Dentro
da vila de Nisa
Triste
caso se passou
Morreu
o amigo Zé Camões
Que
tanta pena deixou.
I
Tinha
tudo planeado
Para
um bom serão passar
Com
filhos e netos a jantar
Na
sua quinta, coitado
Aconteceu
o inesperado
Veio
a morte que nunca avisa
Qualquer
um de nós desliza
Foi
o que lhe aconteceu
Caiu
no chão e morreu
Dentro
da vila de Nisa.
II
Ele
era muito engenhoso
Mas
a morte é mais marota
A
cautela é sempre pouca
Até
ao mais cuidadoso
Qualquer
degrau é perigoso
E
ele nunca pensou
Nem
sequer imaginou
Que
lhe acontecesse tal
E
no seu próprio quintal
Triste
caso se passou.
III
O
que está para vir ninguém sabe
Nem
ninguém vai adivinhar
Deixou
dois filhos a chorar
E
uma viúva, a Piedade
A
morte só tem maldade
E
nunca tem opções
E
ninguém tenha ilusões
Que
desta vai escapar
Tremi
quando ouvi comentar
IV
Dezassete
de Julho foi o mês
Dois
mil e quinze o ano
Que
esse acidente tirano
Uma
família desfez
Eram
e são unidos de vez
Para
justificar cá estou
Ainda
bem que ele plantou
Raízes
como ele igual
Mas
abalou o pilar principal
Que
tanta pena deixou.
António
Elias Estróia (Julho 2015)