Numa vara de suínos,
Ia um Porco que não tinha Rabo;
A toda a hora se ouvem os sinos,
Todo o Inverno se comeu Nabo.
Há quem tenha Olho de Níquel,
E quem acenda o Fósforo que ri;
Há gente de génio Terrível,
Tão má como eu nunca vi.
Já foi Bufo, hoje não é agente,
Da Polícia Cívica, chamada;
Tudo isto é uma cagáda,
And´enganada muita gente.
Fallou-se pr´ahi n´umas listas,
Sem serem as das Pensões;
Onde se comia por 10 Tostões,
Antes de haver vigaristas.
É a terra dos pregões,
Já aborrecem, é de noite, é de dia!
Que se faz hoje com 10 tostões
Tudo tão caro e ninguém pia!!!
Como é proibido piar,
Andam todos caladinhos;
Só deixarei eu de falar,
Quando me levarem pr´ós Anjinhos.
Anda tudo num rodízio,
Ninguém se confessa ao Prior;
Diverte-se, à grande, o Dionísio,
Quer haja frio ou calor.
O Regemia e o Balsá, coitados,
Que, como todos, teem defeitos;
Dormem no campo, e sem leitos,
Sem lençoes e sem cuidados.
Vão os alcunhas acabados,
Já vão custando a achar;
Terei, pois, que terminar,
Os que há, já estão contados.
A Troncha mais
o Comarca,
Gostavam muito de pão de ló;
Come-se pr´ahi muita carpa,
Ninguém dos pobres tem dó.
De nada vale a nobreza.
Está a realeza acabada,
A par de tanta riqueza,
Há a pobreza envergonhada.
Andam, alguns, de mãos no ar,
Devendo trazel-as pelo chão;
Faltou-lhes o chá em pequeno,
Faz-lhes mal, agora, o grão.
Nada pago, pois, nada devo,
Estou em dia com toda a gente;
Tem sido a honra o meu enlevo,
Tudo o mais é-m´indiferente.
Se não levar manjerona;
Não se pode dizer nada,
Sem a ameaça de papona.
Há um artista que é Doutor,
Sem a Coimbra, nunca ter ido;
Quando lhe falam em Amor,
Logo diz: Ai filhas q´estou perdido!
Não tem esta uma defeza,
De nada lhe vale o minério;
É modo, agora, chamar Império,
À República Portuguesa.