26.8.25

SOLIDARIEDADE: Mariana Mortágua, Miguel Duarte e Sofia Aparício integram missão humanitária a Gaza


A deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício integram a Flotilha Humanitária que partirá esta semana para Gaza, visando entregar ajuda à população e romper o cerco israelita.

Segundo um comunicado da organização da delegação portuguesa na iniciativa, a partida está prevista para esta semana e a jornada pelo mar Mediterrâneo deverá durar cerca de duas semanas, com a chegada a Gaza prevista para meados de setembro, com ajuda humanitária.

"Reconhecendo a crise humanitária em curso na Faixa de Gaza - não só devido aos sucessivos ataques contra o povo palestiniano, mas também à obstrução no acesso à ajuda humanitária -, os participantes da Flotilha pela Liberdade assumem o compromisso de tentar fazer chegar mais auxílio à região. Mas transportam também uma mensagem: o genocídio deve acabar, o cerco marítimo a Gaza deve terminar e deve ser aberto um corredor marítimo para ajuda humanitária", refere-se na nota.

A organização defende que os navios que participam na missão têm o direito à liberdade de navegação e à passagem humanitária, ao abrigo do direito internacional, estando os participantes protegidos pela Convenção de Genebra.Atendendo ao "historial de intervenções anteriores das forças israelitas contra este tipo de ações humanitárias, a delegação portuguesa deu conhecimento desta missão ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português".

"O cerco marítimo a Gaza é ilegal. A entrega de ajuda humanitária é um imperativo moral", afirmam.

A ativista sueca Greta Thunberg integrou a Flotilha da Liberdade intercetada em 8 de junho pelo exército israelita quando tentava levar ajuda humanitária a Gaza.

Dos 12 ativistas que viajavam a bordo do Madleen, um navio da Frota da Liberdade que pretendia quebrar o bloqueio israelita sobre Gaza e entregar uma quantidade simbólica de ajuda humanitária no enclave, quatro (entre eles Thunberg) aceitaram ser deportados após a interceção do navio pelo exército israelita.

Os restantes ativistas recusaram-se a assinar a deportação voluntária e foram detidos e levados a tribunal para ratificar ordens de expulsão, uma vez que, ao abrigo da lei israelita, quando uma pessoa recebe ordens de deportação, é detida durante 72 horas ou mais antes de ser expulsa do país.

Segundo afirmou esta terça-feira a organização, a Flotilha Humanitária integra ativistas e voluntários de vários países, em dezenas de embarcações provenientes de diversos portos no mar Mediterrâneo, "numa ação não violenta que pretende demonstrar que a sociedade civil se recusa a sucumbir ao silêncio perante o genocídio em curso em Gaza".

A Global Sumud Flotilha associa coordenadores, organizadores e participantes da Flotilha da Liberdade, da Flotilha Sumud do Magrebe, do comboio Sumud Nusantara e do Movimento Global Para Gaza, bem como de outras organizações internacionais.

Outro navio da Frota da Liberdade, o Handala, também foi intercetado pelo exército israelita em 27 de julho.

Uma das tripulantes do Handala, a deputada franco-sueca no Parlamento Europeu Emma Fourreau, escreveu então na rede social X que o navio foi abordado pelo exército israelita a 115 quilómetros da costa de Gaza e que a tripulação atirou os seus telemóveis para a água como medida de segurança.

Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu um ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1200 mortos e 250 reféns.

De acordo com dados divulgados pelas autoridades do enclave palestiniano, a ofensiva lançada por Israel em Gaza já fez cerca de 62.700 mortos.

ONU declarou fome em Gaza

Foto: HAITHAM IMAD/EPA