Rua 31 de Janeiro, a antiga Rua das Videiras
Falamos, hoje, da actual Rua 31 de
Janeiro, antigamente designada por Rua das Videiras e que faz a ligação entre a
Rua Dr. José Falcão (Rua do Mártir) e a Rua Padre José Ribeirinho (Devesa), separando
a antiga Rua do Curral (Lourenço Dinis) da Rua da Travessa.
A antiga Rua das Videiras tinha esta
designação até ao cruzamento com os dois arruamentos anteriormente citados. Das
esquinas das ruas da Travessa e Lourenço Dinis até à Rua da Devesa era
conhecida por Rua de Santo António por ligar ao Canto e depois Rua de Santo António
até à actual designação de Rua da Hidro Eléctrica do Alto Alentejo.
Sobre o que representa a data de
31 de Janeiro de 1891, a
placa toponímica existente nada diz. Como devia informar, entre parêntesis, a
anterior designação de Rua das Videiras. A data de 31 de Janeiro está
incompleta pois devia acrescentar-se nela o ano de 1891. Aqui ficam estas
sugestões para serem tidas em conta por quem de direito.
A revolta de 31 de Janeiro de 1891
A Revolta de 31 de Janeiro de 1891 foi o primeiro movimento
revolucionário que teve por objectivo a implantação do regime republicano em Portugal. A revolta
teve lugar na cidade do Porto.
No dia 31 de Janeiro de 1891, na cidade do Porto,
registou-se um levantamento militar contra as cedências do Governo (e da Coroa)
ao ultimato britânico de 1890 por causa do Mapa Cor-de-Rosa, que pretendia
ligar, por terra, Angola a Moçambique.
A 1 de Janeiro de 1891 reuniu-se o Partido Republicano em
congresso, de onde saiu um directório eleito constituído por: Teófilo Braga,
Manuel de Arriaga, Homem Cristo, Jacinto Nunes, Azevedo e Silva, Bernardino
Pinheiro e Magalhães Lima.
Estes homens apresentaram um plano de acção política a longo
prazo, que não incluía a revolta que veio a acontecer, no entanto, a sua
supremacia não era reconhecida por todos os republicanos, principalmente por
aqueles que defendiam uma acção imediata. Estes, além de revoltados pelo
desfecho do episódio do Ultimato, entusiasmaram-se com a recente proclamação da
República no Brasil, a 15 de Novembro de 1889.
As figuras cimeiras da "Revolta do Porto", que
sendo um movimento de descontentes grassando sobretudo entre sargentos e praças
careceu do apoio de qualquer oficial de alta patente, foram o capitão António
Amaral Leitão, o alferes Rodolfo Malheiro, o tenente Coelho, além dos civis, o
dr. Alves da Veiga, o actor Miguel Verdial e Santos Cardoso, além de vultos
eminentes da cultura como João Chagas, Aurélio da Paz dos Reis, Sampaio Bruno,
Basílio Teles, entre outros.