia Louro, de Panascos, em Sardoal, António Faria, de Amoreira, e Nuno Alves, de Alferrarede, ambos de Abrantes, que se juntaram recentemente a Simão Pita, de Mouriscas, no Núcleo de Produtores PROVE do Ribatejo Interior.
Cadeias curtas e mercados locais com avisos abertos para candidaturas aos apoios para o Ribatejo Interior
Com a temática da sessão debruçada nas cadeias curtas, como a que PROVE é exemplo, a ocasião foi, ainda, aproveitada para anunciar que a TAGUS tem 150 mil euros para apoiar cadeias curtas e mercados locais. Os avisos para receção de candidaturas de projetos a implementar em Abrantes, Constância ou Sardoal estão abertos, desde dia 7 de setembro e serão encerrados a 30 de outubro.
Os investimentos, na medida 10.2.1.4., no âmbito do DLBC Rural (Desenvolvimento Local de Base Comunitária), através Portugal 2020 e cofinanciado pelo FEADER (Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural), devem promover o contacto entre produtores e consumidores, contribuindo para o escoamento da produção local; a preservação dos produtos e especialidades locais; a diminuição do desperdício alimentar; e a melhoria da dieta alimentar, através do acesso a produtos da época, frescos e de qualidade.
Pretende-se, também, que os pedidos de apoio fomentem o incentivo de práticas agrícolas menos intensivas e ambientalmente sustentáveis, diminuindo a emissão de gases efeito de estufa, ao reduzir-se os custos de armazenamento, refrigeração e transporte dos produtos até aos centros de distribuição.
Os financiamentos das despesas são de 50 por cento dos investimentos materiais e chega a 80 por cento nos imateriais em ambas as componentes.
Na componente Cadeias Curtas, as candidaturas são destinadas a produtores com exploração agrícola, com projetos entre os 500 euros e os 50 mil euros. As despesas devem incidir no armazenamento, transporte e na aquisição de pequenas estruturas de venda, em ações de sensibilização e educação para consumidores e para a comercialização de proximidade, no desenvolvimento de plataformas eletrónicas e de materiais promocionais, na adaptação e o apetrechamento de infraestruturas, nas deslocações dos produtores aos mercados locais e a pontos de entrega específicos.
Nas Cadeias Curtas, destaca-se os custos com as deslocações que podem ter um apoio de 60 euros por cada, chegando ao máximo de mais de 7 mil euros, durante a execução do projeto. Assim, possibilita-se aos produtores um auxílio para fazer face aos gastos de transporte, portagens e alimentação, para a participação em mercados em Abrantes, Constância, Sardoal ou para ir aos pontos de entrega no Ribatejo Interior.
Destinada a associações de desenvolvimento local, a associações de produtores agrícolas, parcerias constituídas por singulares ou coletivos e autarquias locais é a linha dos Mercados Locais. Os projetos podem ir até aos 100 mil euros de investimento na criação ou modernização de infraestruturas existentes para este tipo de comercialização agrícola e relacionado com o armazenamento, transporte e aquisição de pequenas estruturas de venda. São, ainda, elegíveis despesas com ações de promoção e de sensibilização para a comercialização de proximidade, que permitam escoar e valorizar a produção local, desenvolvimento de plataformas eletrónicas e materiais promocionais.
Relembra-se que, para se candidatar, é imprescindível a consulta dos avisos de concurso e da legislação aplicável no sítio na Internet da TAGUS (www.tagus-ri.pt) ou do PDR2020 (www.pdr-2020.pt).
Voltando ao PROVE
O PROVE - Promover e Vender é uma metodologia que visa a promoção de novas formas de comercialização de circuito curto, nomeadamente de produtos agrícolas, de modo a dar um contributo importante para o escoamento dos produtos locais e a melhorar as relações de proximidade entre quem produz e quem consome.
A operacionalização desta metodologia passa por juntar pequenos produtores agrícolas num núcleo, que fornece todas as semanas cabazes de produtos hortofrutícolas a consumidores previamente inscritos. No Ribatejo Interior existem duas dimensões de cabazes, um indicado para famílias de quatro elementos, com um peso entre 7 a 9 kg por 11 euros, e outro para duas pessoas, com 5 a 7 kg de legumes, tubérculos, fruta e ervas aromáticas, variados e da época, por 7 euros, das explorações agrícolas de Abrantes, Constância e Sardoal. A entrega é feita à sexta-feira, entre as 16h30 e as 19h30.
Os interessados em tornarem-se consumidores PROVE podem-se inscrever através da plataforma prove.com.pt, ou contactar o Núcleo de Produtores PROVE do Ribatejo Interior pelo telemóvel 96 230 19 01.
Durante uma década, a TAGUS implementou dois núcleos de produtores no Ribatejo Interior, que juntou 18 produtores, que comercializaram mais de 16 mil cabazes hortofrutícolas, abastecendo mais de 150 famílias do território de influência da Associação e gerando uma faturação de cerca de 135 mil euros.