A associação ambientalista Quercus alertou hoje para a
existência de centenas de quilos de lagostins mortos no Tejo, na zona do
Arneiro, Vila Velha de Ródão, e garantiu que a água do rio se encontra
"preta" devido à poluição.
"A água está com uma cor preta, escura, e os lagostins
que estavam nas armadilhas dos pescadores estão todos mortos. São centenas de
quilos", disse hoje à agência Lusa Samuel Infante, da Quercus.
Segundo o ambientalista, o alerta foi dado pelos próprios
pescadores da zona, cerca das 10:00. Adiantou também que o Serviço de Proteção
da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana (GNR) de
Castelo Branco e de Nisa já está a caminho de Vila Velha de Ródão.
"Infelizmente, apesar dos alertas e das denúncias,
estas situações continuam a ocorrer. Sabemos que o Ministério Público está a
tomar algumas diligências e a Quercus está também a preparar uma ação
judicial".
Samuel Infante sublinha que o crime compensa: "Pagar
multas não resolve a situação, têm que ser tomadas outras medidas mais
eficazes".
O ambientalista disse ainda que "continuam a fazer-se
descargas e os resultados estão aí, com a agravante de que se está num período
de seca e que há um caudal menor [no rio Tejo] vindo de Espanha".
Nestas condições, as fontes de poluição "atingem ainda
níveis de concentração mais elevados. Se o caudal do rio fosse maior, o impacto
não seria tão grave", concluiu.
In LUSA – 19/8/2015